Nesta semana a oferta de animais para o abate continuou reduzida e a arroba do boi gordo registrou valorização. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 84,07/@, na última quarta-feira, com variação positiva de 1,45% na semana. O indicador a prazo registrou alta de 1,48%, sendo cotado a R$ 84,98/@. No mês de junho, o indicador a prazo acumulou valorização de 2,79%.
Nesta semana a oferta de animais para o abate continuou reduzida e a arroba do boi gordo registrou valorização. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 84,07/@, na última quarta-feira, com variação positiva de 1,45% na semana. O indicador a prazo registrou alta de 1,48%, sendo cotado a R$ 84,98/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
No mês de junho, o indicador a prazo acumulou valorização de 2,79%. Em 2010 a valorização é de 8,8% e relação ao mesmo período do ano passado, quando arroba era cotada em R$ 83,01, a variação acumulada foi 2,37%.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo
Mercado físico
Segundo o Cepea, os frigoríficos têm apresentado dificuldade em preencher as escalas de abate, ao passo que pecuaristas que ainda detém alguns lotes têm elevações nos preços. Esse cenário tem reduzido a liquidez no mercado. A entrada e a saída de compradores nos últimos dias também influenciaram os preços da arroba.
O leitor do BeefPoint, Claudio Luis de Oste, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na região de Ji-Paraná/RO o boi gordo está sendo negociado a R$ 72,00/@ e a vaca gorda a R$ 66,00/@, ambos para pagamento à vista. “Para lotes maiores e perto dos frigoríficos já existe negócios de R$ 73,00/@, à vista. A cotação da vaca não está acompanhando a do boi, pois deveria estar em R$ 68,00/@, mas os frigoríficos recusam negócios neste patamar”.
O leitor do BeefPoint, Antonio Geraldo Martinelli, informou que na região de Agua Clara/MS a arroba do boi gordo vale R$ 78,00. “O bezerro de cruzamento de industrial – com peso médio de 215 kg – está sendo vendido a R$ 780,00 e as bezerras, com 200Kg de média, saem por R$ 570,00.
José Luiz Kessler, comentou que no Rio Grande do Sul a falta de gado gordo provoca aceleração no aumento do preço. “Frigoríficos já estão oferecendo R$ 5,80 no kg de carcaça – aproxidamente R$ 2,90/kg vivo – para bois. Essa escassez provoca grande ociosidade na indústria e a projeção é de manutenção de boas cotações para os próximos 90 – 120 dias”. Ele ainda ressalta que o atraso nas pastagens e a baixa cotação do arroz mantém em baixa mercado de reposição.
O leitor do BeefPoint, Francisco dos Santos, informou que o mercado do boi gordo no Mato Grosso do Sul começou a semana bastante ofertado, mas os preços seguem firmes. “O boi gordo está sendo cotado a R$ 77,00/@, à vista e livre de imposto e a fêmea vale R$ 73,00/@. Na minha opinião mercado deve permanecer nesses preços já que mercado consumidor ainda está muito retraído em SP e RJ”, completou.
Rodrigo Belintani Swain informou que em Maringá/PR os frigoríficos estão ofertando R$ 74,00 pela arroba do boi gordo e R$ 69,00 pela arroba da vaca.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Segundo a Pesquisa Trimestral de Abates do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (30/06), no 1º trimestre de 2010 foram abatidas 7,075 milhões de cabeças de bovinos, um aumento de 9,0% em relação ao 1º trimestre de 2009 e uma redução de 5,3% com relação ao 4º trimestre de 2009.
Desde 2007, o volume de bovinos abatidos no primeiro trimestre do ano vem diminuindo ano a ano, em 2010 esta seqüência foi interrompida. O volume abatido no 1º trimestre de 2010 é similar ao verificado no mesmo período em 2006.
Mercado futuro
A BM&FBovespa também apresentou alta durante a semana, com todos os vencimentos acumulando valorização no período analisado (23/06 a 30/06). Julho/10 teve variação positiva de R$ 0,33, fechando a R$ 84,32/@ na última quarta-feira. Os contratos que vencem em outubro/10 fecharam a R$ 85,38/@, acumulando alta de R$ 0,24.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 16/06/10 e 23/06/10
Atacado
Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne bovina segue estável, contudo a procura ainda não se apresenta muito forte, mas se mantem as especulações por parte dos distribuidores que buscam se posicionar para a próxima semana. As ofertas seguem apenas regulares não havendo falta especifica de produto, o que vai dando sustentação aos preços da carne bovina. A tendência para os próximos dias é de manutenção dessa estabilidade, com a possibilidade de preços mais firmes e ajustados.
Vale lembrar que estão no início do mês, período em tradicionalmente aumenta a demanda por carne bovina, somado a isso ainda temos a Copa do Mundo da Fifa, caso Brasil passe para as próximas fases os consumidor deve aumentar seu consumo já esse seria um motivo de comemoração para grande parte da população. E nada melhor do que comemorar uma vitória da seleção com um bom churrasco de carne bovina.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,40, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 3,90. O equivalente físico foi calculado em R$ 79,43/@ com valorização de 1,67% na semana. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 4,65/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Reposição
O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 708,25/cabeça, com desvalorização de 0,65% na semana. No mês de junho este indicador teve retração de 2,27%, mas em relação ao mesmo período do ano passado o bezerro está 8,54% mais caro.
