Recebi um e-mail com a seguinte questão:
“Quantos m2 por animal seriam ideais, para um curral destinado à atividade de cria (vaca mais bezerro) ?”
Considerando o conceito dado no último artigo, onde descrevo:
– Um ativo é algo que põe dinheiro em seu bolso. Proporciona renda.
– Um passivo é algo que tira dinheiro do seu bolso. Causa despesa.
Podemos definir nosso curral como sendo um bem da coluna de passivos, gerando despesas, como manutenção e conservação.
O desenvolvimento da atividade pecuária fica limitado sem que a propriedade onde ela se desenvolva, possua um curral de manejo. Sendo assim, devemos dimensioná-lo de modo que:
– seja suficientemente pequeno para evitar imobilizar grande quantidade de recursos para construí-lo, consumindo, também, poucos recursos em manutenções e conservação, por suas proporções reduzidas;
** Lembre-se: os custos de manutenção e conservação serão sempre proporcionais ao valor do investimento
– seja suficientemente grande para evitar transtornos de manejo nas épocas críticas, como vacinações, desmamas e apartações, ocasiões de grande movimentação de animais nos currais, que assumem importância para agilizar o serviço.
Para solucionar parte do problema de tamanho dos currais, devemos utilizar as remangas, construções baratas, para armazenar o rebanho a ser trabalhado no dia, adotando os currais somente para o manejo a ser efetuado. Pequenos lotes oriundos das remangas, são conduzidos para os currais para serem manejados.
Outra técnica utilizada por pecuaristas experientes, é levar para o manejo somente a quantidade de gado que se consegue trabalhar no dia, deixando o restante dos animais no pasto, sem sofrer stress.
Uma crítica a esta metodologia de trabalho reside no fato de depender de maior quantidade de mão-de-obra e dispender mais tempo para execução do serviço proposto.
Com as novas tecnologias implementadas na pecuária, o manejo do rebanho se tornou mais eficiente:
– a inseminação artificial é regida pela estação de monta concentrada em poucos meses
– a estação de monta determina a data do toque para verificação da prenhez e a época da desmama
– as datas do nascimento e desmama são concentradas, determinadas pela estação de monta
– a vacinação, ainda em 2 etapas por ano, é acompanhada pela vermifugação, ocorrendo em épocas pré-determinadas.
Um bom planejamento executado pela administração, racionaliza a utilização dos currais, remangas e mão-de-obra, distribuindo os serviços de manejo ao longo do ano, evitando a necessidade de currais de grandes proporções, para serem utilizados apenas poucas vezes.