Em 2010 o Brasil enviou ao exterior 951.255 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis por uma receita de US$ 3,8 bilhões. A Rússia continua sendo o principal comprador de carne bovina in natura, seguida pelo Irã que se tornou um importante cliente.
Em 2010 o Brasil enviou ao exterior 951.255 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis por uma receita de US$ 3,8 bilhões. Na comparação com o ano de 2009 a receita registrou uma alta de 27,74%, enquanto o volume foi 2,72% superior.
Mas quem comprou esta carne?
Gráfico 1. Principais compradores da carne bovina in natura brasileira
A Rússia continua sendo o principal comprador de carne bovina in natura, importando 248.909 toneladas em 2010, que gerou uma receita de US$ 1,023 bilhão aos exportadores brasileiros.
No ano passado o Irã apresentou um forte crescimento nas importações de carne bovina in natura do Brasil, se tornando o segundo mercado mais importante para os brasileiros. O pais comprou 191.181 toneladas (US$ 807,320 milhões)
No gráfico abaixo podemos notar que a partir de 2007 a UE diminuiu suas importações de carne bovina in natura do Brasil, em 2010 as negociações com o bloco europeu foram responsáveis por apenas 8,9% das vendas do Brasil ao exterior.
Apesar da redução no volume exportado, a UE ainda é um importante cliente para os exportadores brasileiros pelos altos preços que paga pelo produto nacional e é um mercado que deve ser mantido e aumentado. Segundo os dados do MDIC, em 2010 os europeus pagaram pela tonelada de carne bovina in natura brasileira US$ 7.779, enquanto o preço médio da carne enviada para a Rússia foi de US$ 3.592 e para o Irã de US$ 4.223.
Gráfico 2. Evolução da receita das exportações brasileiras de carne bovina in natura
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Claro que a diferença entre o preço pago pela UE e outros países se deve ao mix de cortes e diferença de qualidade de acabamento e sexo. Europa só compra carne de traseiro desossada, e milagre não existe. Caso contrário, haveria uma oportunidade para ganhos de arbitragem, e os preços se igualariam.
Tres coisas ficam claras com as estatísticas trazidas pelo André:
1) as políticas, empatia e viagens do ex-presidente Lula (Venezuela, Irã, Russia) foram altamente benéficas para a pecuária de corte brasileira. A parcela do Aerolula custeada com os impostos de nós pecuaristas já nos retornou mais que amplamente.
2) a ingenuidade/prepotência dos que nos enfiaram o SISBOV goela abaixo só não tiveram consequencias ainda mais catastróficas graças à conjuntura internacional favorável e à competente abertura de novos mercados pela ABIEC e pelos gigantes conglomerados brasileiros do agribusiness da carne.
3) Onde se lê Hong Kong, leia-se China continental e Taiwan. É pelo entreposto de Hong Kong que a carne brasileira chega ao maior mercado para nossas commodities no século XXI. As vendas de carne para a China apenas começam a aquecer as turbinas.
e tem gente que tem duvida se o boi continua firme ou não…Argentina ta uma draga, Australia problema com chuva e seca… onde vão ter que “morrer”? e o Brasil esta com a bola toda em produtividade né? não esta não, carne esta cara e vai continuar assim.
obrigado pelas informações…foram muito validas
Caro Humberto,
Só não concordo que o SISBOV tenha gerado prejuizos a pecuária brasileira. Sem ele teríamos perdido o mercado que melhor remunera, como bem aponta o André. O SISBOV não é fruto de ação masoquista do governo brasileiro e sim fruto da pressão feita por um dos nossos melhores clientes.
Att,
Caro José Ricardo,
Média das exportações para a UE em 2006-2007 = 1123 M
Média das exportações para a UE em 2008-2010 = 304 M
Queda de 73%. Para mim é prejuízo, e grande.
A diferença entre o preço pago pela UE e outros países se deve ao mix de cortes e diferença de qualidade de acabamento e sexo. Europa só compra carne de traseiro desossada, por isso a tonelada “aparece” mais cara. Outros mercados compram cortes de dianteiro e miúdos, e por isso a tonelada “aparece” mais barata.
Quando foi feita a trapalhada de propor aos europeus o SISBOV de mão beijada, sem negociação, o Brasil era zona de risco 1, a mais baixa. Não precisava de rastreabilidade individual.
O SISBOV foi extremamente mal planejado. E foram os “técnicos?????” brasileiros quem definiram como seria o sistema, e não a UE, tanto que no Uruguay e na Argentina o rastreio deles é muito menos complexo e bastante prático. Quem burocratizou foram nós mesmos, que apresentamos um projeto caro, complexo e claramente inviável para a UE e eles aceitaram…
Quanto a Argentina, eles estão diminuindo pastagens e investindo em soja, pois graças ao tiro no pé da presidenta-butox Kirchner de proibir a exportação de carne, os hermanos perceberam que é mais rentável comprar tratores e produzir grãos pois a liquidez é imediata se ainda nao for antecipada. Isso é ótimo para nós.
O Uruguay não é nosso concorrente, seu mercado é premium, quem compra bovino Hereford, Angus, Shorthon e Devon criado em pastagem de pampa, não vai comprar zebu nelore criado no sudeste e no centro oeste.
Em todos os países desenvolvidos, as embaixadas são instrumentos de fomentação de comércio exterior. No Brasil as boas embaixadas são presentes para companheiros (ex itamar Franco na Italia) e os ótimos embaixadores formados pela escola Rio Branco são mandados para Haiti, Congo, Laos… São por motivos como este que nem a ridícula Cota Hilton consegue ser fechada.
