Atacado – 30/11/10
30 de novembro de 2010
Mercados Futuros – 01/12/10
2 de dezembro de 2010

Debate técnico e jurídico a respeito do conceito da venda a rendimento de carcaça

Além de produtor rural sou advogado, e ao longo de minha trajetória profissional tenho atuado no meio frigorífico. Pelo conhecimento que adquiri nestas "duas pontas" somada a visão jurídica, me senti inclinado a sugerir que o BeefPoint fomente, um debate técnico e jurídico a respeito do conceito da "venda a rendimento de carcaça", contrato atípico concluído por regras ditadas unicamente pelo comprador, no seu estrito interesse. Somente com a intervenção de nossas entidades representativas mobilizando parlamentares ligados ao agronegócio é que se poderá conseguir a regulamentação desta modalidade de compra, há anos praticada, somente pelo interesse do comprador, que estipula conceitos e condições, definições de pontos de pesagem.

Caro Miguel Cavalcanti,

Além de produtor rural sou advogado, e ao longo de minha trajetória profissional tenho atuado no meio frigorífico. Pelo conhecimento que adquiri nestas “duas pontas” somada a visão jurídica, me senti inclinado a sugerir que teu site fomente, um debate técnico e jurídico a respeito do conceito da “venda a rendimento de carcaça”, contrato atípico concluído por regras ditadas unicamente pelo comprador, no seu estrito interesse.

O peso da pecuária na economia nacional, envolvendo milhões de produtores e meia dúzia de empresas frigoríficas, necessita de instrumentos de proteção aos pecuaristas que isoladamente não possuem poder de barganha e tampouco conhecimento técnico para lutarem pelo real valor da sua mercadoria.

Somente com a intervenção de nossas entidades representativas mobilizando parlamentares ligados ao agronegócio é que se poderá conseguir a regulamentação desta modalidade de compra, há anos praticada, somente pelo interesse do comprador, que estipula conceitos e condições, definições de pontos de pesagem.

Não conheço muito bem a história, mas pelo pouco que estudei, sei que no tempo das charqueadas, o pagamento do gado era feito pelo número de unidades da tropa e empiricamente conforme seu peso. As tropas eram adquiridas vivas e pagas no ato com moedas de ouro ou promissórias de poucos dias para serem descontadas nas principais casas comerciais onde situavam as charqueadas. Com a frigorificação, os americanos e ingleses (Swift, Armour, Anglo, Wilson) passaram a utilizar balanças instaladas em estações de trem e algumas propriedades privadas. Se chamavam balanças credenciadas. Igualmente o gado era pago pelo seu peso vivo.

Não sei a partir de quando começou a venda “a rendimento”, mas com toda a certeza foi imposta unilateralmente pelos frigoríficos, que nesta modalidade tiraram do produtor o controle do valor da sua mercadoria.

Antes a forma de comercialização era objetiva. Pesa tanto. Vale tanto. Depois, cada frigorífico impôs seus critérios de classificação, descontos, pontos de pesagem, etc. Estes critérios nem sempre são éticos ou juridicamente justificáveis e pela brutal concentração, o produtor rural tornou-se o elo mais fraco da cadeia. O hiposuficiente econômico. E por questão de sobrevivência obrigado, a sujeitar-se as condições de pagamento, preços e classificações depois do gado morto. Depois da rês abatida não há como desistir do negócio.

Abaixo exemplifico algumas práticas realizadas pelos frigoríficos e que na minha visão jurídica, salvo melhor juízo, são ilegais, antiéticas e abusivas, e por isto invoco um estudo e debate técnico e jurídico, a nível nacional como é a abrangência do BeefPoint.

– HEMATOMAS: Antes da pesagem da carcaça são retirados fartamente os hematomas ocorridos durante o transporte dos animais.

O artigo 496 do Código Civil/2002 assim preconiza:

Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.

Como a tradição (entrega) é feita na fazenda, então a partir do embarque do gado os riscos são do frigorífico. O produtor não tem de responder por qualquer fato ocorrido depois, sejam hematomas acidentes ou qualquer outro evento. Dispõe também a lei comercial que a responsabilidade por fatos ocorrido durante o transporte é objetiva do transportador. Quer dizer, a culpa sempre é do transportador, salvo os casos fortuitos ou da força maior.

– CISTICERCOSE: Hoje o MARFRIG, desconta 20% do valor da carcaça que apresentar cisticercose viva, por necessitar de tratamento de frio por 6 dias. Questiono? De onde surgiu este número? Pelo que sei, o congelamento da carcaça não acarreta quebra de 20%, e o aproveitamento econômico pelo frigorífico é quase igual ao da carne resfriada.

– TUBERCULOSE: Aqui no sul, como no Uruguai e Argentina, a venda se realiza por intermédio de corretores/consignatários credenciados pelos frigoríficos. Estes corretores sempre revisam o gado antes do carregamento e na maioria das vezes descartam os animais que não interessam ao frigorífico. Assim a escolha é feita pelo comprador. Não raras vezes o produtor em uma tropa de gado completamente gordo é surpreendido pelo desconto de uma rês que apresentava tuberculose. É claro que existem casos onde o frigorífico envia o atestado fornecido pelo SIF, mas existem situações onde o vendedor nunca vê tal atestado, mas aí já é caso de Polícia. Mesmo assim com o fornecimento do atestado, a bibliografia veterinária assinala que pela variabilidade de sintomas e lesões, bem como o caráter crônico da tuberculose, fazem com que o diagnóstico clínico tenha um valor relativo, proporcionando apenas um diagnóstico presuntivo. Entendi pela leitura do material ofertado pela internet, que os sinais clínicos habituais são cansaço, perda de apetite, perda de peso, febre flutuante, tosse seca intermitente, diarréia e gânglios linfáticos grandes e proeminentes. Bom, acredito que um boi ou vaca gorda, naturalmente, não possa ser portador de tuberculose, mas deixo esta indagação para os técnicos, e ressalto minha dúvida em certas avaliações porque a única prova certa para atestar tuberculose é pela prova da tuberculina. O diagnóstico definitivo é efetuado através de cultura de bactérias em laboratório, um processo que exige pelo menos oito semanas.

Neste tema, certa vez, impetrei uma ação de um produtor contra um frigorífico, alegando que a escolha do gado foi feita pelo comprador, e que mesmo condenada a carcaça, havia aproveitamento econômico pela graxaria, e que tal risco era parte da atividade negocial do frigorífico. Ganhei a ação e o produtor recebeu o dinheiro.

– MÍUDOS E SUBPRODUTOS: Aqui vem o ponto que considero mais polêmico sob o ponto de vista jurídico. Abatido o boi, feita a toalete, é pesada a carcaça. Sobre este peso é que vai ser estipulado o valor da rês. Esta sistemática é feita por ser considerada a carne o ÚNICO bem comercial obtido. Tanto que na venda ao varejo, o preço é determinado em razão do preço pago ao produtor.

Vou tentar simplificar meu raciocínio. Se vendi a carne, não deveria o frigorífico me devolver os miúdos subprodutos, cálculos bilhares, cabeça, língua etc..? Quanto isto representa no valor da rês? Porque a cabeça não é pesada junto com a carcaça, se dela sai a língua e carne indústria? O que é literalmente a carcaça? Porque os rins e o sebo, também não são pesados junto com a carcaça?

