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Uruguai quer inclusão na cota suíça de alta qualidade

A carne uruguaia está cada vez mais próxima de poder ser incorporada na cota de alta qualidade que impulsiona a Suíça. Nessa semana, cumpre-se uma nova etapa de negociação e, além de propor mais garantias, busca-se ampliar a gama de cortes.

A carne uruguaia está cada vez mais próxima de poder ser incorporada na cota de alta qualidade que impulsiona a Suíça. Nessa semana, cumpre-se uma nova etapa de negociação e, além de propor mais garantias, busca-se ampliar a gama de cortes.

O vice-presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Fernando Pérez Abella, o diretor de Assuntos Internacionais do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Mario Piacenza, e o embaixador, Ricardo Nario, viajarão para a Suíça para negociar com os importadores e o Governo suíço, a inclusão da carne uruguaia na cota de alta qualidade, com tarifa preferencial.

A cota especial está concebida para bife angosto, lombo e cuadril, cortes que formam o grupo Rump & Loin– o mesmo tipo de cortes que se exporta na União Europeia (UE) – e a única forma de que entrem outros cortes separadamente é através de um certificado de autenticidade, que, nesse caso, é emitido e avaliado pelo INAC. Esse certificado de autenticidade será discutido nesse novo encontro. Embora o documento seja emitido pelo INAC, é ratificado pelos serviços sanitários do MGAP.

As negociações com a Suíça não são novas e já levam vários meses, inclusive, com o Governo desse país pedindo uma ampliação das informações oficiais enviadas pelo Uruguai, demonstrando que a produção local pode se adequar às exigências do Governo e dos importadores da Suíça. Segundo o vice-presidente do INAC, a cota não é somente para carne bovina procedente de animais engordados com grãos, mas também, entrariam animais criados a pasto.

“A dificuldade nesse ponto é que, com o gado criado a pasto, não se podem cumprir com os pesos de carcaça que pedem os importadores suíços. Não existe um animal criado a pasto, de nenhuma raça, que possa chegar a pesos de carcaça que se exigem”. Por isso, falou-se, a princípio, de carne procedente de animais terminados com grãos ou em regime de engorda em curral.

Por outro lado, a cota é comprada por importadores que podem comercializar entre si, disse Abella. A Suíça está fora da UE, mas têm as mesmas exigências. Ele disse que uma das exigências do Governo suíço é a certificação de que a carne a ser exportada a esse país deve proceder de animais que não tenham sido engordados com o uso de antibióticos. Em contrapartida o produto pode chegar a se valorizar em mais de 20%, disse uma fonte do MGAP.

Por isso, semanas atrás, o Poder Executivo emitiu um decreto proibindo o uso desses medicamentos para engorda animal e, inclusive, marcando a possibilidade de aplicar sanções legais em caso de não cumprimento da norma. A isso se soma o fato de que, desde a década de 80, está proibido o uso de hormônios e promotores de crescimento de base hormonal nos ruminantes.

No mercado suíço, toda a carne que não é incluída dentro da cota de alta qualidade leva um rótulo em sua embalagem advertindo aos consumidores que poderia proceder de animais em que se poderiam ter utilizado antibióticos para engorda.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O pequeno Uruguai tem trabalhado duro e avançado muito. Que sirva de exemplo para nós.