A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento de 5,3% em 2010 em relação ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2010, foram produzidas 61,4 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e mais 2,15 milhões de toneladas de sal mineral.
A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento de 5,3% em 2010 em relação ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2010, foram produzidas 61,4 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e mais 2,15 milhões de toneladas de sal mineral. No total, durante o período, cerca de R$ 33 bilhões foram movimentados somente em matérias-primas (excluídos os custos com embalagens, frete e margens).
De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações, apesar da economia global ameaçada por mais um ciclo inflacionário, os produtores pecuários mantiveram os investimentos na produção, por meio da implementação das soluções tecnológicas contemporâneas (uso de aditivos alimentares, nutrição de precisão, inseminação artificial, melhoramento genético, etc.).
Apesar de contar com estoque suficiente para abastecimento do consumo local e atender as exportações, a curva de preço do milho no Brasil mantém tendência de alta desde julho. Essa alavancagem ganhou força principalmente por fatores de origem externa como quebra da safra de trigo por problemas climáticos na Rússia; o estoque de passagem dos cereais que tem caído ano a ano; a demanda da China que em alguns anos se tornará um grande importador de milho; as previsões alarmistas da FAO para uma explosão demográfica e consumo crescente até 2050; e o forte movimento especulativo de investidores que buscaram ativos confiáveis e rentáveis no mercado futuro.
Segundo Zani, no mercado doméstico a curva crescente do preço do milho comprometeu os elos interligados da cadeia de produção, do criador ao consumidor. “Essa demasiada pressão poderia ter sido mais desastrosa, caso tivesse causado descompasso suficiente para inibição da demanda, uma vez que a capacidade de compra do consumidor foi testada no ponto de varejo e determinou seu índice de fidelidade a determinado produto ou alternativamente a substituição dele”, aponta.
O setor de alimentação animal para bovinos de corte compensou as perdas acumuladas em 2009 e produziu pouco mais de 2,5 milhões de toneladas com crescimento de 6,8% em 2010. A partir de julho houve melhora na relação de troca entre boi gordo e bezerro, porém abaixo do ideal. A produção alcançou 9,15 milhões de toneladas, as exportações de carne bovina in natura renderam U$ 4,8 bilhões e os embarques seguiram estabilidade atingindo 1,8 milhão de toneladas.
O abate de vacas em anos anteriores, a queda na taxa de confinamento, a restrita oferta de boi gordo por conta da longa estiagem, o descompasso nas relações comerciais entre criadores, invernistas, confinadores, frigoríficos e varejo, o consumo interno em ascensão e a retomada das exportações retro alimentaram o ciclo virtuoso de reajustes e alavancaram a arroba que superou a barreira dos R$ 100,00 na entressafra.
A previsão para 2011 é de crescimento de 2,5% no rebanho e de 1,5% nos abates, com preço da arroba firme e acima dos R$ 90,00 ao longo do ano, apesar da aproximação da inversão do ciclo pecuário. O Sindirações estima crescimento de 7% no consumo de ração que pode alcançar 2,7 milhões de toneladas.
Na opinião do vice-presidente executivo do Sindirações, os preços das rações podem continuar pressionados pelo hipotético prejuízo conseqüente à ação das chuvas na colheita e transporte das safras de soja no Brasil e na Argentina, pela demanda da China e o crescimento de sua importação de milho e as previsões alarmistas da FAO para uma explosão demográfica e de consumo crescente até 2050. “É importante atentar também aos mercados agrícolas que devem continuar sofrendo com a extrema instabilidade provocada por investidores que retomaram o interesse pelas commodities por conta da farta liquidez global, pífio crescimento da economia e expansão monetária nos Estados Unidos, além dos sinais inflacionários na China”, ressalta.
O Sindirações avalia que produção brasileira de rações ao longo de 2011 vai depender principalmente do crescimento das indústrias produtoras de aves e suínos influenciadas pelo desempenho das exportações, já que o mercado doméstico apresenta níveis de consumo de carnes bastante semelhantes aos dos países desenvolvidos. “O setor de alimentação animal é bastante influenciado pelas decisões e capacidade de compra do consumidor e suas exigências em relação ao suprimento e segurança dos alimentos”, garante Zani. O Sindirações continuará a promover a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia de produção animal brasileira.
Zani ressalta que a missão do Sindirações é ser a voz da indústria de alimentação animal, construindo um ambiente competitivo adequado e colaborando para a produção do alimento seguro, defendendo a ética nos negócios, o comércio justo, a isonomia e eficiência regulatória, sempre tomando decisões baseadas em evidências científicas. “Seria oportuno que o Governo tomasse a iniciativa de controlar os gastos públicos a fim de permitir queda dos juros reais e diminuição da carga tributária para que o setor privado pudesse investir mais e o produto brasileiro ganhar mais competitividade no cenário internacional”, completa.
As informações são do Sindirações, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.