Austrália: cresce o número de bovinos confinados

O número de bovinos em estabelecimentos de engorda na Austrália aumentou em mais de 80.000 cabeças no trimestre de abril a junho em comparação com os três meses anteriores – o sinal mais positivo em três anos de recuperação sustentada da indústria. De acordo com os dados mais recentes de uma pesquisa feita com a indústria pelo Australian Lot Feeders’ Association (ALFA) e o Meat and Livestock Australia (MLA) divulgados nessa semana, os números de animais confinados aumentaram para 791.000 cabeças em 30 de junho, 11% a mais que no trimestre de janeiro a março.

A província de Queensland foi a maior direcionadora dessa recuperação, responsável por 67.000 cabeças ou 83% do aumento nacional. Essa dominância na atual tendência é provavelmente direcionada por dois fatores: a tensão na oferta de gado gordo no sul da Austrália e o aumento sazonal normal na atividade de engorda em confinamento em Queensland durante o inverno.

O resultado nacional de junho representa o maior número de animais confinados registrado pela indústria australiana desde junho de 2007. A extensão do aumento surpreendeu alguns analistas, considerando que veio além da maior estação de cria a pasto de verão em uma década, o que muitos acharam que reduziria o interesse na alimentação dos animais com grãos como opção de terminação durante 2010.

Entretanto, os últimos resultados ainda estão abaixo dos níveis de antes da crise econômica global e dos aumentos dos preços dos grãos, quando os números nos estabelecimentos de engorda da Austrália atingiram a marca de 908.000 cabeças em dezembro de 2006.

O economista do MLA, Tim McRae concordou que o atual crescimento no confinamento foi direcionado mais pela oferta que pela demanda e provavelmente refletiu uma expectativa de que os preços dos animais alimentados com grãos aumentariam no final do ano. Embora tenha havido um aumento recente nos preços dos grãos, ainda existe um nível de segurança de que esses preços permaneceriam baixos e menos voláteis durante o restante do ano – particularmente em comparação com os preços extremamente altos vistos em 2007-08.

Um declínio no valor do dólar australiano no último trimestre também ofereceu um possível estímulo para o aumento dos números dos animais confinados. Outra influência é o extraordinário e prolongado declínio no rebanho bovino dos Estados Unidos. Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostraram que o rebanho bovino continuou caindo (veja matéria relacionada).

“Em longo prazo, o declínio no rebanho dos Estados Unidos é bom para a Austrália, mas somente se aplica se os consumidores norte-americanos voltarem a comer carne bovina”, disse McRae. “Atualmente, não há sinais de que os Estados Unidos estejam aumentando seu rebanho bovino, porque eles ainda estão preocupados com a recessão, o alto desemprego, a menor confiança dos consumidores e outros assuntos”.

A reportagem é do FarmOnline.com.au, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.