Penso as vezes entabular uma ação judicial, chamada Prestação de Contas, para obrigar um frigorífico a me informar a destinação dos miúdos e subprodutos que a meu ver ele se apropria indevidamente, já que o que vendo e recebo é somente pela carne e sua quantidade. Não recebi pela língua, rim, fígados, entranhas, mondongo, couro sebo etc.

Poderão contestar dizendo que miúdos e subprodutos pagam o custo de abate, mas eu revidarei dizendo que frigoríficos não são prestadores de serviços, e se fossem não comprariam o gado, e o custo para abater e encargo da atividade comercial deles e não minha.

Também poderão contestar também dizendo que o preço fixado pela carne corresponde a remuneração do animal inteiro e que o rendimento seria só um parâmetro. E ai eu revidarei também questionando, a razão de terem fixado 2% de quebra pelo resfriamento, se o boi no momento que entrou no caminhão não é mais meu e sim do frigorífico.

Vale a pena a título de informação pensar nestes dois artigos do Código Civil, que regulam a compra e venda que abaixo transcrevo:

Art.487 É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.

Art. 489 Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.

É muito interessante e esclarecedor a segunda parte do artigo 487, que determina a licitude da fixação do preço em momento posterior, desde que suscetíveis de objetiva determinação. Poderia dizer que na venda a rendimento não existe uma objetiva determinação. Não há nenhum acordo anterior a venda que permita toalete de certo tecidos e também porque os parâmetros variam consideravelmente.

O artigo 489, prevê a nulidade do negócio quando ao fixação do preço é ao arbítrio de uma só das partes, mas neste caso também é impossível ressuscitar o boi e devolvê-lo ao pecuarista.

Estes são só alguns exemplos do que ocorre. Existem muito mais argumentos jurídicos, mas entendo que o caminho não é de litígios individuais, mas a regulamentação legislativa pela pressão social e política, onde se busque dentro de vários itens, a proibição de desconto por quebra de frio; a obrigação do fornecimento de Nota Promissória Rural na venda a prazo, visto que garante ao produtor crédito privilégio na hipótese de quebra da empresa, ou quem sabe, até mesmo proibindo a aquisição de matéria prima na modalidade de “rendimento”.

E ainda, olhando mais profundamente a situação entendo também que cabe hoje a intervenção do Ministério Publico, tutor dos interesses difusos, para agir em defesa da enorme coletividade de produtores rurais, que sofrem os abusos econômicos e que também podem ser acionados pelos nossos sindicatos, para obrigar as indústrias a termos de conduta como firmamos quando somos fiscalizados por órgãos ambientais e trabalhistas, quando nos encontram na mínima irregularidade.

Desta maneira, devido ao conceito e penetração deste prestigiado site, sugiro, que incentive um debate, no mais alto nível, destas questões que afetam um conjunto enorme de produtores pecuários, hoje hiposuficientes, diante do poderio econômico e monopólio dos frigoríficos, chamando ao debate pecuaristas que possuem formação jurídica, que posso dizer que são milhares neste país.

Saudações,

Eduardo Piccoli Machado.

54 Comments

  1. Ronaldo Rogoni Bononi disse:

    Parabéns Eduardo, sou veterinário e produtor rural no centro de Mato Grosso, e a coisa está mudando, hoje os compradores de carne bovina estão batendo na porteira da fazenda, demonstrando a escassez de produto no mercado. A solução para essa questão é fazer como no Rio Grande do Sul, venda por quilo vivo na balança e pagamento à vista, como ocorre também no paraná. Será necessário estabelecer um instituto de pesagem para calibrar as balanças das fazendas pelo menos 2 vezes ao ano. Um abraço amigo!!!

  2. Elizeu Marcondes do Vale disse:

    Bom dia, primeiramente parabéns pela iniciativa de uma discussão de tal importancia. O momento desse debate é agora, devido a grande procura por parte dos frigoríficos, assim como eles fazem temos precionar para garantir o justo. Na minha opinião a forma mais justa para ambos é a negociação do preço do quilo vivo, pesado na hora do embarque com acompanhamento de comprador e vendedor.
    Gostaria de saber a opinião de outros colegas.

  3. José Adalberto Silva disse:

    Caro Eduardo,excelente abordagem e forma sugerida para suscitar um debate entre as partes envolvidas,tentando evoluir um mecanismo comercial que apresenta vícios.Muitos pecuaristas discutem mas,por não disporem de uma maneira legal e organizada, são obrigados a ´´ engolirem ´´ o atual formato.Como
    representante de uma ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DO VALE DO ARAGUAIA- GO coloco-me à diposição para tal, saudações.
    José Adalberto Silva Médico Veterinário e Pecuarista

  4. Antenor Luiz Braga Netto disse:

    Concordo plenamente ao dito pelo Sr. Eduardo… excelente esplanacao sobre este assunto…. Reafirmando ao sr. Ronaldo… no Paraguai, aonde ainda existem muitos Matadouros Municipais…e alguns frigorificos… estes tb pagam o preco pelo animal pesado no mangueiro da fazenda… descontando um pequena percentagem, quanto ao volume de bolo alimentar e fezes no TGI…
    abraco

  5. Paulo E. F. Loureiro disse:

    Belo artigo Sr. Eduardo!

  6. Gilson Antonio Pessoa disse:

    Parabens pelo artigo.

  7. Jucelino dos Reis disse:

    Se pudessemos contar pelo menos com a atuação do INMETRO, aferindo as balanças dos frigoríficos, probindo o uso de programas de computadores que subtraem o quanto querem de cada banda de carcaça pesada no frigorício, já estava de bom tamanho. Se há de fato necessidade de que o peso acusado pela balança passe por um computador antes da impressora, que seja então um programa disponibilizado pelo INMETRO ou pelo MAPA , lacrado, que impossibilite o frigorífico retirar o quanto quer em cada pesagem.
    Caso contrário é caso de polícia.

  8. Luiz Rodolfo Riccelli Galante disse:

    Quero ir além.

    Concordo que o pecuarista hoje só tem o ônus.

    Só que o estímulo maior deveria ser um modelo de premiar pela qualidade do animal entregue. A célebre classificação e tipificação de carcaças dos países desenvolvidos.

    Imaginemos que uma concessionária de automóveis tivesse uma balança na porta e todo e qualquer carro que chegasse para ser vendido fosse pesado na entrada e o vendedor recebesse por quilo. Já pensou – um chega de Fusca, outro de Porsche e ambos recebem o mesmo valor, afinal de contas, os dois carros pesam quase a mesma coisa. Por isso que só produzimos Fusca.

    De que adianta vender a idéia de ´boi verde´ se o produto não tem ´valor percebido´?

  9. Aurelio Fernandes Rosa disse:

    Eduardo,

    Fico muito feliz e admirado pela sua iniciativa de levantar este debate. Sei que ele é muito polemico e faz com que pensemos como deveria ser esta negociação dos animais que vão para o frigorifico. Muito de meus amigos que já foram no Estados Unidos comentão quem faz esta classificação do rendimento de carcaça é um funcionário do Governo. Um funcionário similar da inspenção federal, por isso, tenho a certeza que este debate enrique a nossa discussão para levarmos uma proposta ao congresso para regulamentar esta forma de negociação entre pecuarias e a industria frigorifica.
    grande abraço, e pode contar comigo neste grande debate.

  10. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado Eduardo Piccoli Machado,

    Argumentação de uma lógica perfeita…

    Infelizmente o “cartel” existente sufocaria quem tentasse na justiça enfrentá-los, com qualquer argumentação… dificilmente tal produtor conseguiria vender seus animais a qualquer um deles (frigoríficos).

