A crescente demanda interna e externa pela carne bovina produzida pelo Brasil vai alterar o atual modelo de produção, com mais investimentos em tecnologias, novo padrão de rastreabilidade, defesa sanitária eficiente e preservação ambiental. Juntos, esses itens garantirão a qualidade e o aumento da participação do produto brasileiro no exterior, cujas vendas devem aumentar 8,1% em 2011. Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o cenário mundial não oferece espaço para queda nos preços da carne bovina.
A crescente demanda interna e externa pela carne bovina produzida pelo Brasil vai alterar o atual modelo de produção, com mais investimentos em tecnologias, novo padrão de rastreabilidade, defesa sanitária eficiente e preservação ambiental. Juntos, esses itens garantirão a qualidade e o aumento da participação do produto brasileiro no exterior, cujas vendas devem aumentar 8,1% em 2011 para atender o comércio mundial, que comprará 2,1% a mais de carne bovina, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Esse cenário de crescimento da produção de carne bovina foi apresentado, hoje, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante o lançamento oficial do Congresso Internacional da Carne, que acontece em junho, em Campo Grande (MS). “Temos todas as condições de aumentar as exportações e sem prejudicar o mercado interno. Possuímos tecnologias avançadíssimas para ampliar a produtividade e a quantidade de animais confinados, que caiu 20% em 2010, vai ser recuperada neste ano”, enfatizou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.
Ele reforçou que a participação da carne bovina brasileira pode ser ainda maior com ações como a erradicação da febre aftosa, condição sanitária que pode abrir mais mercados para a carne brasileira, como é o caso dos países do Nafta, Ásia e Oceania. Outro fator que poderá impulsionar as vendas é a retomada do ritmo de comércio com a União Européia, fluxo que caiu de 27% das exportações brasileiras em volume, em 2007, para cerca de 5%, em 2010. A queda reflete as limitações impostas ao bloco às importações do Brasil devido às dificuldades do País em implantar as normas de rastreabilidade do rebanho. O mercado interno tem absorvido o produto que deixou de ser vendido para a União Europeia, o que evitou maiores prejuízos ao setor.
Há expectativa positiva também em relação à conclusão das negociações em torno de um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. A proposta dos países do Mercosul para o acordo é de uma cota para exportação de 300 mil toneladas para o bloco, que tem necessidade de importar 500 mil toneladas por ano. Entre os países do Mercosul, o Brasil pode contribuir, sozinho, com 70% da quantidade total.
Para consolidar sua posição no mercado externo, o Brasil quer, ainda, reforçar no mercado internacional a posição de cumpridor das leis ambientais, sanitárias e trabalhistas. “Queremos mostrar que o produtor brasileiro não é o vilão do desmatamento, do aquecimento global e das doenças consideradas de risco”, afirmou o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ademar Silva Júnior.
A verdadeira imagem da pecuária brasileira será um dos principais temas que serão abordados no Congresso Internacional da Carne. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, que participou da entrevista coletiva, o evento será uma oportunidade de quebrar paradigmas colocados para a sociedade sem base científica, que prejudicam o segmento da carne bovina. “Queremos mostrar a real relação entre produção e meio ambiente, pois não há dicotomia entre esses dois fatores, já que a preservação ambiental é fundamental para a atividade do pecuarista”, afirmou.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o cenário mundial não oferece espaço para queda nos preços da carne bovina. “Com certeza podemos ter aumento da carne”, disse o vice-presidente de Finanças da CNA, Ademar Silva Júnior, ao ser questionado sobre a elevação dos preços da carne bovina, em movimento que teve aceleração no ano passado.
Segundo Silva Júnior, há uma mudança mundial no perfil de produção e consumo de carne bovina em escala global, com reflexos também no Brasil. “Talvez o bife não vá mais combinar com o arroz e feijão. Carne é um artigo de luxo”, disse. Ele citou que há uma tendência de redução do rebanho e de aumento da produtividade, por meio de criações intensivas, pois não é mais possível abrir novas áreas para pastagens. “Com certeza a carne vai aumentar de preço”, afirmou.
Para o dirigente da CNA, em cenário de carne bovina mais cara, outras fontes de proteína animal ganharão espaço no prato do brasileiro. “O Brasil tem demanda reprimida de carne de ovino, peixe, vamos ter que fazer esse mix”, disse.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, explicou que boa parte do reposicionamento dos preços da carne bovina deve-se aos custos de produção. “A carne é uma proteína animal que não é diferente das outras. Como o frango, depende de insumos. Se o custo de produção é alto, a conta não fecha”, explicou Nogueira, argumentando que, em alguns insumos, o criador enfrentou elevação de preços de até 100% nos últimos 12 meses. “Outro aumento importantíssimo é o dos grãos. Isso vai impactar no custo de engorda dos bovinos, suínos e aves. Vai haver aumento do custo de produção e, portanto, aumento do preço do produto”, concluiu Nogueira.
As informações são da CNA e da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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tambem acredito num cenário positivo para a pecuária brasileira, em 2011 e nos próximos anos.
porém, resta definir a discussão de importantes pontos que, de forma recorrente, estão nas mesas de negociações;
rastreabilidade, bem estar animal, promoção mundial da carne brasileira, investimento em marketing, etc…
quando o Brasil vai ter a solução definitiva para esses problemas.
O Brasil não pode passar o resto da vida atendendo às exigências (muitas, descabidas) de alguns países concorrentes.
não significa que temos que aceitar todas as imposições internacionais do comércio de carne, mas temos que resolver; botar um basta.
chegou a hora do Brasil fazer valer o seu peso no mercado internacional de carne bovina.
é isso!
Meio ridículo essa do Sarkosy de tentar controlar e manipular preço de alimentos da América Latina. E os subsídios agrícolas franceses Sr Sarcosy? Que tal deixarmos para o mercado, sem subsídio agrícola a nenhum produtor rural de qualquer país? Não seria mais justo, racional, eficiente?