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Para Famasul, greve e fechamento é reflexo de mercado

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, avaliou nesta ontem (19) o problema enfrentado pelo setor frigorífico do Estado, o que, para ele, tem relação com as mudanças na cadeia produtiva. No início do mês, o Independência anunciou o fechamento de sua unidade em Nova Andradina. Foram demitidas mais de 750 pessoas, que ocupavam funções de porteiro a gerente.

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, avaliou nesta ontem (19) o problema enfrentado pelo setor frigorífico do Estado, o que, para ele, tem relação com as mudanças na cadeia produtiva. No início do mês, o Independência anunciou o fechamento de sua unidade em Nova Andradina. Foram demitidas mais de 750 pessoas, que ocupavam funções de porteiro a gerente.

A unidade de Campo Grande do JBS/Bertin está em greve há mais de duas semanas. Há previsão de que os funcionários da mesma empresa cruzem os braços a partir de quinta-feira em Naviraí. “O setor vive um momento delicado. Não falo do preço da arroba pago ao produtor, mas da pecuária de corte como uma cadeia. Hoje temos dezenas de frigoríficos em recuperação judicial e um apoio maciço do governo a grandes empresas, como Marfrig e JBS. Enquanto isso, outros frigoríficos ficam em um ambiente muito difícil”, avaliou.

Para o presidente da Famasul, há uma concentração grande de mercado no varejo. “Na outra ponta, há grandes compradores como o Walmart, Carrefour, Pão de Açúcar, que trazem uma mudança de perfil à cadeia. Eles têm um instrumento de pressão muito maior, têm um poder de barganha muito grande”, comentou. Com apoio do governo às maiores empresas e domínio dos grandes compradores no mercado, os pequenos frigoríficos terminam “achatados”, na avaliação de Riedel.

O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Monteiro, tem opinião diferente. Ele acha que as dificuldades enfrentadas pelo setor têm relação com o momento de transição política pela qual passa o País. “Estamos em uma possível mudança de governo e isso produz uma instabilidade tanto do lado laboral quanto do patronal”, avaliou. Mesmo assim, acredita que o Independência vá se recuperar e pagar toda a dívida que ainda tem com os produtores.

A notícia é do Campo Grande News, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. carlos massotti disse:

    Emgracado como os envolvidos dao voltas e voltas e nao vao direto ao ponto – a realidade nua e crua eh que a atividade frigorifica tornou-se inviavel – os precos de venda da carne nao fecham os custos – ou seja eh prejuizo liquido com os frigorificos pagando para trabalhar – por esta razao torna-se muito dificil quase impossivel as empresas em recuperacao judicial voltarem ao mercado e pagar suas dividas – e os que sobraram ,sejam grandes pequenos ou medios operam no vermelho.

    Este choro de que o governo apoia atraves do BNDES grandes empresas ate tem sua razao de ser, mas nao nos esquecamos que estas empresas (nomeando Marfrig JBS e Minerva) abnram o capital na bolsa e captaram um volume interessante de dinheiro no mercado o que tambem os ajudou significativamente a crescer e,claro os ajuda a se manter neste momento de mercado ruim em que trabalham com prejuizo.

    Tudo o que estah acontecendo no setor vem de erros cometidos nao de hoje mas de muitos anos atras quando o boi era barato (lembram-se do boi na safra usd 16/17 por arroba na entressafra usd 22/23…bons tempos!) – pecuaristas desestimulados saindo da atividade liquidando o plantel e frigorificos crescendo exponencialmente apoiados pelos bancos – resultado capacidade de abate muito superior a oferta de animais resultando hoje em uma arroba ao redor de usd 60 (um dos mais caros do mundo se nao o mais!) –

    claro que tivemos alguns outros fatores que de alguma forma influenciam e agravam o problema tais como problemas climaticos , taxas de cambio, recessao internacional dos mercados etc –

    Senhores soh o tempo e a famosa lei da oferta e procura vai conseguir regular este mercado – e isto vai ainda tomar um bom tempo!!

  2. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado Sr. Massotti,

    Acredito que o sr. tem razão em todos os pontos mencionados, mas existe um deles que tenho especial curiosidade: O sr. tem a informação de quanto cada um destes frigoríficos captou no mercado de capitais e quanto foi via BNDES?

    Devo observar entretanto, que deverá ser computado para “empréstimos BNDES” eventuais compras de participação dos frigoríficos mencionados através do mercado de capitais…

    Outra informação relevante seria: foram primeiro ao BNDES ou ao mercado de capitais?