    Restaria o abate clandestino ou a venda direta a alguma empresa que arrendasse as plantas dos frigoríficos para eventual abate…

    A justiça é lenta, os caminhos para chegar até ela, custarão muito mais do que as eventuais perdas pelas espertezas observadas em seu artigo, e já conhecidas por nós há muito muito tempo…

    Saída?

    Ação coletiva patrocinada pela CNA ou pelos Sindicatos dos Produtores em cada município do país…

    Mas… a falta de coragem política, ou o envolvimento dos integrantes destas entidades com os cartéis existentes, impossibilitariam tais medidas ao longo dos tempos…

    E assim vamos… muitos abandonando a atividade, pela cana, outros pelo eucalipto, por grãos e muitos pela simples falta de perspectiva de alguma melhora.

  11. Lauro Klas Junior disse:

    Eduardo.

    Muito oportuna tua matéria.
    É importante que as entidades representativas da classe produtora assumam esta discussão.
    Alguns pontos são muito polêmicos, pois sabemos que o gado enviado para abate normalmente é escolhido pelo produtor.
    A varição de raças, e acabamento das reses exige que o gado seja pesado após o abate, que por questão prática tem que ser feita no frigorífico, entretanto as balanças devem ser permanentemente aferidas e monitoradas.
    Quanto ao transporte, concordo totalmente. O transportador é que deve responder pela integridade das carcaças, e nunca o vendedor que não tem qualquer ação nesta operação.
    A classificação por doenças tambem exige definição de critérios e fiscalização do orgão de saúde animal.

  12. Cesar Serafim disse:

    Boa tarde a todos gostei da materia . mas mas uma vez vai fica so na materia .
    gado no pesso vivo e pagamento avista na fazenda ja tem avrios frigorificos fazendo .
    no rs ja usa o sitema de peso vivo , fecha o gado cedo e pesa por kg .
    este e o futuro para os fazendeiros nao deixar mas frigorificos ricos .
    como pode 6 frigorifico mandar em 1 milhao de fazendeiros.
    abrasos

  13. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Prezado Eduardo,

    Parabéns pelo artigo.

    Concordo que existam aspectos muito mal resolvidos na comercialização de animais para o abate e que nossas liderenças precisam pressionar a industria para definirem juntos padrões de conduta nas relações entre as partes que possam ser consolidados em legislação específica.

    Realmente é direito do pecuarista que vende animais na modalidade rendimento saber antecipadamente as caracteristicas da toalete que será feita e acompanha-la. E é direito do produtor solicitar conferência do processo de pesagem sempre que desejar. Mas tanto um como outro direito são difíceis de serem operacionalizados / garantidos pelo produtor isoladamente. Mas certamente existem boas soluções coletivas. No Uruguai, por exemplo, as balanças dos frigoríficos são fiscalizadas pelo governo. E no MT temos a balanaç do pecuarista, que faz de certa forma este papel.

    Também é direito do pecuarista exigir uma NP Rural sempre que vender a prazo, mas confesso que não conheço frigorífico que se recuse a da-la. Apenas não a dão automaticamente. Talvez o que falte seja conhecimento dos pecuaristas a este respeito. Uma idéia seria obrigar os frigoríficos a emitirem as NP para todos os casos.

    Já alguns aspectos são mais complexos. O problema dos hematomas, por exemplo, pode ser oriundo do manejo na fazenda, até o embarque dos animais, ou durante o transporte e desembarque dos mesmos. E lembrem-se que na imensa maioria das vezes a contratação da empresa transportadora é responsabilidade do frigorífico. Só que infelizmente não é possível separar claramente, em situações normais, a responsabilidade pelos hematomas existentes. E atualmente os pecuaristas arcam sozinhos com os prejuízos.

    Mas não concordo com o fim da modalidade de aquisição por rendimento ou com a polêmica dos míudos.

    Pelo contrário defendo a implantação da tipificação de carcaça, para poder se diferenciar o preço do produto fornecido de acordo com sua qualidade.

    Além disto o peso vivo justo exige padrões de jejum mínimo de dificil implantação e conferência. Sua adoção ao invés de ajudar no encontro de uma relação justa entre as partes só dificultaria.

    E como vejo o preço pago pela carcaça já embute o valor dos miudos. Se passarmos a receber pelos miudos estejam certos que passaremos a receber menos pela carcaça. Trata-se de um sofisma.

    O que acho possível e desejável é o pagamento de uma bonificação segundo a qualidade do couro dos animais abatidos. Novamente estou falando em um processo de classificação para diferenciar o preço segundo a qualidade da mercadoria fornecida. E em algum processo de validação do processo de classificação. O que não dá é para o frigorífico ser o único responsável pela definição de aspectos que envolvem o preço e são definidos a posteriori ao fechamento da transação de compra e venda.

    Mas a despeito destas pequenas divergências acho muito oportuno o debate que lançou e acompanharei com atenção seus desdobramentos.

    Att,

  14. SERGIO LOPES SANDIM disse:

    São pessoas assim que prescisamos para defender nossas causas,com embasamento,conhecimento e informação.Aplausos pela iniciativa e espero que os Sindicalistas Rurais veêm com bons olhos para objetivar esse discurso.
    Parabéns Sr.Eduardo !!

  15. Rodrigo Zamperlini disse:

    Parabéns pelo artigo. Com certeza a negociação na fazenda em relação ao peso vivo é o melhor caminho, uma vez que depois de embarcado, nós produtores ficamos nas mãos do transporte e do frigorífico….torcendo para que o “rendimento” seja bom!!

  16. Nelson J. B. Junior disse:

    boa tarde,~
    gostaria de propostas por parte dos produtores para uniao
    dos mesmos para implementar estes atributos na compra e
    venda de gado gordo para frigorificos

    att, junior

  17. Alejandro Roman disse:

    Buenas tardes Eduardo, Buenas tardes Eduardo, asisto totalmente tus opiniones, es correcto plantear el debate, y planteo unas preguntas
    1) Si me van a descontar el 2%, el frigorífico baja el precio de la carcasa en la casa de carne de igual manera?
    2) El frigorífico inicia al proyecto usando como costos de producción los menudos? de ser así los menudos tienen que ser vendidos a costo, no?
    3) El mejor sistema es venta al peso en finca conociendo el tipo de animal que producimos y el rendimiento mínimo, sobre eso establecer el precio.
    4) El mercado esta en falta y eso no va a cambiar, es la hora de cambiar la manera de negociar la mercadería, industria sin animales no da y el churrasco de fin de semana no para.
    5) Una picaña de 1,7 a 2,7 kg tarda 3 años en ser churrasco, atención con eso!!!

    Saludos

  18. Marcos Francisco Simões de Almeida disse:

    Parabéns pelo artigo que, inclusive via beefpoint, fortalece a dissipada classe produtora de carne bovina.
    Precisamos encontrar uma forma de introduzir a nova metodologia de pesagem do gado.
    Uma campanha para num determinado mês só comercializar com a nova forma? um pacto? Como poderemos iniciar em conjunto este movimento?
    Em pleno século XXI, porque arroba ainda existe?
    O peso tem que ser por quilo vivo em pé, e a variação de preço em função do estado do animal.
    Este assunto interessa a todos.

