Com atraso de mais de dois meses, o governo da Argentina publicou a resolução que distribui a cota Hilton entre 76 empresas habilitadas para o ciclo comercial que vai de junho de 2010 a junho de 2011. Os dois frigoríficos que obtiveram as maiores fatias foram os brasileiros presentes no país - Marfrig, com 3.141 toneladas, e JBS-Friboi, com 2.045 toneladas.
Com atraso de mais de dois meses, o governo da Argentina publicou a resolução que distribui a cota Hilton entre 76 empresas habilitadas para o ciclo comercial que vai de junho de 2010 a junho de 2011. Os dois frigoríficos que obtiveram as maiores fatias foram os brasileiros presentes no país – Marfrig, com 3.141 toneladas, e JBS-Friboi, com 2.045 toneladas. Em relação ao último ciclo, o Marfrig praticamente manteve seu volume anterior, que foi de 3.122 toneladas. O JBS, no entanto, perdeu 31,80% das 3 mil toneladas que obteve no período passado.
Há quase uma semana, a JBS anunciou intenção de vender as três unidades que se encontram atualmente paradas por falta de gado para o abate. Nesta quarta-feira, o Marfrig também anunciou aos seus empregados que irá interromper as atividades em uma de suas plantas, o frigorífico Estancias do Sur, localizado na província de Córdoba. A empresa comunicou que dará férias de cinco dias ao pessoal desta unidade, a partir do dia 13, por falta de gado e pelas dificuldades de conseguir as guias de exportação. A informação foi confirmada pela Federação Gremial de Pessoal da Carne, segundo a qual os operários receberão o pagamento de seus salários normalmente.
Para o consultor Gerardo Gallo, a dificuldade dos frigoríficos instalados na Argentina em aproveitar toda a cota é resultado das intervenções do governo no setor. Nos últimos dois anos, a Secretaria de Comércio Interior vem liberando a conta-gotas as exportações e condicionando as autorizações para embarques à venda de cortes populares, para grandes redes de varejo, por valores abaixo dos preços de custo. O sistema de distribuição da cota também mudou e a repartição definitiva, no período 2009-2010, só foi feita em abril, menos de três meses antes do fim do prazo para exportar.
Segundo uma fonte do setor, “o preço do gado em pé está caríssimo, enquanto que o controle dos preços de venda da carne no mercado interno é fortíssimo; e ninguém está ganhando dinheiro com esse negócio”. “Acho difícil que a cota seja cumprida nesse ciclo”, opinou. As 28 mil toneladas têm que ser embarcadas até o dia 30 de junho de 2011. Entre os demais frigoríficos com maiores cotas estão Friar S.A., com 1.538 toneladas; Frigorífico Gorina S.A., com 1.528 toneladas; Exportaciones Agroindustriales Argentina S.A., com 1.269 toneladas; Arre Beef S.A., com 1.259 toneladas; e Frigorífico Rioplatense, com 1.235 toneladas.
Para a nova temporada, foram contemplados 45 frigoríficos e 31 consórcios de produtores, ao todo. Um deles, com cota máxima de 350 toneladas, é o pequeno Forres Beltrán. O Oncca chegou a fazer uma exceção aos pré-requisitos que havia estabelecido para qualificação dos frigoríficos e argumentou que o Forres Beltrán, que tem 197 funcionários, oferecerá “cortes populares a baixos preços” na Província de Santiago del Estero. Sua inclusão na lista foi apontada como evidência da adoção de critérios políticos na divisão da cota.
As informações são da Agência Estado e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.