Mas cedo ou tarde a UE vai abrir seu mercado. Somente o com Brasil haverá condições de suprir a futura demanda mundial por proteina, haverá um momento em que nós seremos procurados, pois em nenhum outro lugar do mundo se produz carne mais barata do que o Brasil.
Excelente o artigo. Quanto a discussão do valor penso que temos que usar tecnologia para produzir mais e melhor, sem perfumaria e vaidade. Por outra parte sempre nos projetos inovadores temos alguem ganhando muito vendendo os milagres, me parece que uma mistura de conservadorismo com alta tecnologia é o ideal.
Trabalho no Uruguay e la tem melhores mercados mas o preço do boi é mais baixo que aqui?!
Todo gado la é rastreado!!
Abraços.
se os frigorificos colocar carne do taseiro a 13,00R$ o quilo, picanha, filé, alcatra, contra filé, miolo da alcatra , os brasileiros não deixar nada fica igual urubu na carniça, este é o preço medio que a ue pagou, muito pouco tenhe que pagar 12000$/t.do traseiro.
parabenizo toda a equipe da BEEFPOINT pela atualidade de suas materias bem como o equilibrio na critica de suas analises.
Mauro V. Queiroz
Brasilia 24/01/2011
Muito interessante a evolução da posição ocupada pelo Irã. E o Lula foi enxovalhado pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista) quando viajou para lá…
Onde a UE foi se abastecer, a partir de 2008, da carne que deixou de comprar daqui?
Prezado José Ricardo,
Companheiro Humberto quando fala de SISBOV é só emoção e esquece da razão.
As atitudes tomadas sempre serão fruto de Julgamento, no contexto passado, presente e futuro.
Se propuseram o sisbov não foi de graça, foi NECESSÁRIO em 2002 para abrir o mercado europeu. De 2002 a 2007 os volumes eram satisfatórios e o JULGAMENTO penso que era o melhor possível.
De 2008 a 2010 o volume reduziu, lembrando do passado houve o embargo devido a rastreabilidade, onde todos os envolvidos no processo tem sua parcela de culpa, inclusive o produtor rural que fazia errado. Ou receptação não crime?
Analisemos que houve mudança no sisbov onde de aproximadamente 20.000 propriedades passaram a existir no sistema as atuais 2.500. Será que é difícil ou impossível? Com certeza não, senão você José Ricardo, minha família e tantos outros não estariam aptos. Vejo os motivos serem outros que não a dificuldade.
Ademais lembrando também do passado que motivou a tão chorada redução, não podemos esquecer a crise que a comunidade já passa a alguns anos e que demos a oportunidade para a comunidade européia conhecer a concorrência, Argentinos e outros, ou seja, para mim fica claro que a culpa não é do SISBOV como tanto o emocional Humberto tenta sempre imputar, mas de novos ENTRANTES nas exportações para UE e na redução da demanda pela crise ao qual o bloco passa a anos. Fatos estes ocorridos no período citado de 2008 a 2010.
Vamos em frente, é do futuro que colheremos os frutos, sem se esquecer das bases anteriores obtidas com a experiência do passado.
Companheiro Igor Vaz,
Mande-me seu endereço, tche, que lhe mando uma picanha de nelore criado e terminado no sudeste. Tu vais gostar. Abraços
No “meio” da carne comentam que é forte o “contrabando de carne brasileira para a UE via Russia. E só para lembrar a alguns colegas a picanha e a maminha não são exportadas para a UE. Estes dois cortes no momento da criação da Cota Hilton se tornaram excdentes da exportação, por isto criamos no Brasil o hábito de consumo destes cortes. Os importadores, não querem importar gordura, portanto na toilete destes cortes o frigorífico perde percentual significativo. Desta forma no mercado interno adquirimos a carne e a gordura pelo mesmo preço.
Abraços
Diante de tantas opiniões contrárias ao SISBOV, vale lembrar, como foi muito bem colocado pelo Sr. Fábio Henrique, que se o Brasil não implementasse um modelo de rastreabilidade em que as informações fossem confiáveis, não conseguiríamos manter o mercado da U.E. Com certeza precisamos avançar com o SISBOV, mas é necessário que cada ator envolvido, no processo, assuma a sua parcela de responsabilidade, no sentido de buscarmos soluções conjuntas.
Abraços.
As opiniões sobre o SISBOV são divergentes vejam os senhores enquanto o produtor do sul nos critica como “técnicos?????” , o outro de Goianira entende e admite as razões das ações do SISBOV, faço minhas a palavras da Dra Therezinha Porto principalmente no quesito “responsabiliade de cada um”.
Gráfico interessante publicado pelo Alexandre Menonça de Barros na DBO Rural deste mês.
Indonésia, Filipinas, Vietnã e Tailândia podem ser grandes atores no futuro. O Egito, ainda mais significativo para as exportações brasileiras.
Caros colegas da pecuária de corte,
Por muitos anos lí e participei nas discussões do milkpoint. Por 15 anos trabalhei com pecuária de leite, gado holandês e jersey excepcional. Leite de alta qualidade.
Ano após ano, chorei e assistia a choradeira nas entrevistas do milkpoint.
Aí inicio com o gado de corte e vejo este artigo e os comentários apartir dele.
Levei um baita susto, mas prazeroso!
Aquí vejo otimismo, alegria com o trabalho realizado e discussões no sentido de melhoras…
Que bom que custei mas encontrei o caminho!!!
Graças a Deus!
Marco Antonio