  19. José Rodolfo Reis de Carvalho disse:

    Primeiramente gostaria de parabenizar o Dr. Eduardo pela excelente iniciativa. Quanto ao assunto, acho sim que devemos correr atrás do prejuizo, pois todo o prejuizo é jogado em cima do produtor rural, o qual normalmente já tem a menor margem de lucro do sistema como um todo. Acho interessante a formação de um conselho que reúna frigoríficos e produtores com o intuito de discutir todo esse espaço em branco que se encontra da saída dos animais da fazenda até o pagamento pelo frigorífico.

  20. ubyrajara m de paula junior disse:

    Um dos melhores artigos deste site, parabens e ai que mora toda a questao do boi, E no acabamento que vem um bom rendimento, independente do boi ser de 1 ou nao.Porque o rendimento e sobre carcaca, entao ai ,bom ou mais ou menos vao pro mesmo buraco, mas oque importa mesmo e um boi bem acabado ,porque se nao ,nao rende o esperado, agora si ta bem acabado matou e nao rendeu ,troca ocomprador ate acertar um bom frigorifico. Parece brincadeira mas de uns 4 anos pra ca minhas boiadas dao media de 55%, mas essa media pode subir mais com boiadas de maior lance e boa vontade dos frigorificos.Parabens pelo artigo,garanto que voce tocou na dor de cabeca do Pecuarista que perante tais problemas precisa sim achar meios pra reverter esse prejuizo.

  21. mauricio marques da silva disse:

    Parabens Eduardo.
    Muito boa essa sua materia,e como voce disse e caso de policia, alem de paga o boi do jeito que os frigorifico querem com toda essas classificaçoes,e mais o robou que ta nas balanças. Ontem fiz um abate na unidade do JBS-Navirai, uma boiada toda nelore com 520kg deu um rendimenro de 49,8%, ai eu tambem digo se nao e caso de policia.

  22. Jerônimo Alves de Oliveira Neto disse:

    Eduardo, boa noite.

    Concordo plenamente com sua matéria. De fato, o pecuarista começa a ter noções da importância de seu produto frente ao mercado. Infelizmente, não temos ainda políticas de incentivo com relação à esse assunto, porém a cada dia temos mais consolidada a idéia de que o produtor é a base dessa cadeia, e que sem o produto, não há mercado, não há frigorífico, não há preços viáveis e a crise está estabelecida. Creio que num futuro não muito distante, esse quadro esteja mais favorável ao criador, que hoje enfrenta tantas adversidades frente ao comércio de seus produtos.
    É com grande satisfação que observo hoje a busca pela qualidade tanto de carne/leite e outros. Nos resta torcer e trabalhar para que esta qualidade seja também reconhecida por todo o mercado.

  23. Eder Vandre disse:

    caro eduardo ..

    parabens pelo comentario acima.

    Para resumir as brigas e duvidas a melhor venda e na fazenda , nao tem desgaste

  24. José Romero Vilas Bôas de Aguiar disse:

    Parabéns pelo levantamento do questionamento, que aliás é bastante polêmico. Os produtores tem essa mesma idéia, então com a valorização do boi gordo tem mais chances de levantar esses assutons.
    Vemos com exemplo o couro do boi, que tanto é enfatizado os cuidados para não causar danos e não recebemos não pelo mesmo, enquanto o frigorifico recebe por volta de 1,90 R$.

    Temos que ter em mente que não produzimos apenas carne, só que recebemos apenas carne. Vamos nos unir pelo menos por uma diferença no valor por animais também melhores em qualidade.

  25. Daniela Harumi Yoshimoto disse:

    Eduardo, ótima colocação! Sua iniciativa é de grande importância!
    É preciso atitude dos órgãos públicos para mudar essa “manipulação” por parte dos frigoríficos! Bons argumentos existem! Sou a favor pelo pagamento do kilo vivo com possível desconto da “perda” que se obtém até o produto final, sendo este acordado antes do pagamento! Afinal pra onde vai o couro, miúdos,..? Temos esse direito! Vamos em frente! =)

  26. Seles Pereira Neto disse:

    Parabens, temos que nos organizar como já fazem os Frigorificos em beneficio de sua classe, para obter maiores ganhos.
    Sou pecuarista em Vila Rica-MT, e a cerca de 3 anos, entrou na praça um Frigorífico de nome Plena que compra animais pesados diretamente na Fazenda para abate em sua industria localizada no município de Paraiso do Tocantis. Pois bem, hoje em Vila Rica, atuam outros tres Frigorificos que só compravam os animas Peso Abatido, mais estes foram perdendo terreno até que finalmente, pressionados pelo fato de os pecuaristas darem preferência ao Frigorifico que pesa na propriedade, ja passaram a admitir comprar da mesma forma que o concorrente. Olha que são grandes grupos como JBS, Minerva e Quatro Marcos.
    Basta ficarmos firmes e não vender mais de outra maneira, que os Frigoríficos vão ceder e acabar com as com as espertezas que ocorrem no interior de suas Industrias, como o peso de suas balanças e a terrivel limpeza das carcaças.

  27. wilson josé mateo dornelles disse:

    Parabéns pelo artigo. Um outro ponto qure deveria ser analisado com muita atenção é o do couro. Sabidamente o Brasil exporta mais de 1 bilhão de reis em couros, mas o produtor recebe quanto por essa importante rubrica? Em outros paises como a Australia o couro faz parte da composição do preço pago ao produtor, mas aqui nem mesmo é considerado, a não ser como reclamação da indústria que está sempre criticando a falta de cuidados, os arames, o carrapato e tantos outros. Tem toda razão o amigo, mecanismos de proteção ao produtor devem ser criados e defendidos com veêmencia.

  28. Alberto Duda Consultoria Pecuária LTDA. disse:

    Parabéns pelas considerações!

  29. José Roberto Puoli disse:

    Caro Sr Eduardo e Miguel.
    Bom dia.
    Gostaria de felicitar aos dois, um pela iniciativa de escrever e o outro pela sabedoria de perceber que recebeu um bom material para debate. Então, vamos debater.
    Tenho 45 anos, portanto minha experiência está resumida a este espaço de tempo. Então, algumas coisas eu simplesmente não vivi o suficiente para conhecer melhor. Tentarei contribuir com a parte técnica, pois não sou advogado.
    Gostaria de dizer logo de cara, que apesar da minha paixão por pecuária, vou tentar deixa-la de lado e usar somente o meu raciocínio.
    Percebo que na maioria das veses as coisas acontecem devido a um ou vários motivos. É difícil algo acontecer simplesmente porque é assim e pronto. No caso do pagamento do BOI pelo peso morto (“venda a rendimento de carcaça”) acredito que o principal motivo para isso era (e ainda é, pode acreditar) a falta de balanças nas fazendas. Quando a pecuária cresceu bastante que o volume de abate aumentou, as fazendas não tinham balança, e como disse anteriormente, muitas ainda não as tem, hoje em dia. Minha primeira conclusão, isso não foi forçado sobre o pecuarista, e sim a única maneira que existia antigamente. Porém, perdurou e está ai até hoje.
    Com relação a preço, algumas observações. Nós vendemos boi para a industria. Fui buscar no Webster (inglês) e no Michaelis (português) o significado de commodity, e o boi, realmente, é uma commodity. Definição do Webster: a good or service whose wide availability typically leads to smaller profit margins and diminishes the importance of factors (as brand name) other than price. Outra conclusão, vender boi é vender commodity. Não vejo este embate tão intenso como no caso da soja. Faz decadas que que 4 empresas comandam (e colocam preço) em 80% do mercado de soja.
    Gostaria de enfatizar que coloquei que o pecuarista vende BOI. Portanto, quando vendemos nosso boi, vendemos tudo que está com ele. Não adianta reclamar, pois é isso.
    Agora a parte boa do que penso daqui para frente.
    ACREDITO, e já mencionei isso aqui em outro artigo, que estamos numa fase simplesmente fantástica para barganhar com os frigoríficos as mudanças que todos necessitamos. Existe falta de boi e ela vai perdurar por um bom tempo, então, eles têm que conversar com os produtores e ceder. Finalmente, estamos com um pouco de vantagem. Agora, quero lembrar, que devemos batalhar por pequenas e importantes mudanças, como, pagar pelo peso vivo da fazenda, antes de embarcar, rendimento de carcaça REAL (desconto de 2% do frio é pura injustiça) e tipificação de carcaça. Se conseguícemos essas 3 mudanças, nosso negócio será outro, completamente distinto.
    De maneira prática, acredito que a CNA, como guarda chuvas das federações estaduais, deveria emcabeçar estas conversas. Vale lembrar que se a industria está concentrada, fica bem mais fácil falar com eles, pois são poucos.
    Enfim, Eduardo, fantástica a sua iniciativa, abordada com clareza e acredito que estimulará muitos comentários.
    Abração limão

