Entenda como o tipo de animal pode influenciar a qualidade da carne
1 de novembro de 2010
Mercados Futuros – 03/11/10
4 de novembro de 2010

Grupo Única: certificadora cobra espaço em decisões do Sisbov

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Ministério da Agricultura e Congresso Nacional receberão, neste mês, ofício solicitando assento para as certificadoras nos comitês consultivos e grupos técnicos envolvidos nas decisões sobre a rastreabilidade de bovinos, especialmente relativas ao Sisbov, em reestruturação.

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Ministério da Agricultura e Congresso Nacional receberão, neste mês, ofício solicitando assento para as certificadoras nos comitês consultivos e grupos técnicos envolvidos nas decisões sobre a rastreabilidade de bovinos, especialmente relativas ao Sisbov, em reestruturação.

Esta é a primeira ofensiva do Grupo Única, que passa a atuar no lugar da Associação das Empresas de Certificação e Rastreabilidade Agropecuária, extinta há seis meses. Com respaldo de 28 certificadoras e seis empresas fabricantes de brincos, o grupo pretende propor ações construtivas para manter a credibilidade do atual sistema. Representantes do grupo estiveram com o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, propondo trabalho conjunto para elevar a oferta de bois rastreados para a União Europeia. O país tem hoje cerca de 2,5 mil propriedades habilitadas.

De acordo com o presidente do Grupo Única, Luciano Medici Antunes, a pressão das indústrias exportadoras por matéria-prima reaqueceu o Sisbov. Ele acrescenta que o investimento feito agora pelo produtor não será perdido, pois, pelas regras do ministério, animais incluídos em sistemas anteriores serão validados em eventuais novos modelos.

Defensor do atual modelo, o invernador Araci Barcelos, de Dom Pedrito, provoca os que consideram baixa a bonificação de R$ 100,00 por animal rastreado pagos atualmente pelos frigoríficos. Fornecedor regular do Marfrig, o confinador desafia apresentação de investimentos com maior retorno por cabeça do que o atual plus recebido.

A notícia é do Correio do Povo, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O custo médio de rastreabilidade por animal oscila ao redor de R$ 5,00.

  2. adriana b. geraldi disse:

    Infelizmente até agora nós produtores do Paraná,não obtivemos nehuma vantagem em valorizaçaõ do nosso produto,e o que é pior,não visualisamos uma recompensa a curto prazo,porque ao que nos parece,as empresas frigoríficas tem pouco interesse em pagar pelo boi rastreado em nosso estado.

  3. José Manuel de Mesquita disse:

    O problema é que necessariamente “não pagam” esse plus (R$ 100) mencionado pelo sr. Araci Barcelos, a todos os produtores que possuem propriedades “sisbov aprovadas”…

    Basta buscar aqui mesmo no BeefPoint, cartas, comentários ou escritos sobre o tema… para cada um que informa estar sendo bem remunerado, existem uns 20 que reclamam da total falta deste “plus” ou de algo próximo… ou mesmo distante.

    Infelizmente, o sistema é predador… e alguns poucos, enxergam além do umbigo.

  4. José Manuel de Mesquita disse:

    Complementando o tema:

    Não seria mais importante chamar os produtores para que opinem sobre o que acontece no mundo real?

    Deixar este tipo de assunto nas mãos das Certificadoras e não estar devidamente representados, seria como pedir para a raposa gerenciar o galinheiro…

    Com a palavra a CNA…

  5. Geraldo Perri Morais disse:

    Poucos frigoríficos estão dando algum premio para lista TRACE. No Mato Grosso do Sul, pelas informações que possuimos, nenhuma empresa está dando qualquer premiação .
    Na realidade , a Europa por consequencia da recessão economica por que passam ,dificilmente vai ser um mercado atrativo para importação da nossa carne no momento atual.

    Geraldo Perri Morais-ABRAPEC

  6. Luciano Medici Antunes disse:

    Prezados, como é bom podermos ter um fórum de discussão como este, aberto, respeitoso e democrático. As certificadoras são empresas credenciadas pelo MAPA e fortemente auditadas (poucas coisas são tão auditadas neste país hoje em dia como o SISBOV), basta ver no site do MAPA e acompanhar no Diário Oficial a eficiência e rigor que os fiscais do MAPA tem (isto é um elogio das certificadoras ao MAPA, não uma reclamação). O SISBOV, como todos sabem, é de adesão voluntária e as relações entre frigoríficos e produtores são reguladas pelo mercado. Posso afirmar com toda a certeza de que a quase totalidade dos negócios envolendo bois TRACES tem sim uma valorização que supera largamente o valor investido para rastrear. E isso acontece todos os dias. Como bem colocou o José Ricardo, que entende muito deste assunto, os custos ficam em torno de R$ 5,00 em toda a vida do animal. Mas a demanda e “luta” por um melhor preço por parte do produtor é justa, assim como é por parte do frigorífico conseguir matéria prima com melhor preço possível. Aos poucos, com espaços com este, vamos conseguindo tirar todo entulho que foi jogado sobre o SISBOV e mostrar as coisas boas que foram feitas por muitos. Afinal de contas, temos dezenas de empresas, centenas de profissionais públicos, milhares de técnicos e produtores e milhões de animais no SISBOV, funcionando de forma quase perfeita. Não há como negar. Tem muito a melhorar, mas muito de bom também foi feito.

  7. Otavio Cesar Bucci disse:

    Caro amigo Jose Ricardo.

