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Estudo da USMEF mostra que cortes de carne pouco usados nos EUA podem agregar valor às exportações

Enquanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que cerca de 9% da produção de carne bovina do país é exportada, um novo estudo indica que 55% dos variety cuts de carne bovina, ou seja, cortes pouco utilizados no mercado norte-americano, são exportados – e a valores mais altos do que quando vendidos no mercado doméstico, segundo o estudo.

Os altos preços de exportação pagos aos cortes de carne bovina pouco utilizados contribuíram com mais da metade do valor agregado resultante do acesso aos mercados globais, de acordo com o estudo reportado pelo vice-presidente de Serviços Técnicos da Federação de Exportação de Carnes dos EUA (USMEF), Paul Clayton, durante o encontro de Atualização sobre Pesquisa e Serviços Técnicos na Indústria da Carne Bovina, ocorrido na semana passada em Reno. O estudo mostrou que exportando carne bovina e cortes variados desta carne foi possível:

* Aumentar o número de potenciais consumidores, resultando em uma demanda agregada;
* Aumentar o valor dos produtos dos EUA ao permitir aos vendedores que encontrem compradores que estejam dispostos a pagar por preços mais altos globalmente, e não somente no mercado doméstico;
* Adicionar o equivalente a US$ 12,45 por 100 libras (US$ 27,44/100 quilos) em valor total com a carne de novilhos.

O estudo coletou dados através da rede mundial do USMEF e compilou estes dados com metodologia revisada e aprovada pelo CF Resources, de Denver.

Oportunidade desproporcional

“O valor doméstico destes cortes variados da carne é muito baixo, sendo que o valor extra das exportações destes itens é desproporcionalmente alto. Os cortes variados da carne sozinhos são responsáveis por 40% dos US$ 1,2 bilhão do volume extra exportado dos itens subtilizados das carcaças, como costela e short plate“.

O estudo, financiado pelos conselhos estaduais de carne bovina com o fundo arrecadado pelos próprios produtores de carne do país, analisou os 10 itens derivados de carne bovina exportados pelos EUA aos 12 principais mercados, determinando e verificando, através de uma série de base de dados independente, volumes e valores totais.

“Se todos os consumidores do mundo tivessem as mesmas preferências e sabores para a carne bovina, o preço deste produto iria se diferenciar somente entre os mercados por fatores como custos de transporte e transferência. Se este fosse o caso, então o único benefício das exportações seria remover os estoques do mercado doméstico e aplicar pressões para aumentar os preços através da resposta à oferta”.

Entretanto, o estudo descobriu uma grande diferença nos valores de vários itens, dependendo se será ou não vendido no mercado internacional. Por exemplo, a língua não tem virtualmente demanda no mercado doméstico e é vendida às empresas processadoras de alimentos para cães por cerca de 22 centavos o quilo. Internacionalmente, o preço da língua é, em média, de US$ 9,96 por quilo, com mais de 25 mil toneladas sendo exportadas anualmente, fornecendo um valor agregado a apenas este produto sozinho de mais de US$ 328 milhões.

De acordo com as estatísticas revisadas do USDA, as exportações totais de carne bovina dos EUA em 2001 declinaram em volume cerca de 0,4% para 1,27 milhão de toneladas, enquanto o valor total declinou 5,7%, para US$ 3,41 bilhões. Os mais altos preços e o forte dólar norte-americano ajudaram na queda das exportações totais que foram levemente mais baixas pela primeira vez em mais de 10 anos.

O estudo do USMEF estimou que as exportações totais de carne bovina agora são responsáveis por quase 13,4% da produção de carne bovina dos EUA (em uma base de peso no atacado) e 18% do total do valor da carcaça, quando os cortes variados da carne bovina exportados estão incluídos nestes cálculos.

O USMEF é a associação comercial responsável pelo desenvolvimento dos mercados internacionais para a indústria da carne vermelha e é financiado pelo USDA, companhias de exportação e por programas de arrecadação de fundos para carne bovina, suína, milho, sorgo e soja.

Fonte: MeatingPlace.com (por Dan Murphy), adaptado por Equipe BeefPoint

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