  30. Lincoln Correia disse:

    Workshop para o beefpoint organizar e dai sairem propostas para debate nacional; caso contrário ficaremos criticando por mais uns 30 anos…..

  31. Luis Henrique Lopes Lyra disse:

    Bem, no papel tudo é lindo e maravilhoso !
    Vale lembrar que há alguns anos atráz (e eu vivi isso) tínhamos “matadouros”, e hoje o que vemos são Industrias Frigoríficas (aliás entre as melhores do mundo) instaladas no Brasil, e isso saiu caro. Hoje há um gasto muito maior por parte dos frigorificos com controle de qualidade, equipamentos modernos e pessoal qualificado para produzirem com qualidade e para satisfação do mercado, enfim, o gasto é muito alto, podem pesquisar !
    O que quero dizer é que, sim, sou a favor de uma política mais “igualitária”, analisando bem os dois lados, pois de um lado está o produtor que precisa ser bonificado por entregar “porshes” e não “fuscas” (como disse o amigo acima Luiz Rodolfo ), e do outro está o frigorifico, que por “n” motivos, recebe mercadorias de todo tipo e precisa trabalhar bem pra sair dela !
    Mudar paradigmas e “costumes” já é difícil, ainda mais quando se fala de “mexê no bôrsu”, ai sim é que fica quase impossível !
    Acredito sim em uma solução, mas precisamos tirar os olhos do frigorifico como os grandes vilões da história, pois a responsabilidade é de todos, e quando todos resolverem abrir mão de algum “beneficio/lucro/despeza” para chegarmos a um denominador comum, dai sim a “coisa anda” e todos vão sorrir, mas enquanto ficarmos tentando achar o culpado, e não a solução, ficaremos apenas nas “ações”, “penalidades”, “hematomas”, “cistcersoses”, quando o problema vai infinitamente além disso, se pensarmos quando deparamos com um mercado violento, sanguinário, onde até hoje ( e todos nós vemos ) houve o favorecimento de poucos (industrias) e tantas outras fecharam as portas, seja por má administração ou não, e tantas outras seguem em dificuldade. Então, antes de apontarmos os culpados, analisemos primeiro o quadro atual da situação do “todo” da relação frigorifico x produtor x mercado, e digo uma coisa, o produtor hoje não é mais ingênuo e sabe se defender, o que falta é a partes sentarem e darem as mãos, pois do contrário, vamos seguindo assim “apontando os culpados” e perdendo tempo.
    Abraços à todos !

  32. Daniel Feijó Biluca disse:

    Vai ser difícil alguém ir contra isso, mesmo porque é lógico. O que precisamos é encontrar meios de acessar pessoas que possam nos ajudar nesse pleito. É briga grande para cachorro grande. Porém o momento é bom. A Conexão DElta G está pronta a apoiar uma discussão e uma estratégia viável de evolução na comercialização de bovinos. Muitas são as saídas, é só termos disposição em discutir com o objetivo de chegar a um acordo.

  33. Mario Kurtz Filho disse:

    Parabéns EDUARDO pelo artigo, claro e honesto. Forte abraço.

  34. cesar silveira monteiro disse:

    Dr. Eduardo,
    Parabéns pela iniciativa, o assunto é o “calcanhar de Aquiles” da pecuária de corte.
    Trata-se da remuneração do produtor.
    As regras do “abate a rendimento” são mais importantes do que o póprio PREÇO.
    É necessário coragem política para enfrentá-lo pois contraria interesses com alto poder econômico.
    A unilateralidade da indústria na fixação dos valores no “abate a rendimento” fragiliza a pecuária.
    Não existe “compra e venda” , se opera a simples “ENTREGA” do produto com a notícia do valor a receber “a posteriori”. sem apelação.
    A resistência de uma corrente é exatamente igual a resistência do elo mais frágil.
    Indústria, produtores e demais segmentos do varejo, constituem uma corrente.
    Necessitamos de uma indústria forte, resistente, pois é ela quem nos paga.
    Igualmente o produtor deve ser remunerado para reinvestir em qualidade.
    Os elos devem ser fortes, assim como as regras claras e justas.
    Existem muitos interesses convergentes.
    Os sistemas “peso vivo” e “abate a rendimento” podem coexistirem, não são necessáriamente excludentes.
    Toda a mercadoria tem preço.
    A atitude do produtor junto a sua representação, iniciando com amplo debate, é o caminho para a reversão do quadro adverso.
    Sou sensível e solidário as iniciativas inteligentes para a melhoria da atividade pecuária.

  35. eduvaldo bidinoto disse:

    Senhores comentaristas, vocês viram como è facìl chegarmos a um denominador comum?
    Em um artigo publicado por uma pessoa sensata e consciente, como o Sr Eduardo, que abordou os dois lados, e os quer sentados à mesa de conciliação, podemos resolver os nossos problemas, tanto de frigoríficos como de produtores.
    Só que nos falta união senhores, união, pois se cada um puxar para um lado, ninguém chega a lugar algum e assim perpetua-se o descontentamento. A propósito desta “união”, se não chegarmos nela espontâneamente temos nossos representante sindicais, que ao meu ver só estão ai para arrecadar nossas contribuições. Tal exemplo, temos a tal da CNA, que de nada nos adianta, mas para gastar R$ 60 mil com patrocínio a congresso lúdico de juízes federais é bem prestativa. Então senhores temos que fazer gestão junto a CNA, através da senadora Katia Abreu, enviando email, cartas etc. para que se tome um providência neste sentido, pois reclamar só senhores não adianta nada.

  36. Hélio Lourêdo da Silva disse:

    Infelizmente, esta questão é antiga. O que precisa por parte do produtor é atitude, portanto, é necessário sair dessa inércia profunda, e de forma organizada, exigir dessa pelegada do sindicalismo rural brasileiro um compromisso mais sério com a classe dos agropecuaristas. E assim, lutar contra esta situação de submissão ad-eterna neste mercado oligopsônico que os oligopólios dos grandes frigoríficos impõem aos desorganizados agropecuaristas brasileiros.