    Nos já vimos este filme né, com o nome de ACERTA, que sem trocadilho foi um grande ERRO, me corrija se estiver errado, mas sao os mesmos de sempre, ai o produtor cai fora mesmo, agora é UNICA, ou deveria ser TODOS, kkkkkkkk brincadeira deixa pra lá, tomara que ACERTA uma UNICA vez né.

  8. RODOLFO RAINERI disse:

    Prezado Sr. José Manuel de Mesquita.
    Com todo o respeito que não só o senhor, mas todos os produtores rurais brasileiros merecem de nós, certificadores, permita-me fazer um pequeno adendo à sua excelente sugestão, postada neste fórum, ou seja, a de realizar um chamado aos produtores para que opinem sobre o que acontece no mundo real (da rastreabilidade bovina no Brasil).
    Humildemente gostaria de emendar sua proposta, no sentido de que este chamamento fosse extensivo, principalmente, aos produtores participantes do Sisbov, para que estes opinem sobre o sistema atualmente em vigor, afinal, são eles que vivem, de fato, a sua realidade, tanto quanto nós, se me permite.
    O que será que estes produtores, quase 2.500 que estão na lista TRACES, e mais outro tanto que aguarda aprovação, querem que seja alterado? Quais são as principais dificuldades encontradas no seu mundo real?
    Depois de 2 anos e meio de trabalho árduo, após o embargo europeu, ajudaram a construir, em conjunto com as certificadoras, o maior e um dos mais confiáveis sistemas de rastreabilidade animal do mundo, elogiado hoje, inclusive, pelos próprios europeus.
    Poderíamos ainda perguntar a eles, aos que sabem o que acontece no mundo real do sisbov, se querem mesmo recomeçar do zero (de novo), ou se querem maior agilidade nas auditorias, ou a própria extinção da lista Traces (exigência da CE só feita ao Brasil, como o senhor sabe), ou ainda medidas mais pragmáticas, como por exemplo, melhores sistemas de identificação (relativo ao manejo) e melhoria na qualidade dos elementos de identificação (brincos), etc.
    Um bom exemplo também de qual é a real preocupação destes produtores foi dado em MS, onde aqueles que têm propriedades na lista Traces se uniram e pressionaram o IAGRO para não carimbar as GTAs e assim garantirem que a carne de animais de suas propriedades não seja exportada (vide matéria de 01/11/10, neste site). Assim, frigorífico que não pagar bônus para animais rastreados em MS deverá obrigatoriamente destinar a sua carne para o mercado interno.
    Desta forma Sr. José, com medidas simples, convergentes, porém eficientes, o SISBOV atual irá se aperfeiçoar e caminhará para se tornar também, além do maior, o melhor sistema de rastreabilidade bovina do mundo, sem sombra de dúvida.
    Mas isso depende do envolvimento de toda a cadeia produtiva, sem exceção, e com absoluto respeito a todos os elos que dela participam.
    Abraços.

  9. Nagato Nakashima disse:

    Fui diretor técnico da ONG, SICBOVBRASIL, certificadora que também foi credenciada pelo MAPA, porem desistimos da atividade porque nas discussões chegamos a conclusão de que: enquanto os coordenadores do SISBOV/MAPA não entenderem que SISBOV em sí é constituído de identificação, certificação e rastreabilidade, para execução destas ações, os profissionais responsáveis terão a obrigatoriedade de responder pelos danos causados pela certificação mal feita civil e criminalmente.
    Suponhamos que um determinado país embarga uma carga de carne, importada do Brasil, por ter encontrado resíduo medicamentoso em análise da amostra da carne, cuja certificação possa identificar e rastrear a origem assim como a responsabilidade da certificação. Assim detectado a negligência ou irresponsabilidade do Certificador este poderá pagar pelos danos causados a terceiro por ter liberado para abate sem a devida observância técnica profissional.
    Quanto a quem deve pagar a conta da Certificação que é o problema, mas pouco que conheço da vida com meus 67 anos, é o consumidor final, que deverá onerar em aproximadamente R$ 0,10 (dez centavos de reais) por kg consumido por um produto com CERTIFICADO DE GARANTIA DE QUALIDADE E ORIGEM.
    O número de Identificação nada mais é do que a entrada para busca de dados do referido animal no BD do SICBOVBRASIL, criado por nós, assim como o acesso às informações do animal ou lote permitido pelo MAPA.
    Esta atividade nada mais é do que o responsável técnico da fazenda produtora de alimento, para que o profissional tenha uma boa remuneração é preciso trabalhar numa região ou município que tenha no mínimo um rebanho de 100.000 cabeças.
    Sou presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado de Rondônia, com inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária de Rondônia CRMVRO Nº 0001.
    Se for preciso explicar melhor como ressarcir as certificadoras e os certificadores estarei a disposição. Sou consultor de agronegócio e autor do sistema do SICBOVBRASIL que não está mais atuando.

  10. Jogi Humberto Oshiai disse:

    Meu caro Presidente da Única,

    Acredito que os comentários acima mencionados e muitos outros que temos conhecimento ao longo dos anos justifica a necessidade da Única adotar nova postura com vistas a mudar radicalmente a visão da maioria dos pecuaristas que são representados por nossos amigos de velhas datas e que podem contribuir também para manter um novo diálogo com o novo representante das indústrias de exportação, levando em consideração que não podemos de maneira alguma aceitar que o desenvolvimento do setor retorne a “idade das pedras” somente por ter atualmente um mercado interno aquecido como lembra o meu conterrâneo de Presidente Prudente.

