A procuradoria-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu duro parecer que ameaça barrar a fusão entre Sadia e Perdigão. O documento recomenda restrições mais fortes ou a reprovação do negócio. Segundo fontes do Cade, uma das opções possíveis é determinar a venda de uma das marcas.
A procuradoria-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu duro parecer que ameaça barrar a fusão entre Sadia e Perdigão. O documento recomenda restrições mais fortes ou a reprovação do negócio. Segundo fontes do Cade, uma das opções possíveis é determinar a venda de uma das marcas.
O documento foi entregue ontem (9) no fim da tarde ao conselheiro relator do caso, Carlos Ragazzo. Não é a posição definitiva do Cade, mas representa um indicativo importante, já que costuma ser seguido pelos conselheiros. “Estamos preocupados com essa operação e queremos sinalizar ao conselho que deve haver atenção redobrada”, disse ao Estado o procurador-geral do Cade, Gilvandro de Araújo.
O voto dos conselheiros só será conhecido em plenário. A expectativa é que a fusão, que criou a Brasil Foods (BRF), seja julgada em junho após dois anos de análise. A BRF também pode entrar em acordo com o Cade e evitar o julgamento. O negócio foi fechado em junho de 2009 para resgatar a Sadia, que sofreu prejuízos bilionários com derivativos cambiais na crise global.
Para a procuradoria-geral do Cade, “as empresas não lograram êxito em demonstrar que os benefícios decorrentes da fusão podem ser compartilhados com o consumidor”. Sadia e Perdigão argumentam que vão criar uma grande exportadora nacional de carnes, mas a preocupação do órgão é com o custo para a população, pois as concentrações de mercado ultrapassaram 70% em diversos produtos.
A matéria é de Raquel Landim, publicada no jornal O Estado de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.