  37. José Roberto Puoli disse:

    Grande Luis Lyra,
    Não te conheço, mas é isso aí. Chega de choradeira e blablabla contra frigorífico. Vamos achar uma maneira (de novo, acredito seja via CNA) e sentar com eles e entender que temos que o que os americanos e australianos chamam de “beef industry”. Nossa operação vai desde o solo até a propaganda da carne para estimular o consumo, passando pelo produtor rural, frigorífico, empresas de propaganda e marketing………………………..
    Vamos acertar uma agenda e sentar com eles, sem choradeira, e com profissionalismo.
    Valeu Miguel, vamos fazer um virado deste pé de frango.
    Abração
    limão

  38. Neilor Consentino Fontoura disse:

    Meus parabéns Eduardo, tu apontaste com conhecimento de causa muitas questões que sempre tivemos e nunca conseguimos esclarecer-las bem, talves porque ja estamos condicionados a imposição feita pelos frigoríficos que com força política, financeira e jurídica sempre saem vitoriosos no que diz respeito a esses temas, sempre multiplicando seus lucros e minimizando a renda do produtor. Desqualifico qualquer vã tentativa de justificar os altos custos de manutenção de uma planta, pois esses custos devem ser previstos em um projeto, funciona assim em qualquer negócio, recentemente li uma noticia de um grande e famoso grupo tentando instabilizar o mercado semeando noticias através de seus acessores, como “qualificar” essa gente que quando não nos “rouba” na compra nos “rouba no abate”!! Verdades devem ser ditas, compra boi magro quem quer, compra boi sem qualidade quem quer, ninguem está nesse negócio ao acaso, se há uma vitíma nessa história, com toda certeza não é a indústria frigorífica!!

  39. André Vicente Bastos disse:

    Concordo com voce, caro Luiz Henrique, devemos correr atrás das soluções, pois todos nós já sabemos que os problemas existem! Devemos sentar à mesa com parlamentares da bancada ruralista, CNA, representantes das indústrias frigorificas, para traçar um modelo mais justo de comercialização dos nossos produtos, pois é bem verdade que é desanimador entregar um Porshe e receber o mesmo valor de um Fusca. Animal bem acabado, melhorado geneticamente, com rendimento de carcaça superior a 50%, couro bem conservado, carne mais macia, e tantos outros detalhes não rendem bonificação ao produtor, salvo algumas exceções (justiça seja feita), e tudo isso também nos gera custos. Bom, mas como dito, tudo isso deve ser levado em conta em conversa com todos os envolvidos na cadeia produtiva, para que se chegue a um consenso, onde todos possam ganhar.
    O debate é muito importante!
    Dr. Eduardo, parabéns pelo artigo!
    Abraço a todos.

  40. Bruno Manhani Corrêa disse:

    Olá,
    Eu acho que é claro e justo que o produtor se sinta lesado pelo sistema de pagamento dos frigoríficos. Acredito porém, que muitas vezes a indústria é vista pelos produtores como vilã, quando deveria ser encarada como parceira. Essa visão pelo produtor muitas vezes também se justifica.

    Acho que é mesmo um absurdo o frigorífico pagar o pecuarista pela carcaça, e ficar com todo o resto “grátis”. Mas discordo do amigo Eduardo quanto ao pagamento pelo peso vivo, já que miúdos, couro, sangue, sebo e todos os subprodutos do abate não tem o mesmo valor da carne. Nesse sentido começa toda uma discussão sobre preço (R$/kg) que não tem fim e acaba com o que estamos acostumados (R$/@) e sentimo-nos confortáveis.
    Quanto aos descontos de toalete da carcaça, acho que é impossível determinar quando ocorreram os hematomas e de quem é a culpa, independente do transporte.
    Como se determina que o animal não se machucou no embarque na fazenda? Nesse caso de quem é a culpa?
    Não concordo de maneira nenhuma com a retirada dos hematomas e etc. A não ser que seja feita depois da balança. Até mesmo porque apesar de ser retirada, o frigorífico não deixa de lucrar com aquele retalho.
    Acho que é importante e questão de experiência e habilidade dos compradores dos frigoríficos, perceberem que quando se compram animais com hematomas e diversos problemas de uma fazenda, por repetidas vezes, você não pede desconto, você muda de fornecedor. Por exemplo, se você compra uma geladeira da marca “x” com defeito, você não pede um desconto, você simplesmente para de comprar da marca “x” e arca com o prejuízo de ter sido mal comprador.

    De qualquer maneira, o frigorífico tem que pagar uma porcentagem sobre os miúdos, demais subprodutos e principalmente sobre o couro.

    Concordo com o amigo, José Ricardo S. Rezende quando diz que deviam existir, a exemplo de outros países, critérios de prêmios por qualidade de carcaça e couro mas é inaceitável que o frigorífico possa vender todos esses subprodutos sem pagar nada. Não acho que o preço dos miúdos e couro estejam incluídos no preço pago ao produtor pela carcaça.

    É claro que ninguém sozinho tem força, muito menos uma classe que, erroneamente, é vista como atrasada e vilã de aquecimento global, desmatamento e etc. Existem inúmeras associações de produtores, que deveriam tomar frente para lutar pelas reivindicações dos pecuaristas e nada fazem.

    Se o produtor sente-se mais confortável no pagamento pelo peso vivo, acho que deve realmente se juntar e apresentar uma proposta aos frigoríficos uma vez que produtor e indústria são parceiros e não inimigos.

    De qualquer forma, acho que o debate é muito interessante e produtivo e felicito ao Sr. Eduardo pela iniciativa e a todos pelos comentários.

    Abraço a todos!

  41. Augusto César Alves Monteiro disse:

    Parabéns Eduardo. Não há dúvida de como está ,é no mínimo injusto,principalmente agora em que o gov. federal não renova os seus quadros técnicos , deixando que a própria indústria contrate os fiscais de linha via convênios com as prefeituras e ou outras entidades , ficando estas responsáveis pela remuneração do técnico,sendo ressarcidas via repasse dos salários pela indústria . Ou seja, que é fiscalizado é quem paga o salário. Que respaldo terá este fiscal para exercer na sua plenitude o controle sobre as ocorrências na linha de abate.

  42. José Luiz Martins Costa Kessler disse:

    Prezado Dr. Eduardo,

    Parabéns! O tema proposto é realmente interessante e complexo. Entendo que como produtores de carne temos que aceitar que trabalhamos com bovinos gordos para abate e, portanto, trabalhamos com uma commodity. Sendo assim, produzimos para grandes corporações da indústria de transformação e delas dependeremos para continuar, de forma que devemos agir com estratégia, conhecimento técnico e diplomacia para avançarmos na busca do equilibrio nesta negociação que sempre nos é desvantajosa. Particularmente (já não estou certo de que ainda seja ssim) penso que a venda à rendimento seja a forma mais justa de remunerar nosso produto. Minha dúvida cresceu em função da grande concentração da indústria e da convicção de que em vez de premiar o melhor produto a indústria impôs o preço médio para diluir as perdas de suas compras mal realizadas. Talvez o artigo 487 do Código Civil, citado pelo Dr. Eduardo, seja uma opção interessante para proposição de regulamentação necessária e para conquista do almejado sistema brasileiro de tipificação de carcaças. Acredito também que nossos pleitos devam ser conduzidos por nossas organizações evitando sempre o conflito jurídico que só enfraqueceria esta cadeia já tão fragilizada por ataques de toda ordem. O momento é de união e cooperação (nosso maior desafio) para juntos buscarmos o entendimento com os demais agentes do setor. Mais uma vez cumprimento o autor e ao beefpoint pela oportunidade. Abraços à todos.