    Esclareço que não vejo o agronegócio brasileiro como um simples burocrata que atua na capital da UE e sim com profissionalismo com base na origem de neto de pecuarista e filho de engenheiro agronômo ex-produtor de algodão e de gado leiteiro e de engorda, ou seja, um caipira do interior de SP muito mais ligado no passado a produção do que a indústria.

    Vale recordar as inúmeras reuniões com o setor privado, visitas aos governos de Estados, MAPA, deputados federais e senadores, sobretudo em 2008, que acabaram de certa forma não evoluindo o suficiente para conquistar a almejada credibilidade para retomar as exportações de carne in natura para o mercado comunitário com o levantamento da exigência da lista de propriedades.

    Não serão as visitas oficiais à UE como as de julho passado que irão mover “as pedras do nosso caminho”. O trabalho deve ser realizado na direção que estava sendo adotado pelo ex-Secretário Inácio Kroetz, que soube conquistar pessoalmente credibilidade, junto aos colegas e amigos da UE, por meio de trabalho sério que consistia em simplesmente implementar as promessas para adequar o sistema brasileiro às exigências comunitárias.

    Congratulo a iniciativa da Única de ter já se reunido com onovo Presidente da ABIEC que tem conhecimento do histórico da rastreabilidade no Brasil do ponto de vista governamental e do setor privado e, desta forma, pode contribuir, igualmente, em construir junto com o governo, produtores e certificadoras um sistema que beneficie doravante todo o setor independentemente dos montantes dos prêmios que estão sendo cogitados pelos produtores que muitas vezes não são reais.

    Uma pergunta do estilo do Miguel – se ganhar dinheiro com a indústria da carne é considerada fácil pelos “entendidos” no assunto ainda me pergunto a razão pela qual os produtores ainda não tentaram ganhar fortunas com a indústria e não com a produção ?

    E como dizem os francofanos: LA NUIT PORTE CONSEILLE !

    Boa noite a todos !

    Jogi Humberto Oshiai
    Director for Latin America Trade to the European Union
    O´Connor and Company
    European Lawyers
    Rue de Spa 30
    B-1000 Brussels

    SKYPE: jogioshiai
    E-mail: j.oshiai@oconnor.be
    Mobile Belgium: + 32 (0) 475 – 604782
    Mobile Netherlands: + 31 (0) 6 – 23971002
    Mobile Brazil: + 55 – (0) 11 – 6552 3537

  11. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado Sr. Rodolfo Raineri,

    Minhas posições a respeito estão registradas em muitos “escritos” no espaço “BeefPoint”, inclusive em debates acalorados com alguns usuários também BeefPoint.

    Não sou contra Rastreabilidade, sou contra a forma de como tentam faze-la, com o “ente Estado” determinando como fazer, sem levar em consideração, os diferentes níveis de propriedades existentes no país.
    Nos impondo custos desnecessariamente altos, sem o retorno devido, tentando fazer um grande estoque de animais, para garantir aos frigoríficos exportadores que se abasteçam com facilidade, sem o ônus equivalente a qualidade do que esperam obter.

    Eramos obrigados a comprar brincos de péssima qualidade (material e gravação), que nos eram enviados por “Sedex”… Muitos de nós aplicavam o brinco no momento do embarque, outros tantos os enviavam nas cabines dos caminhões pelos próprios motoristas…

    Todos sabiam, o que, e como, estava sendo feito… mas prevaleceu a máxima ainda em vigor: Finge que faz que eu finjo que acredito…

    Brinco e bottom… perde-se um deles, usa-se o outro para fazer pedido de reposição para o perdido… mas o processo de reposição é tão absurdo, que os produtores preferem pedir novas duplas (brinco e bottom) e recadastrar o animal.

    Burocracia desnecessária e cara… e junto vem o custo das certificadoras, afinal, regras confusas necessitam de empresas especializadas em “destrinchar” os absurdos do tal sistema…

    O mais interessante, é que não encontrei um única linha postada por alguma Certificadora, sobre os absurdos ocorridos na Fazenda Campo Triste em Tres Lagoas (Grupo Katayama).

    Pois é…Difícil conciliar interesses… afinal é um cliente em potencial, que necessitará mudar de Certificadora, pois a que os atendia deverá sofrer os rigores da lei… ou não?

    De que adiantou ser tudo… certificado sisbov, Eras, Lista trace etc… eles fizeram o que fizeram… e por muito tempo… ninguém falava nada…

    O conjunto das irresponsabilidades existentes entre os envolvidos, de uma só tacada, desmoralizou e desqualificou o sistema de produção, os controles e os responsáveis por eles… dando razão e argumentos aos que defendem a não importação de carnes do Brasil.

    Pois é… a velha máxima com pequenas adaptações… “Finge que Não faz, que eu finjo que Não vejo”…

    No ar as questões abaixo:
    E como ficam as certificações Sisbov, Eras ou Lista Trace?
    E como fica a Certificadora que lhes dava assistência?
    E como ficam o veterinário e o Zootecnista responsáveis?
    E os Frigoríficos que são abastecidos com os produtos desta propriedade?
    E o sisbov, que não evitou que carnes produzidas por fazendas certificadas chegassem a países estrangeiros…

    E o povo? comerá a carne produzida com dejetos de frango ou galinha… aquela mesma carne que não serve para alimentar estrangeiros…

    Triste país o nosso, onde a lei, é mais para uns que para outros, não importando se os números da vez são o 13 ou o 45

    Abraço, Saúde e Sorte.

