Mercado Físico da Vaca – 15/09/10
15 de setembro de 2010
Mercados Futuros – 16/09/10
17 de setembro de 2010

Frigol esclarece problemas envolvendo seus diretores

Em resposta aos contatos feitos pelo BeefPoint, o Grupo Frigol nos encaminhou nota explicativa a respeito do episodio ocorrido durante essa semana. Infelizmente, alguns poucos credores não somente não vem colaborando para a reestruturação da empresa, como adotaram medidas extremas para tentar pressionar os diretores da Frigol a efetuarem pagamentos antecipados e indevidos a estes pecuaristas. Dentro dessas medidas podemos relatar o desagradável pedido de prisão dos diretores da empresa. Mas a Frigol, empresa tradicional e respeitada, que sempre cumpriu com as suas obrigações em dia perante os pecuaristas, não cederá a chantagens e pressões indevidas, seja porque a lei proibe pagar credores em prejuízo aos demais, seja porque não cede à pressões deste tipo, pois luta para pagar a todos de maneira justa e equilibrada, e não irá beneficiar uma minoria agressiva.

Em resposta aos contatos feitos pelo BeefPoint, o Grupo Frigol nos encaminhou nota explicativa a respeito do episodio ocorrido durante essa semana. Confira abaixo os pontos colocados pelos diretores da empresa:

Prezados Senhores,

Como todos já sabem, devido a diversos e notórios fatos decorrentes da conjuntura da economia mundial, principalmente a crise em nosso setor, nossa empresa também está passando por transitória dificuldade financeira, em especial devido à falta de linhas de crédito, o que nos levou a impetrar uma recuperação judicial.

A maioria dos credores entenderam esta situação episódica e vem apoiando nossa tradicional empresa em seu processo de recuperação. Diferentemente de outros frigoríficos, a Frigol não parou as suas atividades um único dia, gerando importantes receitas que serão utilizadas para a reestruturação da empresa e pagamento dos credores. A maior parte dos empregos foram mantidos e os salários estão em dia

Aos poucos a Frigol está recuperando inclusive seu crédito junto a bancos e fornecedores, e em 30 dias apresentará seu plano de reestruturação ao juizo da recuperação e ao mercado, inclusive acompanhado de proposta de pagamento aos credores.

Infelizmente, alguns poucos credores não somente não vem colaborando para a reestruturação da empresa, como adotaram medidas extremas para tentar pressionar os diretores da FRIGOL a efetuarem pagamentos antecipados e indevidos a estes pecuaristas. Dentro dessas medidas podemos relatar o desagradável pedido de prisão dos diretores da empresa.

Mas a Frigol, empresa tradicional e respeitada, que sempre cumpriu com as suas obrigações em dia perante os pecuaristas, não cederá a chantagens e pressões indevidas, seja porque a lei proibe pagar credores em prejuízo aos demais, seja porque não cede à pressões deste tipo, pois luta para pagar a todos de maneira justa e equilibrada, e não irá beneficiar uma minoria agressiva.

Continuaremos a implementar esforços para recuperar nossa empresa o mais rapidamente possível e para isso contamos com a colaboração de nossos tradicionais fornecedores. Em breve apresentaremos uma proposta de pagamento de nosso passivo, juntamente com as medidas de reestruturação da empresa que já estão sendo adotadas.

A Frigol acredita no poder judiciário e espera que o processo de recuperação judicial volte a sua normalidade.

Atenciosamente,

Benedito Bento de Oliveira
Decio Luiz de Oliveira
Djalma Gonzaga de Oliveira
Dorival Gonzaga de Oliveira
Durval Gonzaga de Oliveira

Diretores do Grupo Frigol S.A.

