Nesta quinta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 87,79/@, com valorização de R$ 0,21. O indicador a prazo teve alta de R$ 0,11, sendo cotado a R$ 88,41/@. A oferta segue restrita, forçando reajustes de preços em praticamente todas as regiões do país.
Nesta quinta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 87,79/@, com valorização de R$ 0,21. O indicador a prazo teve alta de R$ 0,11, sendo cotado a R$ 88,41/@. A oferta segue restrita, forçando reajustes de preços em praticamente todas as regiões do país.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio
A BM&FBovespa acompanhou o movimento do indicador e fechou em alta. O primeiro vencimento, agosto/10, teve variação positiva de R$ 0,22, fechando a R$ 88,03/@. Os contratos que vencem em outubro/10 fecharam a R$ 88,68/@, com alta de R$ 0,31.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 12/08/10
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para outubro/10
O leitor do BeefPoint, Francisco dos Santos, de Campo Grande/MS, comentou que no MS o mercado do boi gordo segue trabalhando com oferta muito restrita e os preços ofertados não ultrapassam os R$ 81,00 à vista para a arroba do boi gordo e a vaca está sendo negociada a R$ 76,00/@. “Observa-se que as grandes unidades estão tentando segurar de todo jeito os preços nesses patamares. Vamos rezar para que o consumo melhore e os preços voltem a subir”, finaliza Santos.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
No atacado, o traseiro foi cotado a R$ 6,70, o dianteiro a R$ 4,70 e a ponta de agulha a R$ 4,30. O equivalente físico permaneceu inalterado em R$ 84,12/@ e o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente subiu para R$ 3,67/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 677,62/cabeça, com desvalorização de R$ 4,15. Com este recuo somado à valorização da arroba do boi gordo, a relação de troca subiu para 1:2,14.
André Camargo, Equipe BeefPoint
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O Sr. Francisco do Santos é algum executivo ou colaborador de algum frigorífico? Porque o comentário foi bem articulado. O comércio no varejo no mês passado teve alta em relação aos meses anteriores e a alta no atacado já esta ocorrendo e ocorreu nesses ultimos dias. Agora esperamos que o varejo, aonde as margens são as maiores da cadeia produtiva, fiquem estacionadas para o consumo continuar inalterado e girar mais a mercadoria na pratilheira. É hora dos varejista diminuirem um pouco suas margens exageradas! Espero que o comentário do nosso amigo tenha sido antes da notícia dos incêndios ocorridos na Russia, porque a tendência é o aumento do preço da carne de um modo geral, com a falta de trigo.
Gosto muito dessas avaliações. Elas, geralmente, procuram fundamentar o comportamento dos preços em um determinado momento. Buscam, enfim, dar uma interpretação sobre as variáveis que possam estar interferindo na formação dos preços de mercado.
No fundo, não passam, também, de mera especulação.
O ensinamento mais importante que deveremos tirar de todo o processo de formação de preços é que, no mercado agrorural, esta variável está totalmente exposta ao mais puro conceito de “livre mercado” ou “livre competição”. E esta é, em síntese, a razão fundamentável para tornar os negócios no setor de produção tão complicados: – o fato de não controlar a formação de preços.
Para quem já trabalhou com escalas de abate de até 30 dias, como na década passada, estas escalas curtas, utilizadas pelos frigoríficos já há quase 6 anos, têm sido, na verdade, um artifício para segurar preços. Lembrem-se, estas escalas de 3, 4, 5 ou uma semana, e confinamentos próprios não são mais novidades para nós pecuaristas. Chegaram quase que a comprar para abater e promover a entrega, num processo quase que de atendimento de pedido.
O que está ocorrendo agora é que controlar escala não está funcionando mais como alternativa de controle de preços. Então deram início a outra alternativa que já usaram com relativo sucesso no passado – suspender abates. Sim, suspendendo abates em determinados dias ou dando férias coletivas em algumas plantas, causam um desequilibrio temporário na oferta, gerando um “surpplus” de curto prazo que acaba impedindo aumentos substanciais no preço do boi vivo.
Não há absolutamente falta alguma de bois no mercado. Boi tem para todos os frigoríficos, mas não nos patamares de preços que estão querendo pagar. O pecuarista, principalmente, no setor agrorural, sempre foi muito cauteloso. Entre os anos de 2002 e 2004 fomos pegos despreparados, alguns com programas de investimentos em pleno andamento, sendo obrigados a entregar os seus animais a qualquer preço para poder fazer frente às suas necessidades de caixa. Hoje, a realidade é que a situação é totalmente diferente. De um modo geral, os pecuarista encontram-se financeiramente muito mais equilibrados, podendo, portanto, optar por manter os seus bois no pasto, caso os preços não sejam aqueles que desejam.
Todos sabenos que boi gordo é dinheiro em caixa. Boi gordo agrega valor adicionando peso. Se não tem necessidade de vender, os frigoríficos é que se preocupem em encontrar uma solução para continuar a operar. Que matem porcos, galinhas, avestruz ou qualquer outra coisa que possam.
E no final, meus caros, não há absolutamente nada para se fazer. Segurar preços é um artifício suicida, no longo prazo, comparada com a reação de um elástico. Quando não tiverem mais condições de interferir eficientemente no controle artificial dessa variável, creiam, ela irá para a estratosfera. E nessa ocasião, cuidado, pois muitos gigantes demonstrarão o seu total despreparo, indo para o buraco.
Não duvidem!!!