    JMM

  12. Carlos A. Oliveira disse:

    Prezados,
    A chamada rastreabilidade da pecuária bovina começou errado no BR, continua e vai continuar no erro. O modelo foi desenvolvido por pessoas que não conhecem a realidade de uma propriedade rural. Este mesmo modelo foi apresentado como a rastreabilidade brasileira junto ao mercado internacional e os importadores passaram a cobrar a aplicação do modelo. O mundo não faz este tipo de rastreabilidade que o Brasil tenta fazer e vem continuando a tentar. Acredito que existam dois tipos de erros: o primeiro na alta quantidade de informações desnecessárias a serem inseridas para realização do SISBOV; o segundo grande erro é que não há vantagem para o produtor implantar o SISBOV. O SISBOV deveria ser transformado em um sistema de informações bem simples, dando responsabilidade técnica a profissionais devidamente registrados em seus conselhos profissionais, eliminando de forma definitiva a tal da certificadora. O sistema de informações deveria agregar valor gerencial para os produtores. Criar a desoneração de tributos fiscais a produtores inscritos no SISBOV. Fazer o boi aparecer para o fisco sem medo. O ganho zootécnico e fiscal que poderá ser obtido com a aplicação de um SISBOV simples e interativo, suplanta de forma absoluta qualquer R$ à mais que venha a ser pago por arroba. O grupo que trabalha no SISBOV é muito fechado, não aceita sugestões, a academia já tentou por diversas vezes contato, visando mostrar que a simplicidade e objetividade operacional, aliada a incentivos fiscais poderia fazer o SISBOV funcionar, mas sempre encontramos as portas do SISBOV fechadas. Continuamos a disposição para demonstrar como poderia-se agregar valor para o produtor na aplicação do SISBOV.
    Prof.Carlos A Oliveira
    UFRRJ

  13. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Prezado José Manuel de Mesquita,

    Não conheço detalhes do episódio envolvendo a Fazenda Campo Triste em Tres Lagoas (Grupo Katayama), mas já registrei minha indignação neste site e infelizmente não posso acrescentar muita coisa a respeito.

    Mas posso e vou falar genericamente sobre situações similares. E não para defender qualquer desvio dos envolvidos, mas para esclarecer as limitações inerentes de sistemas de certificação. Nenhum processo de certificação evita integralmente os desvios.

    Para inicio de conversa há pessoas envolvidas e eventualmente há erros de conduta da certificadora e/ou da empresa certificada. Nenhuma operação humana é perfeita. Em segundo lugar, pela sua natureza, a certificação é baseada em vistorias periódicas as empresas certificadas e não em monitoramento em tempo real da operação. Ocorrências não registradas pela empresa certificada e que não puderem ser detectadas in-loco durante a vistoria periodica da certificadora não tem como serem consideradas.

    Imagine hipoteticamente um propriedade que durante a última vistoria da certificadora responsável não possuía de fato qualquer indício de uso de cama de frango na alimentação dos animais e que após esta data decidiu adquirir e fornecer o produto aos seus animais, obviamentes sem comunicar a certificadora. Imagine ainda que mediante uma denúncia anonima esta propriedade sofra uma auditoria do órgão de defesa competente posterior a vistoria da certificadora e que de fato encontre as provas da infração cometida. Como tratar uma situação como esta?

    O que estou querendo disser é que cabe ao órgão acreditador, no caso do SISBOV o MAPA, auditar sistematicamente as certificadoras por ele credencidas e, baseado nas evidências, separar sempre que necessário o joio do trigo. Um erro pode ser da certificadora e do produtor ou apenas do produtor. E é esta sistematica de auditorias sistemáticas que garante o padrão de qualidade da operação das empresas certificadoras. Um desvio da certificadora pode gerar consequências que vão de advertências a suspensões e no limite descredenciamento. E atualmente 100% do trabalho das certificadoras é auditado pelo governo. Ou, em outras palavras, o risco de desvios intencionais das certificadoras e produotres certamente é elevadíssimo e não compensa.

    Por isto estou seguro que, a despeito da detecção de eventuais problemas em ERAS, os controles sobre as propriedades certificadas é, na média, muito superior ao das outras propriedades. Só que maior segurança não é o mesmo que ausência de risco. E não podemos a cada vez que detectarmos um problema pontual simplesmente por em cheque todo o sistema. É preciso introduzirmos mais racionalidade no debate. Será que em propriedades não ERAS o problema de fornecimento de cama de frango é maior ou menor?

    Att,

  14. Rafael Roman Henares disse:

    Prezados

    Concordo plenamento com o RODOLFO RAINERI, SISBOV hoje está perfeito, o sistema de rastreabilidade hoje estabelecido está encaminhando cada vez mais pro sucesso, hoje o mundo nos aprovou, deram os parabéns para o nosso sistema de rastreabilidade, então pra que fazer mudanças ? O Sistema tá perfeito, cada vez aperfeiçoando mais. Então mudar pra que se tudo está encaminhando correto.