0 Comments

  1. Oberdan Pandolfi Ermita disse:

    Hoje um ponto muito observado pelos agentes financeiros para a concessão do crédito refere-se a gestão da empresa. Empresas antigas, que possuem uma gestão familiar, onde vários parentes ocupam cargos, é visto com muito receio pelo agente financiador. A literatura aponta que há grande risco neste tipo de organização. É preciso saber até que ponto empresas que se dizem “vítimas” e não tem acesso ao crédito, possuem efetivamente uma gestão profissional.
    É verdade que tudo aponta que o BNDES tem uma política de crédito que vem beneficiando alguns grupos, entretanto isto não deve servir como justificativa para empresários em plena crise (principalmente aqueles que estão sem crédito) se aventurarem abrindo novas plantas, já que justamente porque estão em dificuldades poderão colocar em risco a economia de uma determinada região.
    A justiça de Rondônia ao decretar a prisão temporária dos empresários Djalma e Devaldo do grupo Frigol, abre importante precedente no país, entendeu que o empresário deve ser punido pelos seus atos, agir de forma irresponsável, arriscar a sorte e colocar a economia popular em risco é crime.

  2. Paulo Cesar Severino de Oliveira disse:

    Vcs podem dizer o que quizer mas como toda empresa que pediu recuperação judicial vcs adquiriram animais já sabendo que não iriam cumprir pagamentos… Eta lei maldita esta tal lei de recuperação judicial!

  3. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Senhor Oberdan Pandolfi Ermita,

    Em sua resposta fica clara a sua total ignorância sobre o setor,bem como sobre as situações que ensejam problemas como os que o FRIGOL vem passando.

    O senhor com o seu infeliz texto,que só poderia ter sido publicado neste meio,por ser realmente democrático,esta chamando a todos os empresários do setor que estão em dificuldade de irresponsáveis,e isto é a mais absoluta inverdade,tem de fato um ou outro empresário se valendo do artifício da Recuperação Judicial,mas em absoluto isto da direito a quem quer que seja de generalizar,pelo contrario,isto é a grandiosa minoria de um ou dois empresários.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  4. Paulo Cesar Druzian disse:

    O Brasil é o unico país, que socorre o empresario e a familia dele e quebra o resto dos credores e a familia deles.
    a lei de recuperação judicial nada mais é do que o calote não de mão armada mas sim as claras e com a justiça debaixo dos braços.

  5. José Carlos Ramos disse:

    Hoje uma empresa não basta ser honesta, precisa ser, pois a gestão de negócios não admite amadorismo. No caso da Frigol, bem como outras empresas do setor estão passando pelo mesmo mal.
    O crescimento da empresa não pode passar pelo cofre “Público”, nós brasileiros precisamos ter mais conhecimento do dinheiro orindo dos impostos que pagamos independente de ser pobre ou rico.
    Não podemos ver um grupo como o JBS que inflou seus cofres com os recursos do BNDES e investiu na compra de empresa falida nos EUA e recuperou empregos dos americanos.
    O que não podemos é ficar chorando e colocando todos nossos problemas na crise financeira internacional. 99,9% dos brasileiros não podem ter acesso aos financiamentos a longo prazo do governo federal, porque então nós temos que pagar essa conta?
    Por isso alertamos que a empresa familiar tem mais chance de ter insucesso sendo muito vulnerável na gestão de negócio, pois ela sofre interferência do gosto dos seus diretores, do que a razão administrativa.

  6. Márcio Tognolo disse:

    concordo com vcs não achei justo o que a frigol fez, forneci bois para eles 40 dias antes de pedir recuperação judicial sorte a minha é que ainda fiz negocio avista se podeira ter dançado dançar ….. tenho um amigo aqui na minha região que forneceu cerca de 400 bois para a frigol uns dias antes de pedir recuperação judicial fez nogocio a prazo, e não sabe o que vai acontecer, ainda não recebeu nada !

