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EUA: produção de etanol de milho encarece alimentos

O presidente e diretor executivo do Instituto Americano de Carnes (AMI, sigla em inglês), J. Patrick Boyle, disse na edição de 16 de julho do FarmWorld, maior jornal rural do Meio-Oeste dos Estados Unidos, que o decreto de 2007 do país que exige o desvio de uma parte substancial da colheita de milho para a produção de etanol, "para ser queimado como combustível ao invés de ser usado como alimentos dos animais, levou muitos que trabalhavam na produção animal a um ponto crucial". "Essa lei marcou o começo de uma dificuldade econômica para aqueles que produzem a carne que consumimos".

O presidente e diretor executivo do Instituto Americano de Carnes (AMI, sigla em inglês), J. Patrick Boyle, disse na edição de 16 de julho do FarmWorld, maior jornal rural do Meio-Oeste dos Estados Unidos, que o decreto de 2007 do país que exige o desvio de uma parte substancial da colheita de milho para a produção de etanol, “para ser queimado como combustível ao invés de ser usado como alimentos dos animais, levou muitos que trabalhavam na produção animal a um ponto crucial”.

A lei efetivamente criou um novo mercado doméstico para o milho, garantindo que uma porção substancial da colheita – mais de um terço – fosse convertida em etanol, usado como combustível. Isso pressionou imediatamente os preços do milho que, em 2008, quadruplicaram com relação a seus níveis históricos, atingindo o recorde de mais de US$ 8 por bushel.

“A intervenção do Governo no mercado de milho criou uma maior incerteza e riscos para os produtores que repentinamente se viram avaliando preços dos mercados de alimentos animais e forçados a fechar contrato com sua produção de gado e aves”, disse Boyle. “De 2008 a 2009, o rebanho bovino dos Estados Unidos caiu em quase 2 milhões de cabeças, enquanto a população de suínos caiu em 1,5 milhão”. Quando a oferta diminui na fazenda, os preços nos supermercados aumentam, disse ele.

O Congressional Budget Office (CBO) dos Estados Unidos disse em 2009 que os norte-americanos gastam cerca de US$ 1,1 trilhão por ano em alimentos; assim, em 2007, o subsídio ao etanol custou às famílias entre US$ 5,5 bilhões e US$ 8,8 bilhões em maiores custos de alimentos, de acordo com Boyle. Além disso, a lei que mandou desviar milho da alimentação dos animais para a produção de combustível continua. Em 2008, o Governo mandou que 9 bilhões de galões de etanol feito à base de milho, consumindo um terço da colheita do país, fossem produzidos. Até 2015, esse número aumentará para cerca de 15 bilhões de galões, o que é quase 45% da colheita de milho. “Essa lei marcou o começo de uma dificuldade econômica para aqueles que produzem a carne que consumimos”.

Isso também está contribuindo para o déficit, disse ele. A indústria de etanol está atualmente buscando a extensão de mais créditos de impostos e barreiras comerciais que custarão aos pagadores de impostos US$ 6,75 bilhões por ano até 2015.

“O Congresso precisa repensar esse suporte aos preços e essa lei de energias baseadas em alimentos, como milho, e deixar o mercado fazer seu próprio papel em nossa energia futura”. O artigo completo de Boyle pode ser lido no link: http://www.meatami.com/ht/a/GetDocumentAction/i/61077.

A reportagem é do Meat&Poultry, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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