    Att Rafael R. Henares

  15. RODOLFO RAINERI disse:

    Prezado Sr. José Manuel de Mesquita.
    Entendo perfeitamente o seu posicionamento. Acho, inclusive, justíssimas as suas colocações, principalmente no tocante ao modo como o sistema era levado, com identificações realizadas no embarque (muitos até levavam os brincos no caminhão, como você bem lembrou). Sempre leio seus comentários aqui no beefpoint e você resume de forma emblemática o que era o Sisbov: “Finge que faz, que eu finjo que acredito…”
    Creio, no entanto, que o mais apropriado seria: “Todo mundo fingia que fazia esperando que os europeus acreditassem…” Pois é. Mas eles não acreditaram. E avisaram reiteradas vezes que iriam embargar a importação, caso o Brasil não apresentasse um sistema confiável. Você deve lembrar bem disso. Todos nós lembramos. Mas, como isso não aconteceu, o bloco europeu (o cliente) precisou mostrar que estava falando muito sério. E veio o embargo, em janeiro de 2008. Para quem trabalha há 7 anos com rastreabilidade bovina, que é o meu caso, foi sem dúvida alguma, o marco divisor do Sisbov. Assim, para mim, existe o período A.E.(antes do embargo) e D.E.(depois do embargo).
    No período D.E. José (permita-me chamá-lo assim), houve uma transformação profunda do sistema. E tudo aquilo que você mencionou, ficou no período A.E. Por uma razão muito simples. O Mapa passou a exercer finalmente o seu papel, o de agente fiscalizador do processo, auditando 100% das propriedades, certificadoras e frigoríficos. A partir daí, é fato, muitos abandonaram o sistema, produtores, certificadoras (havia mais de 70 até então), técnicos de campo. Certamente por acharem que as regras impostas pelo seu marco regulatório, a IN 17, eram impraticáveis no campo.
    Foi então que todos nós, Mapa, produtores, certificadoras, etc., começamos a aprender a fazer rastreabilidade, e descobrimos que a norma vigente, embora não perfeita, é sim, viável. Paralelamente se desenvolveu (continuamente) uma base de dados informatizada robusta, ágil e, principalmente, confiável, a Base Nacional de Dados do Sisbov (com elevados investimentos públicos, é bom que se diga).
    E chegamos onde estamos hoje. O Brasil deixou de fazer rastreabilidade de “faz de conta”, “pra inglês ver”, já há um bom tempo. E alcançamos este patamar com a ajuda de produtores e certificadoras que persistiram no caminho da seriedade. Com elas. E não apesar delas, como muitos querem fazer parecer. O sistema precisa melhorar ainda mais? Claro que precisa. Como se sabe, tudo muda o tempo todo meu caro José Manuel. O grande desafio que está agora à nossa frente é: Qual caminho escolher? É o futuro das exportações brasileiras (ao bloco econômico que melhor paga pela nossa carne) que está em jogo. E todos que serão direta ou indiretamente atingidos por essa escolha têm o direito de se manifestar, opinar. Felizmente vivemos em um estado de direito, democrático, onde a constituição garante a liberdade de expressão e manifestação, desde que a liberdade de um não fira a liberdade do outro.Abço.

  16. QUINTILIANO RODRIGUES DA CUNHA JÚNIOR disse:

    Prezados,

    Alguém pode nos instruír como fazer para que outros estados consigam a proeza que MS conseguiu de não carimbar as GTA´S caso o frigorífico não pague bonus aos animais rastreados e assim garantir que a carne desses animais não seja exportada e sim destinada ao mercado interno? (Como no comentário do Sr. RODOLFO RAINERI).

    Obrigado.

  17. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezados Srs.
    RODOLFO RAINERI, Rafael Roman Henares e José Ricardo Skowronek Rezende

    Acredito que o sistema ainda não está bom, mesmo depois de 2.008.

    Se estivesse bom, produtos processados pelo maior frigorífico do país (mundo?), não desembarcariam com substancias proibidas ou não, em quantidades maiores do que as permitidas… Para piorar, ocorrências em sequência aconteceram nos EUA, Rússia, UE, e agora o Japão… tudo em menos de 120 dias… Não mais estamos falando do problema da Fazenda Campo Triste (Katayama), e sim de produtos processados em datas diferentes, sendo embarcados para países diferentes, por um grande frigorífico…

    Voltando ao caso da Fazenda em Tres Lagoas: O “mal feito descoberto”, aconteceu pós 2008, quando o sistema “estava bom”… e não foi uma ocorrência isolada, pois o produto em pauta “cama de frango ou de galinha” é produzido há muito tempo em avicultura do mesmo grupo… Na região muita gente sabia, que era comum a utilização deste produto nesta propriedade… menos os veterinários, zootecnistas, certificadora, Sisbov, Eras etc… Estranhamente conveniente…

    Concordo que a democracia permite opiniões divergentes, e por isso sugeri que os “produtores” também devam ocupar o espaço Sisbov, mencionado no artigo que deu origem a esse nosso bate-papo.

    E, o problema da substituição do brinco perdido, é real e ainda vigente no pós 2.008.

    Infelizmente as canoas em que temos nossos pés, são diferentes, com objetivos também diferentes. Portanto nem sempre o que o sistema nos obriga a fazer é bom para quem produz, ao contrário do que pode representar para as certificadoras.

    Vou aproveitar alguns parágrafos de escritos anteriores, para mostrar o outro lado da moeda, ou seja: O de quem em geral paga as contas, e vive do trabalho de produzir.

    Convido-o a ler os comentários publicados pelos usuários Beefpoint a respeito do tema Sisbov… A quase totalidade deles, discorda e tem sérias restrições a sua utilização.

