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Acrimat pede medidas para forçar pagamento de ágio pelo boi Eras

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), encaminhou ofício ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), solicitando a criação de um mecanismo para que o produtor tenha a prerrogativa de informar às autoridades do interesse ou não de que o animal seja destinado para o mercado da União Europeia.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), encaminhou ofício ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), solicitando a criação de um mecanismo para que o produtor tenha a prerrogativa de informar às autoridades do interesse ou não de que o animal seja destinado para o mercado da União Europeia.

A Acrimat está seguindo o caminho trilhado pelo estado vizinho, Mato Grosso do Sul, onde desde o ano passado os produtores na retirada da Guia de Trânsito Animal (GTA), não assinalam no campo 17 do formulário, a informação referente ao ingresso de animais provenientes de áreas não habilitadas, já que é opcional. Assim, os produtores ficam com o controle do gado produzido com a certificação de venda para a União Europeia e os frigoríficos, que não pagarem o ágio, ficam impossibilitados de vender o animal para esse mercado.

“Hoje o produtor faz um investimento alto para cumprir normas rígidas impostas pelo mercado europeu e participar da seleta lista de Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras). Porém, os frigoríficos, em sua grande maioria, não pagam o chamado ágio por esse investimento, que deveria ser de no mínimo 10% para compensar”, explicou Luciano Vacari, superintendente da Acrimat. Para a Associação o produtor se sente lesado e injustiçado por arcar sozinho com todo investimento e apenas o frigorifico se beneficiar. “Normalmente os frigoríficos pagam um ágil de preço de acordo com seus interesses e mesmo quando este ágio não é pago as indústrias acabam se beneficiando do produto certificado e exportando para a União Europeia sem que o produtor tenha qualquer tipo de beneficio. É um negócio onde quem não investe é que fica com o lucro e isso tem que acabar”.

Segundo o presidente do Indea, Valney Souza Corrêa, “a solicitação da Acrimat será encaminhada para a área técnica para que uma análise seja feita e só depois vamos ter um posicionamento”. Em Mato Grosso do Sul, a iniciativa funciona da seguinte maneira: a Agência Estadual de Defesa e Saúde Animal informa aos proprietários de fazendas habilitadas ERAS que não queiram que os animais provenientes destas áreas sejam exportados para a União Europeia para que solicitem à Unidade Veterinária Local, emitente da GTA, que não acrescenta ao campo 17 do formulário, a informação referente ao ingresso de animais provenientes de áreas não habilitadas. Essa informação é feita através de uma “declaração do produtor”.

As informações são da Acrimat, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Leandro Olveira Soares disse:

    Parabéns a Acrimat em prol pela defesa dos produtores rurais.

  2. Otavio Cesar Bucci disse:

    Isto é uma iniciativa que deve ser apalaudida e implementada pelo INDEA, ai os frigorificos vao ter que se explicar e parar de enganar o produtor, e valoria a iniciativa de se rastrear e certificar a propriedade, com iniciativas assim é que se vai incentivar a qualidade, pois tira da vala comun produtores e ¨PRODUTORES¨.

  3. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Devemos apoiar iniciativas nesta direção. MS e GO já implantaram procedimentos simples que permitem o produtor decidir na hora da solicitação de emissão das GTAs de embarque dos animais se concorda ou não que a rastreabilidade de seus animais e a certificação de suas propriedades sejam utilizadas pelos frigoríficos. Nada mais justo pois os produtores suportam sozinhos todos os investimentos e riscos necessários do processo.

  4. Eduardo Cesar Sanches disse:

    Esta é uma iniciativa muito boa e espero também que esse mecanismo seja criado logo.