  43. Manoel Terra Verdi disse:

    Caros amigos: Informações sôbre o mercado.

    Preços em São Paulo em 03/12/2010

    Atacado à prazo – boi equivalente – R$ 93,68
    Boi Gordo – CEPEA à prazo- R$ 103.72 + frete + Custos Industriais + Impostos + lucro (se houver) ou – prejuizo (se houver).

    E ainda acham que só estamos comercializando a carne. Senhores, devemos nos concentrar em exigir correção nas balanças. o resto todo é feito às claras. Rendimento de carcaça depende da raça dos animais, e principalmente, do acabamento. Na toalete das carcaças, a presença do produtor é o mais importante, o frigorífico só tirará em excesso aquilo que o produtor permitir.

  44. Alécio Evangelho Costa disse:

    Parabéns pela brilhante interpretação da legislação e informação aos leitores do Beefpoint. Com certeza é um tema que tem muito a ser comentado, discutido e depois ser posto em prática pelas nossas associações e orgãos de classe. Sou produtor rural e comprador de gado gordo a frigoríficos da região. Trabalho a peso vivo e não a rendimento e somente à vista, visto que, na hora que o gado sai da tua propriedade ele não é mais teu, portanto, o teu risco acaba quando entregas os animais e recebes por eles.

  45. Guilherme A. de Freitas Teodoro disse:

    Gostaria de parabenizar o sr. Eduardo Piccoli Machado por informações dadas e ao seu ponto de vista que , sem dúvida é um ponto de vista apoiado por mtos produtores rurais espalhados pelo Brasil , onde sofremos com questões iguais e ate maiores que essa. Sem dúvida , nós do Norte do pais sofremos muito ate mesmo com a grande diferença de preço implantado pelos frigorificos onde nos tiram sem mtas explicacoes.
    Abraços

  46. Taulni Francisco Santos da Rosa disse:

    Saudações Senhor Eduardo, achei muito interessante seus comentários a respeito do abate a rendimento, gostaria de acrescentar mais algumas coisas sobre esse assunto, trabalhei 8 anos em um Grupo Frigorífico aqui no RS que agora foi incorporado por outro Grupo, nesses tempo vi muita coisa errada, tanto do frigorífico como do produtor, mas devemos ponderar e aprender as lições para o futuro, atualmente sou sócio de um escritório rural, e presto consultoria em rastreabilidade e dou assessoria de abate para alguns produtores.

    Por tanto lhe escrevo a definição de carcaça preconizada no RIISPOA:

    Art. 18 – Os animais abatidos, formados das massas musculares e ossos,
    desprovidos da cabeça, mocotós, cauda, couro, órgãos e vísceras torácicas e
    abdominais tecnicamente preparado, constitui a “carcaça”.

    Então, como o senhor citou que os miúdos e etc., deveriam retornar ao produtor, essa informação para essa modalidade não procede, tendo em vista a definição supra citada.

    Agora, realmente quanto aos demais itens, em algumas assessorias de abate é comum ver que no despance há rompimento do rúmen causando uma grande contaminação na carcaça e muitas vezes fazendo com que a mesma seja desviada ao DIF, essa contaminação causada pelo FRIGORIFICO é retirada da carcaça que ainda não foi pesada. Se desviar ao DIF ainda conseguimos em alguns frigoríficos tentar pesar e reaver esse valor ao produtor, mas na maioria das vezes não conseguimos;

    É comum vermos contusões sendo retiradas na linha e que chegam a tirar até 10KG por carcaça;

    Reações de vacina, em um frigorífico aqui do RS, tinha ou têm, uma funcionária que tinha prazer em destruir o pescoço das carcaças, mesmo que o foco da reação fosse pequeno ela ia ou vai até o fundo e retira o máximo;

    Toalete de gordura excessiva, os frigoríficos querem animais gordos, quando chega na hora do toalete, grande parte dessa gordura vai fora, então o produtor gasta para elevar o indície de gordura e no abate jogam fora, será que a classificação por gordura é mesmo válida?

    Não quero puxar brasa para o meu assado, mas já que o produtor vende no rendimento, é necessário que vá ao frigorífico verificar o que está sendo feito, ou pagar para alguém que conheça ir até lá ver o que estão fazendo com os animais que ele vendeu.

    Bom, de momento acho que essas são as observações que gostaría de acrescentar neste seu artigo, mais uma vez parabenizo pela iniciativa de escrever e do beefpoint de públicar.
    Essas discussões precisam estar em grupo maior, o produtor precisa organizar-se em feiras como a EXPOINTER que ocorre aqui em Esteio e trazer esse assunto para palestras nas associações de raça e sindicatos rurais.

    Atenciosamente
    Taulni Rosa – Chico

  47. Luiz F. A. Marques disse:

    O autor da matéria foi bem claro em suas colocações. Aqui no Brasil e também no exterior, todas as soluções teóricas e avançadas já foram dadas para este tema de tamanha magnitude e há muito tempo se conhece detalhes sobre classificação e tipificação de carcaças, inclusive de animais zebús! Mas na prática pouco tem sido feito e já é hora de colocar a mão na massa. Nossos estudantes de graduação em medicina veterinária e zootecnia já dominam este conhecimento e precisam trabalhar: Sugiro então que as duas partes interessadas (comprador e vendedor) rateiem os custos de fiscalização e a terceira via (governo) intermedeie o processo, balizando e promovendo este mercado, nos moldes de um ministério público do consumidor (promotoria) e todos terão a ganhar.

  48. donato parra gil disse:

    Bom dia e bons resultados a todos (autor, editores e leitores),
    Gostei muito do artigo. é o ponta-pé inicial. Os diversos comentarios confirmam que o descontentamento é geral. Diante do esconforto, muitas propostas começam ser delineadas. Porém, desculpe-me os autores ds mesmas, todas são paliativas: como controle do IMETRO nas balanças da fazenda, medidas judiciais contra os frigoríficos que levariam anos no judiciário.
    É diante das dificuldades e nas crises que aparecem as soluções inovadores. Estamos vivendo essa situação.
    A solução não seria o embate com os frigoríficos, acredito que o enfrentamento corpo-a-corpo é uma estratégia já vencida.
    Vejo no COOPERATIVISMO a solução! A filosofia do cooperativismo, situada entre o capitalismo e o socialismo, dá opurtunidade aos que produzem mais e melhor, serem remunerados proporcionalmente e adequadamente ao que produzem.
    No setor pecuário há técnicos qualificados para a condução do negócio pecuário, desde a produção do bezerro, recria, engorda, sanidade, insumos, etc. O que falta é a concientização de que juntos seremos mais fortes do que cada um de nós isoladamente.
    Apenas para exemplificar e começando pequeno: se um grupo de pecuaristas se associarem para adquirir em conjunto vacinas e medicamentos, certamente conseguirão preços menores. Poderiam fazer o proprio sal mineral. Poderiam arrendar um frigorífico e abater suas rezes. Certamente os custos diminuiriam.
    Temos que ver globalmente, pensar e agir individualmente, para o resultado coletivo. Se coletividade ganhar, individualmente também haverá ganhos. Atualmente, cada um almeja o seu proprio sucesso, mas a coletividade de pecuaristas está “apanhando” dos frigoríficos.
    Um único brasileiro foi presidente da Organização Mundial das Cooperativas, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Tenho-o como referencia para o cooperativismo, pois é um manancial de idéias e soluções para o campo. Porém, não persistiu na carreira política, foi uma pena.