    Faça uma busca dentro do site Beefpoint com as palavras Sisbov ou Certificação ou ERAS ou Auditoria ou Embargo… (individualmente ou em conjunto), e veja se o sistema é seguro, bom de planejamento e execução, conforme a defesa feita por vocês que vendem consultoria.

    Não deixe de ler o comentário do usuário Miguel José Thomé Menezes do dia 01/07/2008 – Rastreabilidade Sisbov – um mundo a parte.
    Leia também os 17 comentários agregados a ele, e veja como é o mundo real de quem sobrevive produzindo.

    Não se iluda, quem julga o sistema são seus usuários e os resultados de sua aplicação. Se tal sistema fosse bom, não haveria tantos produtores inconformados com sua má operacionalidade, nem permitiria que carnes (processadas ou não) chegassem ao cliente contaminadas com quaisquer tipos de substâncias químicas, impróprias ou não adequadas ao consumo humano.

    Pois é…

  18. RODOLFO RAINERI disse:

    Prezado Sr. José Manuel de Mesquita.
    Embora discordando de alguns de seus pontos de vista, sou obrigado a reconhecer, no entanto, que se desde o início do sisbov tivéssemos tido muito mais discussões desse nível, como o senhor acertadamente chamou de “bate-papo”, e menos discussões raivosas, inquisitoriais, buscando sempre um único culpado para todos os problemas, como se a razão destes não fosse a própria natureza do Sisbov, ou seja, um grande sistema de informações, com a participação de vários agentes públicos e privados e, absolutamente novo!
    Afinal, até 2002, quem já tinha ouvido falar em rastreabilidade? Quase ninguém. Estamos aprendendo continuadamente a fazer rastreabilidade. E isto não é privilégio só da pecuária de corte. Em todos os setores produtivos, mais e mais se fala sobre a necessidade de se saber a origem dos produtos consumidos em qualquer parte do mundo, conforme vão surgindo os problemas naquele que é o principal elo da cadeia produtiva: o consumidor final.
    E permita-me discordar do senhor em relação à função primordial da rastreabilidade. Não obstante o fato dela também ser uma ferramenta que pode, realmente, coibir práticas inaceitáveis em todas as fases da produção e distribuição de um produto, seu conceito fundamental e universal é, segundo a própria NBR8402/1994, da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, a “capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de uma entidade (ou item) por meio de identificações registradas”.
    Ou seja, a rastreabilidade permite que, em eventos como o senhor exemplificou, se recupere toda a linha de origem e distribuição dos produtos contaminados, gerando subsídios para que se punam os verdadeiros culpados (sejam eles produtores, certificadoras ou ambos), sem que terceiros arquem com esses custos.
    Concluindo, é necessário ressaltar que temos pelos menos um ponto em comum: o entendimento da necessidade de que esta discussão não pode ficar restrita aos gabinetes. Ela deve ser aberta, ampla, geral e irrestrita, com a participação efetiva de todos os elos da cadeia produtiva.
    Abraços e bom final de semana a todos.

  19. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Srs,

    Gostaria apenas de frisar um ponto importante para esta discussão: Certificação e fiscalização são coisas bastante distintas.

    O S.I.F., por exemplo, é um serviço de fiscalização preocupado em garantir a sanidade da carne produzida pelos frigoríficos. E para isto conta com fiscais in-loco acompanhando a operação do frigorífico.

    Na certificação dos ERAS as vistorias são pontuais. Não há um monitoramento permanente do processo produtivo na propriedade.

    Att,

  20. Roberto Ferreira da Silva disse:

    Olá a todos,

    Conhecemos vários empresários rurais que vêem o processo do SISBOV como mais uma ferramenta de gestão pecuária.

    É passado o tempo em que “o olho do dono engordava o gado”, agora em um novo cenário, é necessário o uso de um maior número possível de ferramentas para gerir o maior negócio que temos no Brasil, uma vez que somos um país agropecuário.

    Se continuarmos com mesquinharias, arrogâncias, rachas, rancor, o destino já é conhecido, o fracasso do TODO.

    Agindo com inteligência, usando a experiência acumulada de todos, respeitando os direitos, deveres e as diferenças, podemos continuar crescendo e amadurecendo o sistema e não um grupo único participante do processo.

    É necessário a união e não a imposição !

    Não se pode jogar fora tudo que passamos, sofremos, amadurecemos e construímos.

    Vivemos num regime democrático. Que este seja respeitado nos pensamentos e ações dos órgãos que possuem a responsabilidade de gerir o SISBOV.

    Pedimos que olhem para trás e que não façamos “aquilo tudo outra vez”.

    Sucesso a todos !!!

  21. Luciano Medici Antunes disse:

    Prezados leitores do BeefPoint,

    Em nome da Única, Associação das Certificadoras Oficiais do Programa SISBOV, que representa as empresas do setor acreditadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e, igualmente, empresas que produzem brincos de identificação, tenho a satisfação de informar que apesar de nossa Associação ter iniciado muito recentemente suas atividades, nesta última sexta-feira, 5/11/2010, tivemos o prazer de contar com representante da nossa Associação na 64° Reunião da “Dutch Meat Import Association” (DMIA), realizada em Amsterdam, com a presença de autoridades competentes de governos de terceiros países exportadores de carnes para o mercado comunitário, associações européias e dos membros da DMIA, que o nosso representante não deixou de encontrar com os Presidentes e Diretores de empresas do porte da Zanderbergen e Intervleess, entre outras empresas holandesas, de importância histórica para muitas indústrias exportadoras brasileiras.