    Assim, é possível que o boi rastreado tenha um diferencial, em percentual, praticamente estável em relação ao valor do mercado interno. É interessante visualizar que, dessa forma o preço de venda do boi rastreado dependerá da quantidade que será ofertada pelos próprios produtores em relação a demanda, ou seja, precisa existir um consenso entre os produtores que abaixo de um determinado diferencial não vale a pena o ganho, caso contrário, se só alguns lutam por um diferencial maior, podem ocorrer períodos com diferenciais que não pagam os investimentos, e ainda, criar oscilações maiores e menos previsíveis nos altos e baixos dos preços, o que afeta o risco do produto…

  5. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Esperamos que minas gerais seja o próximo estado a seguir pois mato grosso com certeza seguirá como feito em goiás e mato grosso do sul.

    nada mais adequado.

    além do frigorífico possivelmente estar exportando e não remunerando o produtor outro fator lógico é:

    possivelmente os frigoríficos estarem utilizando do ganho extra ao exportar os animais rastreados para um termômetro;

    se o preço que estou pagando pela @ está alto, acima de 95,00 então vou ganhar em algum lugar, não vou pagar pelo animal rastreado e vou exportar para nivelar.

  6. Eduardo Miori disse:

    Será que alguem sabe de onde saem os bois que abastecem a União Européia?
    Os EUA não tem esse excedente todo.
    A Austrália teve secas extraordinárias.
    A Argentina está proibida de exportar pelo governo.
    E o detentor do maior rebanho comercial do mundo deve exportar uns cinco containeres por mês graças às restições do SISBOV.
    Então. De onde sai o bife que alimenta o europeu?
    Mistério!!!

  7. Jonas A. Sousa disse:

    Primeiramente parabéns para toda a equipe da ACRIMAT envolvida neste projeto, e que todos os estados sigam o exemplo, não podemos ficar na mão das indústrias frigorificas, eles que repassem o preço para a E.U, pois produtor bom tem que ter um preço melhor para justificar os investimentos.

  8. Jonas A. Sousa disse:

    Gostaria que a ACRIMAT também nos ajudasse a ganhar uma bonificação sobre a Cota Hilton!

  9. Claudecir Mathias Scarmagnani disse:

    da qualidade de envernista no MT, foquei muito satisfeito ao ver a reportagem.
    parabens aos autores,
    medidas assim é que precisamos.
    é preciso atitudes corajosas
    chega de ser frouxo
    parabens

  10. Rafael vilela disse:

    Sisbov um tema polemico, valorizar mais o trabalho feito em propriedades eras, trabalho arduo e incessante, diminuir as exigências, diminuir a arrogância, processo que caiu no descaso sem credibilidade por todos da cadeia, melhorar o foco, aumento da remuneração sobre @, mais comunicação, informação na ponta, menos burocracia.

  11. walter meira cardoso junior disse:

    Parabens pela iniciativa tomada pelo Mato Grosso do Sul e pela Acrimat , precisamos moralizar este investimento que não fica nada em conta para o produtor. No meu caso sou criador e na hora da venda do bezerro, não recebo nada pelo trabalho feito, fato este que minha propriedade estar aprovada pelo ERAS, vejo que na atual conjuntura a melhor coisa que tenho a fazer é me descredenciar do sistema Sisbov.

  12. JOÃO ABADIO PEREIRA disse:

    Parabens ao todo o pessoal da ACRIMAT, precisamos fortalecer o sistema Sisbov, pois tem gente ganhando muito, e outros deixando de genhar, é precisar ter um ponto de equilibrio, onde todos da cadeia produtiva partipam dos lucros…

  13. firmino teodoro da silva disse:

    Tal medida deveria ser seguida pelo restante do país. só assim seremos vistos e valorizados, pois temos a materia prima e nosso comprador não a valoriza como deveria ser de um parceiro em negocios.!! quero aqui parabenizar o sindicato rural de campo grande e pessoal da listatracems pelo engajamento a respeito.vamos prosseguir. vem aí a cooperativa da carne em campo grande. já já.!!!!

  14. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Seria interessante perguntar por que os frigoríficos não estão reclamando violentamente.

    A resposta eu acho que o Eduardo Miori sabe…

    Exportar no momento é apenas para manter a presença em mercados já conquistados. Meio fazendo corpo mole e pedindo (e conseguindo!) preços escorchantes, basta ver os gráficos recém publicados pelo André Camargo.

    Com a taxa de câmbio hoje vigente, e enquanto continuar a melhoria de renda do brasileiro, é muito mais interessante importar picanha para brasileiro comer.

  15. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Espero que SP, RS, MG E MT Sigam.