Com o valor da arroba do boi gordo subindo durante a semana (+1,45%) e o preço do bezerro menor, a relação de de troca subiu para 1:1,96.
De maneira geral a reposição ainda segue bastante aquecida e muitos invernistas e confinadores estão reclamando que os preços estão muito altos e dificultando a realização das metas definidas no início do ano. Este é um dos principais motivos citados pelos confinadores para a redução no volume de animais confinados este ano.
Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista (R$/cabeça)x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)
Na semana passada publicamos uma entrevista realizada com Fabiano Tavares, gerente de grandes contas ruminantes da Alltech, onde ele fala um pouco sobre a pecuária de corte no estado norte-americano do Kansas, onde esteve recentemente, destacando uma forma interessante de comercialização de bezerros usada pelos produtores da região.
O tatersal do leilão tem uma grande balança integrada e os animais são pesados em tempo real, durante a venda. O peso do lote e a média por animal é apresentado em um grande telão. Essa é uma maneira muito interessante de aumentar a transparência na comercialização de bezerros.
Temos conversado com muitas pessoas sobre a produção e mercado de bezerros no Brasil, sendo inclusive tema de um workshop e um curso online. Acreditamos que muito pode ser melhorado.
Esta entrevista gerou uma discussão muito interessante entre os leitores do BeefPoint, sobre quais mudanças poderiam ocorrer na maneira com que bezerros e garrotes são comercializados no Brasil, visando o avanço do setor.
JBS
Nesta semana, o jornal Valor Econômico publicou uma notícia especulando que a JBS S.A. poderia estar estando a compra de mais uma empresa nos EUA. Possivelmente num movimento de reação ao anúncio feito pela Marfrig, neste mês, da compra da americana Keystone. O negócio fez da Marfrig um dos maiores fornecedores da rede McDonald´s no mundo.
O Valor apurou que a JBS estaria interessada em manter conversações com a americana Smithfield Foods, que atua em carne suína. Procurada, a JBS informou por meio da assessoria de imprensa que não comenta rumores de mercado.
Para especialistas, por um lado, a operação faz sentido porque a empresa americana vive situação delicada e pelo motivo de que no passado, as duas empresas já fizeram negócio. Em março de 2008, a JBS comprou uma subsidiária da americana, a Smithfield Beef Group, com atuação em carne bovina.
Mas um ponto que pode pesar contra o fechamento de um eventual negócio é o fato de aquisições não serem, no momento, foco da JBS. Há três meses, a empresa captou R$ 1,6 bilhão em uma oferta primária de ações. Quando realizou esse processo, buscava recursos para a expansão de sua área de distribuição. Na América do Norte, a intenção é aumentar a distribuição direta de 7% para 55%.
Para a JBS, um acordo com a Smithfield significaria o fortalecimento de seu braço de varejo nos Estados Unidos, reforçando sua presença naquele país, onde começou a atuar em suínos após a compra da Swift Foods. Leia mais.
Ontem, a JBS S.A. comunicou que fechou um acordo para potencial aquisição do confinamento McElhaney em Welton, Arizona. “O confinamento McElhaney tem capacidade de confinar mais de 130.000 animais simultaneamente e está estrategicamente localizado na região da unidade de produção da JBS em Tolleson, também no estado do Arizona. A transação está avaliada em US$ 24 milhões e inclui 100% dos ativos, incluindo confinamentos e fábrica de ração”, informa o comunicado assinado pelo diretor de relações com investidores da JBS, Jeremiah O´Callaghan.
De acordo com Wesley Batista, CEO da JBS USA, “estamos bastante satisfeitos em adquirir esse ativo, com instalações modernas, através do qual poderemos trabalhar com os produtores e pecuaristas locais, provendo serviço de engorda para o seu gado e customizando a dieta dos animais de forma a melhor atender nossos clientes nos EUA e no exterior. Como já disse anteriormente, acreditamos firmemente no agronegócio Norte-Americano e permanecemos comprometidos em buscar ganhos de eficiência que beneficiem o setor como um todo”.
Abrafrigo + JBS
Ainda nessa semana, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), distribuiu comunicado informando que o grupo JBS é o mais novo associados da entidade.
Segundo o presidente da entidade Péricles Salazar “esta filiação significa o reconhecimento do trabalho que a entidade vem realizando desde a sua criação em 2004, chegando ao ponto de merecer a confiança do maior frigorífico do mundo. A Abrafrigo vem defendendo com energia e vontade os interesses das empresas do setor junto aos diversos níveis de autoridades federais e hoje é largamente reconhecida como entidade das mais representativas dos interesses da indústria da carne brasileira”, afirma o presidente da entidade, Péricles Salazar.
Para ele, a liderança exercida pelo JBS/Friboi significa um norte para os pequenos e médios frigoríficos, podendo ser um exemplo de caminho a ser trilhado para a efetiva consolidação do mercado de carnes brasileiro, onde as pequenas e médias empresas possam conviver com as grandes respeitando-se as suas respectivas faixas de mercado”, concluiu o dirigente.
Hoje fizemos uma entrevista com Péricles Salazar para saber mais sobre o assunto e sobre os planos da Abrafrigo para os próximos anos, confira.