    Informo que, o nosso representante para a referida Reunião, Senhor Jogi Humberto Oshiai, que sempre defendeu com êxito os interesses do agronegócios brasileiro junto à União Européia, e que teve ou tem no portafolio de seus clientes empresas pequenas, médias, multinacionais brasileiras do setor, além de Federações da Agricultura e estados brasileiros, explicou minuciosamente os objetivos da Única ao Presidente, Vice-Presidente e diretores da DMIA que tiveram reação consideravelmente positiva e salientaram que a iniciativa da Única iria com certeza contribuir para que o comércio entre o Brasil e a União Européia venha a ser retomado a curto e médio prazo levando em consideração que, segundo os holandeses, o mercado brasileiro não continuará aquecido para sempre, o gado não custará sempre tão caro como atualmente e que, sobretudo, duvidam que o Real continue nesse patamar que prejudica as exportações brasileiras não somente de carnes bovina in natura, mas todos os outros produtos das indústrias exportadoras brasileiras.

    A Direção Executiva da DMIA se prontificou a encaminhar carta da Única, entregue em mãos pelo Senhor Oshiai ao Presidente da DMIA, Senhor Ronald Dreijer, aos associados da referida Associação com vistas a buscar colaboração entre a Única e membros da Associação holandesa que buscam, igualmente, alternativas para restabelecer o comércio de carne bovina in natura com o Brasil.

    Vale ressaltar que o Senhor Oshiai, recebeu com satisfação os comentários ds representantes da DMIA que salientaram com otimismo o tema do retorno do Senhor Antonio Jorge Camardelli à ABIEC na função de Presidente e congratularam a Única por ter já feito reunião com a referida Associação que, segundo os holandeses, tem um papel fundamental na reconstrução do comércio de carne bovina in natura entre o Brasil e a UE.

    Cordialmente,

    Luciano Medici Antunes
    Presidente da Única

  22. Rafael Roman Henares disse:

    Prezado Sr. José Manuel de Mesquita

    De 2008 pra cá, tem melhorando e muito, depois do Novo Sisbov, tudo vem se ajustando, estamos cada vez aprendendo mais, direto o SISBOV vem com suas atualizações através de novos ofícios, facilitando o trabalho e mais simplicidade na realização de serviços para os produtores, tornando o serviço cada vez mais complexo.
    Sisbov vem crescendo e melhorando cada vez mais e temos acompanhado esse desenvolvimento, para assim oferecer informações mais rápida e precisa para os produtores.

    Att Rafael R. Henares

  23. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Prezado Sr José Manoel de Mesquita,

    Admiro os apaixonados pelo que fazem. Eles é que nos movem adiante. E creio, pela forma como se exprime, inclusive compartilhando graciosamente sua experiência profissional comigo em uma ocasião, que se encaixe nesta categoria.

    Respeito também sua opinião radicalmente contrária ao sistema de rastreabilidade bovina implantado no pais, apesar de não partilha-la. E sempre procurei debater o tema da forma mais educada e racional possível.

    Mas não aceito a crítica, já feita anteriormente, que eu esteja com um pé em cada canoa e defendendo idéias por interesse pessoal. Sempre que levanta-la terei que protestar com veemencia.

    Sou antes de tudo pecuarista. Já atuava nesta área muito antes de você ingressar na atividade e continuo atuando após voce se retirar, ainda que a contra-gosto. E se depender de minha vontade não abandonarei o setor, pois também nutro uma paixão verdadeira por ele.

    E justamente por participar do SISBOV desde sua criação e ter sempre me esforçado ao máximo para adequar minha operação as suas exigências sei que é injusto não reconhecer os imensos avanços pós 2008. E comigo estão quase outros 2.500 produtores rurais. Faço minhas suas palavras: pesquise um pouco, aqui mesmo neste site, os relatos postados aqui no Beefpoint, pós 2008, por produtores que persistiram e conseguiram certificar suas fazendas. Verá que as preocupações e criticas são completamente diferentes das suas.

    Agora, passados 8 anos, não podemos confundir mais rastreabilidade com certificação, nem certificação com fiscalização. Uma fazenda certificada não quer disser perfeita. E pela sua óptica parece que qualquer falha ou desvio no processo produtivo que se detecte, por qualquer meio, é sinônimo que o sistema não funciona. Por favor é imporante entedermos que o SISBOV não veio redimir todos os pecados do setor.

    Att,

  24. Luciano Medici Antunes disse:

    Prezados Leitores,
    Apenas posto meu comentário para endossar as sábias palavras do José Ricardo. O ser contra por ser contra não funciona mais em nenhum setor econômico organizado. Todos os processos de avanço, e rastreabilidade é um GRANDE avanço, passam por ciclos de amadurecimento absolutamente normais e inerentes ao processo. Ao usar a teoria do “ponto sujo”, quando dizemos que toda uma parede perfeitamente pintada não presta porque há um ponto que está manchado, se incorre em desrespeito a inteligencia de todos. Neste caso se botar a parede abaixo ou se retocar o ponto específico? Os defensores de colocar a parede abaixo devem rever seus conceitos. Seja para a rastreabilidade, seja para suas vidas.