    Tenho amigo proprietário de transportadora aqui em Goiás e o mesmo transportar Containers para frigorificos. O mesmo afirma que sempre tem Container para União Européia.
    Não é especulação, é fato que os frigoríficos estão ganhando e não estão repassando. Talvez se deve ao fato de estarem pagando caro na @ e tem que descontar em algum lugar.

    Amigo produtor ERAS, se na venda o senhor não for remunerado siga o que pode ser feito em GO e MS, se no seu estado não existe ainda, oriento que como se tem os números sisbov antes ou durante o embarque, passe o numeros para a certificadora e peça para alterar a data de nascimento dos animais para um dia mais velhos. Assim o animal não podera ser exportado pq o animal e somente o animal entra em contagem de prazo novamente.

  16. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Os gráficos apresentaram que o faturamento de 2008 onde houve o maior índice de exportação foi bem menor que o faturamento de 2010 com menor volume. Mesmo com dólar barato, o valor da exportação está alto.

  17. Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes disse:

    Parabens pela iniciativa da ACRIMAT! Alguém sabe nos dizer qual seria o prazo para essa implementação? pois tal medida aqueceria o mercado pecuário em MT, em especial o prêmio obtido pelo “Boi Europa”.

  18. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Como coloca o Sr Fábio Henrique Ferreira de fato alterações cadastrais na BND implicam em recontagem automática de quarentana dos animais e se os mesmos forem abatidos antes de seu cumprimento serão desclassificados, impedindo a exportação da carne dos mesmos pelos frigoríficos.

    Mas a possibilidade de alteração cadastral não foi prevista para este fim e a recontagem automática de quarentana instituida para coibir fraudes contra o sistema. Além disto não é um procedimento operacional simples alterar dados cadastrais de diversos animais na BND no ato do embarque.

    Creio que devemos apoiar medidas como as implementadas pelo MS e GO, ao invés de adotar medidas por conta própria.

  19. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Para aqueles que ainda não conhecem a IN 01 / 2011 do INDEA, segue abaixo:

    Instrução Normativa INDEA Nº 1 DE 01/03/2011 (Estadual – Mato Grosso)

    Data D.O.: 01/03/2011

    Dispõe sobre os procedimentos para emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA com a finalidade abate de bovinos cujos proprietários não queiram que a carne obtida dos animais envolvidos seja exportada.

    Considerando o disposto no ofício nº 036/11-SSA/SFA/MT de 01 de fevereiro de 2011;

    Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos referentes à emissão de GTA para as propriedades da lista TRACES, em que os proprietários não queiram que a carne obtida do abate dos animais envolvidos no referido trânsito seja destinada a exportação,

    Resolve:

    Art. 1º. O proprietário de propriedade apta a exportação, ou seu representante legal, que não se interesse em exportar a carne proveniente do abate de seus animais, poderá solicitar a Unidade Local de Execução (ULE) emitente da GTA para não inserir no campo 17 da mesma (campo observação) informação referente ao ingresso de animais provenientes de área não habilitada.

    Art. 2º. Para que a ULE possa atender a solicitação de que trata o art. 1º, o proprietário ou seu representante legal deverá fazer uma declaração conforme modelo constante no anexo – I.

    Art. 3º. Uma cópia da declaração deverá ser anexada à GTA destinada ao frigorífico e outra deverá ser arquivada na ULE emitente.

    Art. 4º. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogando todas as disposições em contrário.

    Publique-se, Registra-se, Cumpra-se

    MED. VET. VALNEY SOUZA CORRÊA

    PRESIDENTE DO INDEA/MT

    ANEXO I

    Eu, __________________________________________________, Portador do CPF/CNPJ nº ___________________________________, responsável pela propriedade rural de nome __________________________________, de inscrição estadual nº ________________________, declaro para os devidos fins que não tenho interesse de que a carne produto do abate dos animais constantes na(s) GTA(s) nº ____________________________ seja exportada a União Européia.

    Declaro ainda que o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso – INDEA/MT está devidamente autorizado por este documento, a não inserir no campo observação da(s) referida(s) GTA(s) as informações referentes ao ingresso de animais de área não habilitada para exportação em minha propriedade.

    Local, ________________________, ____/____/____.

    _______________________________________

    Assinatura do responsável.