  49. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Devemos combinar aqui que nimguem venda boi no gancho, só na balança da fazenda, e com rendimento comforme o peso, ex: acima de 550 kg 55%, acima de 500 kg 53%, acima de 480 kg 52% e acima de 450Kg 51%

    Assim classificamos os animais na fazenda, não daremos chance para eventuais abusos, como ematomas do trasporte, peso da faca na toalete, possivel mudança de peso na balança do frigorifico; etc…, lavamos as mãos

    Tenho uma pergunta para vc Dr Eduardo, para ter poder juridico na venda na fazenda, o comprador tem que assinar o romaneio de pesagem?

  50. Custodio Luis Moreira Magalhaes disse:

    Dr Eduardo

    Parabens pela abordagem deste tema,que pelo retorno que teve, certamente e de grande interesse a todos nos agropecuaristas.

    Inicialmente fico surpreso que diante de tal tema e de seu imenso interesse ,nossos representantes legais ,entidades de classe e federacoes de produtores nao percebam e nao promovam tal discucao,me parece que a uniao e certa e natural em temas de interesse da classe,mas o que falta e ORGANIZACAO.

    Minha sugestao e levantarmos dados via EMBRAPA(regionais), de abate,rendimento,grau de acabamento,toalete,enfim revisarmos todo processo,dando uma correlacao de escore corporal vivo e equivalente carcaca(rendimento e acabamento),com horario de pesagem pre-determinado,assim padronizariamos o processo,da estancia ao frigorifico,diminiundo ou eliminando creio eu as variacoes.

    Os compradores (corretores) seriam treinados,capacitados e avaliados de acordo com seus relatorios de embarque onde pre-classificariam o padrao dos animais a serem carregados,caso o proprietario-gerente nao concorde com a analise do comprador, podera nao carregar o gado,evitando assim surpresas e apos o abate. Se houve concordancia quanto ao padrao pre carregamento entre as partes,apos o abate, seria verificado se o acabamento e rendimento esperado na analise do animal vivo,correspondeu a classificacao de abate.

    Desta forma o frigorifico pode comprar a kg vivo se assim o produtor desejar,pois tera um padrao garantido pelo seu representante (corretor ou funcionario).

    Variacoes que podem ocorrer no rendimento por lesoes ou erros de abate seriam eliminados, pois um animal de padrao A, por exemplo, deve obrigatoriamente ter rendimento minimo de 50% ou superior(sempre falando peso estancia),segundo os dados tecnicos que seriam levantados pela EMBRAPA.

    Outro tema que acho importante e o preco minimo(custo),quanto custa produzir um boi pronto para abate com 240 quilos de carcaca e acabamento 3? e as variacoes de custo conforme a idade ,pois, podemos ter esta carcaca ideal em diferentes idades e em diferentes regimes alimentares!

    Aguem se referiu ao boi como commodity,acho certo mas qual e o preco minimo desta commodity?

    Para concluir:
    1-padronizar a compra-venda com criterios pre-definidos
    2-analise pre e pos abate
    3-definir os padroes e valores minimos do produto de acordo com a qualidade

    saudacoes a todos
    vamos evoluir no tema Dr Eduardo,parabens mais uma vez pela iniciativa.

    Custodio Magalhaes

  51. Cleziomar A. V. Egidio disse:

    Sres, o debate está bem aquecido e interessante! Cumprimento o Sr. Eduardo pela iniciativa do debate.

    Com meu conhecimento de tecnologia e informática gostaria de poder contribuir um pouco mais com esta discussão. Sou Analista de Sistemas e enquanto fui funcionário da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), criei o software que é utilizado atualmente pelo PESEBEM. Um período que agreguei o conhecimento que faltava de todo o fluxo da cadeia, uma vez que a primeira ponta, da cria até o envio para abate, já conhecia bem. Faltava dentro da indústria e neste período fui contemplado.

    A 7 anos, a FAEG criou o PESEBEM (Balança do Produtor) que foi pioneiro a fim de tentar resolver parte desta “pendenga” de peso, que posteriormente, pelo sucesso foi replicado também na FAMATO e na FAMASUL, com o mesmo objetivo que é o de dirimir as dúvidas sobre o peso do frigorífico.

    Veja: http://www.faeg.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=119

    O PESEBEM é interessantíssimo para ambos os lados. O do produtor de eliminar as dúvidas e ter a certeza de receber pelo seu peso correto e do próprio frigorífico por demonstrar lisura e TRANSPARÊNCIA para com a negociação, inclusive alguns fazem questão de abrir as suas portas para que sejam instaladas novas balanças do PESEBEM.

    Porém, até então o PESEBEM é útil no momento da pesagem da carcaça já limpa. Como bem observado nos comentários acima o problema está além disto.

    Vejo que uma balança na propriedade do produtor é inviável sob o ponto de vista de logística do órgão fiscalizador e além disto os papéis se inverteriam e o frigorífico também ficaria refém da balança na fazenda. Além disto tem outras questões de grande relevância e importância como o jejum que devem ser cumprido levando em consideração certos protocolos e demais procedimentos com variáveis que são fundamentais, inclusive sanitários que ocorrem sob as vistas dos veterinários do SIF na indústria com amparo legal.

    Agora pensemos no produtor mais preocupado com a genética, onde qualquer grama ganhada em uma carcaça é louvável. Para este produtor o cálculo e a informação de RENDIMENTO é primordial para verificar a viabilidade do seu trabalho/investimento.

    Pensando nisto ocorreu o projeto 2ª Balança a fim de sanar este problema. Visa colocar + 1 balança do PESEBEM dentro da indústria, porém após o atordoamento do animal, para se obter seu PESO BRUTO, antes da referida e polêmica limpeza e retirada de qualquer parte do mesmo e com o jejum estipulado do SIF. Esta balança vai captar o PESO BRUTO “VIVO” e pode, servir como artifício de venda dando mais opções ao produtor e indústria de escolher a melhor forma de negociar: por peso vivo, rendimento de carcaça ou uma soma dos dois métodos.

    É um rápido esboço pois o espaço é curto e assim me coloco a disposição para discutirmos os prós e contras e chegarmos em um denominador comum, com o sentimento de PARCERIA e TRANSPARÊNCIA.

    Abrçs,
    Cleziomar Egidio
    cleziomar@gmail.com

  52. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Muito boa a iniciativa do pese bem, copiada pela FAMTO e da qual sou adepto desde o princípio, e da 2ª balança mencionada pelo Sr Cleziomar. Podem não resolver todos os problemas, mas certamente ajudam a diminuí-los.

    Att,

  53. Paulo Costa Ebbesen disse:

    Prezado Dr. Eduardo.
    Parabéns pelo excelente artigo.
    Não é mais possível ficarmos produzindo matéria prima para a indústria sem regras claras e de conhecimento amplo dos produtores.
    Infelizmente nossas Entidades de classe não tem demonstrado a devida preocupação com o tema abordado no artigo.
    Acho que é chegada a hora de haver uma definição clara para este assunto.
    Nossas entidades representativas deveriam assumir essa questão e incluir na pauta para discussão no próximo ano, junto com o novo governo.
    A concentração dos abates em poucas indústrias só irá trazer mais riscos aos produtores.
    Mais uma vez cumprimentos pela iniciativa de abordar com profundidade um tema de enorme repercussão junto aos produtores de gado de corte.
    Atte.
    Paulo Costa Ebbesen

  54. SERGIO LOPES SANDIM disse:

    Tipificação de carcaça JÁ!!!!