  25. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado José Ricardo,

    A resposta a seu comentário de 18/11/2010 tendo como referência o artigo “Grupo Única: certificadora cobra espaço em decisões do Sisbov” é longa, e provavelmente será publicada em meu Blog por falta de espaço na seção de cartas, afinal minha resposta possui 1.209 palavras, 7.935 caracteres (com espaços), ou bem perto disso, bem mais do que os 3.000 permitidos.

    Abraço, saúde e sorte,

  26. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Tenho observado este caloroso debate sobre a rastreabilidade.Um ponto chama-me a atenção, o debate esta restrito a poucas pessoas interessadas no assunto,e não há grande participação dos produtores.Porque?A rastreabilidade não tem trazido retorno economico aos produtores.Mercado interno aquecido e o mercado eexterno desaquecido.Quando houver demanda por carne certificada,teremos um novo foco para a rastreabilidade.Haverá um dia em que toda carne produzida deverá ter origem conhecida,tanto para o mercado interno como externo.
    O novo Sisbov é viável,adere quem quer,e quem aderir tem como responsabilidade cumprir as normas.Acredito que esta nova associação deva fiscalizar com afinco seus associados,para que não aconteça as falcatruas do antigo sistema.Como dizem os arabes,o mercado é como o vento do deserto,a qualquer momento ele vira e transforma tudo.

  27. Luciano Medici Antunes disse:

    Pessoal, bom dia.
    Respeitando e concordando com a opinião do José Francisco, acho que temos um dado que podemos considerar como manifestação favorável ao SISBOV. São as mais de 2.200 propriedades que já estão na LISTA TRACES (voluntáriamente) e as demais que estão em processo de certificação. Chegamos então a 5.000 produtores que aderiram por livre e expontânea vontade ao SISBOV por verem vantagens de gestão e remuneração. Nenhum destes 5.000 foi obrigado a fazer o que está fazendo e tem porta aberta para sair na hora que desejar. Assim como os demais, tem a porta aberta para entrarem. Estes 5.000 sim são os grandes interessados no processo. Nós das certificadoras somos prestadores que serviços que existimos, ou não, ao sabor do mercado. Bem como ocorre com qualquer atividade econômica neste planeta.

  28. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Prezado Roberto Mesquita,

    Creio no avanço da atividade pecuária em geral e que ainda chegaremos a ver toda a produção nacional rastreada, independente de sua destinação, como defende com propriedade. Mas chegaremos lá por exigência dos clientes, não por imposição. E precisamos ser realistas, a implantação será progressiva.

    Outro aspecto que lentamente começa a ser percebido, afora os relacionados aos direitos dos cnsumdores, é a contribuição que estes mesmos controles podem dar na gestão das propriedades. É uma revolução gerencial que ainda vai dar muitos frutos nos próximos anos.

    Att,

  29. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Prezado roberto,

    o sisbov é de adesão voluntária.posso não querer participar do sistema e contentar-me com os valores pagos para o mercado nacional.que infelizmente hoje não faz diferença.
    quem definirá as regras de comercialização e certificação do produto serão os compradores,que procuram atender as regras de seu mercado, alguns são muito intransigentes outros mais flexiveis.a concordância com as regras e os possíveis acertos e desacertos,será responsabilidade do produtor que tem a liberdade de aderir ou não.
    concordo com comentário do josé ricardo.na implantação do sistema os ganhos na gestão das propriedades é muito grande,tivemos experiências inusitadas desde descoberta de desvio de animais em fazendas,e muitos clientes se surpreendendo com sua baixa produtividade ,quando aproveitamos o trabalho para implantar um sistema gerencial.

  30. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Contrariando as expectativas do Luciano Antunes, o número de estabelecimentos ERAS chegou a um platô e agora começa a cair:

    Em 22-11-2010 TOTAL 2227 – ES 22 holdings, GO 503, MG 607, MS 320, MT 414, PR 47, RS 137, SP 177.

    Em 02-12-2010 TOTAL 2221 – ES 21 holdings, GO 499, MG 588, MS 332, MT 420, PR 45, RS 136, SP 180.

    Acho que Goiás (maior estado confinador) e MG (estado onde houve intenso trabalho de Gilman Viana, secretário da Agricultura) mostram a tendência que vai atingir os outros estados, inexoravelmente.

    Estão fora da lista, já há algum tempo, José Roberto Pires Weber e Emerson Figueira, dois críticos acerbos de meu artigo ´As conseqüências econômicas da “nova” rastreabilidade´, que pode ser consultado em

    https://beefpoint.com.br/?noticiaID=58115&actA=7&areaID=15&secaoID=127

  31. Jogi Humberto Oshiai disse:

    Prezados senhores,

    Participei da Conferência Internacional da EPAA, em Bruxelas, e durante discussão com o professor do Departamento de Biologia Celular e Neurociência do “Istituto Superiore di Sanità” de Roma, lembrei que o nosso Frank Zappa dizia “There is no progress without diversion”.

    Trazendo a frase para nossa discussão sobre rastreabilidade de bovinos temos que tolerar “os sempre do contra” que pouco contribuem para o avanço da discussão, mas fazem parte da diversidade “necessária” para o progresso, segundo Zappa !

    Felizmente, temos no Brasil, muitos profissionais do governo e do setor privado que trabalharam muito neste tema e espero que a participação ativa destes, inclusive de pecuaristas de primeira, possam alavancar de uma vez por todas a rastreabilidade no Brasil com vistas a obter resultado que possa beneficiar toda a cadeia produtiva.

    Cordialmente,

    Jogi Humberto Oshiai