  7. Marcelo Santin Bellato disse:

    Mais uma vez o produtor e quem fica com o pepino, os frigorificos colocam o preço no que é nosso, pesam e limpam como querem e pagam como querem, isso é, quando pagam……..
    Por isso é que eu digo “dinheiro na mão boi no caminhão” boi tem que ser no cash
    Cade o LULA A DILMA o ministro da agricultura pecuária e abastecimento,compram sabendo que estão ruim das pernas isso se chama roubo ou estelionato
    boi só a vista, coloteiros, sem vergonha…….açougueirinhos

  8. Oberdan Pandolfi Ermita disse:

    Senhores,

    Em nenhum momento fiz qualquer julgamento em relação ao caráter e idoneidade dos donos do Frigol. Se alguém interpretou desta forma, o fez de forma equivocada, porque o texto não tem este objetivo. Tampouco acredito que todos os empresários do setor são irresponsáveis, fato que já havia esclarecido em resposta ao senhor Evandro.
    O único fato concreto e que relato no texto é que existe um inquérito policial apurando a responsabilidade dos empresários do Frigol.
    No meu entendimento, a apuração da responsabilidade dos empresários no episódio é legitima e abre importante precedente no País em relação à problemática da recuperação judicial, vejamos:
    1) Considerem uma indústria automobilística que venha a pedir recuperação. Ela tem com os seus fornecedores um relacionamento de longo período. Nos tempos do “just in time” estes fornecedores são quase que extensão da empresa.
    2) Totalmente diferente no caso de um frigorífico. Um pecuarista que antes nunca havia fornecido ao frigorífico, no seu primeiro fornecimento, pode ser surpreendido com um pedido de recuperação. Ou ainda, uma empresa já em dificuldade, por exemplo, pode alugar uma planta em outro estado, trabalhar durante alguns meses e pedir recuperação.
    3) Vejam que tanto o pecuarista que forneceu o animal pela primeira vez, quanto no caso daqueles da nova unidade arrendada, nada tinham que ver com o passado da empresa, entretanto, serão eles unicamente os penalizados com o pedido da recuperação.
    4) Nenhuma empresa entra em dificuldades do dia para noite, é um desencadear de fatos e de acontecimentos. Alguns podem afirmar que é a política de crédito do Governo, outros a escassez de animais, outros a concorrência desleal (…) mas independente dos motivos que levaram a empresa a entrar em dificuldades, no caso do setor frigorífico, o mecanismo da recuperação judicial se torna um mecanismo muito perverso.
    5) É justamente para impedir este tipo de injustiça que o Deputado Ronaldo Caiado está propondo alteração na lei de recuperação: “somente permite a inclusão na recuperação judicial das dívidas com vencimento superior a 30 (trinta) dias, contados da data do pedido” (PL-5089/2009).
    6) A justiça de Rondônia ao instaurar inquérito contra o Sr. Djalma e o Sr. Devaldo, busca apurar a responsabilidade dos empresários, já que a unidade de Pimenta Bueno foi aberta já em um cenário de crise do setor, operou durante poucos meses e com o pedido de recuperação colocou pessoas em dificuldades, que nada que tinham que ver com a história do Frigol.
    7) Portanto, abre importante precedente, o empresário deve ser responsabilizado pelos seus atos, inclusive se ficar comprovado que ele agiu de forma irresponsável e causou prejuízo. (Observação: não estou afirmando ou julgando que os empresários do Frigol são irresponsáveis, cabe a Justiça fazer este julgamento).

  9. Péricles Pessoa Salazar disse:

    Considero infeliz as colocações feitas pelo Sr. Oberdan. O seu reparo ameniza um pouco o que foi dito anteriormente, mas continua pecando em lançar dúvidas sobre os proprietários do Frigol, empresa que, como todos que vivem o mercado pecuário sabem, sempre se pautou pela ética e responsabilidade na condução do seu negócio.
    A ABRAFRIGO deposita plena confiança na empresa FRIGOL e nos seus dirigentes, tendo a certeza de que saberão, com equilibrio, parcimônia e sabedoria, contornar estas dificuldades conjunturais.