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Discurso de Otávio Cançado em Bruxelas, 21/06/2011

"O que o Mercosul está propondo é um acordo equilibrado. Aproveitar as potencialidades do Mercosul e da União Europeia para gerar riqueza e bem-estar para seus povos. Por tudo isso trago comigo uma mensagem de otimismo, baseada na visão de futuro que estamos construindo com esforço e muito trabalho. A confiança não esmoreceu, sabemos o que fazer e devemos fazer sem hesitação. Creio que devemos dar seguimento ao programa de mudanças, porque a sociedade brasileira e a do Mercosul não querem voltar ao passado, mas sim olhar para um futuro mais construtivo, liberalizante e mais bem informado do que o atual".

O BeefPoint teve acesso ao discurso proferido pelo diretor do Departamento de negociações sanitárias e fitossanitárias, Otávio Cançado, em Bruxelas por ocasião do debate: “Perspectivas de comércio entre o Brasil e a União Europeia no setor agrícola no contexto de um acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia”. Leia abaixo o discurso na íntegra:

” Bruxelas, 21 de junho de 2011

Senhor presidente da delegação para relações com os países do Mercosul,
Senhor presidente da delegação da assembléia do parlamento europeu para a América Latina e Caribe,
Senhor representante da DG-Trade,
Senhor representante da DG-Agri,
Meu caro embaixador do Brasil para as comunidades européias,
Senhores dirigentes e representantes das cadeias produtivas e exportadoras de grãos, de carne bovina, de açúcar e etanol, de citrus e de carne de aves, tanto do Brasil quanto da União Europeia,
Organizadores deste foro especial,
Senhores empresários,
Senhoras e senhores,

Foi com grande prazer que recebi o convite para participar deste importante debate sobre as relações entre o Brasil e a União Europeia no contexto de um possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A presença de tantos representantes de diversos setores do Brasil neste debate atesta a prioridade que atribuímos a nossas relações com a Europa. Temos, neste momento, razões para celebrar o êxito do Mercosul.

Já fizemos muito. E as perspectivas promissoras do relacionamento com a União Européia são uma decorrência natural disso. Para que possamos seguir adiante, de forma firme e segura, é preciso, no entanto, ainda consolidar o processo de transformações econômicas em nossos países.

É inegável – vivemos momentos difíceis. E é justamente nesse momento que mais precisamos enxergar com clareza e com base em informações fiéis os rumos de uma possível integração entre os nossos dois blocos.

O Brasil consolidou a abertura de sua economia. Eliminou distinções anacrônicas entre capital nacional e capital estrangeiro. Redirecionou o papel do estado e executou um programa de privatizações sem paralelo, mesmo entre as nações industrializadas, rompemos com um modelo que favorecia a exclusão.

Esta é a nova realidade que estamos construindo: a da estabilidade econômica, do progresso e da abertura para o mundo.

As relações entre o Mercosul e a União Europeia, tanto no setor privado quanto na esfera governamental, se fundamentam em interesses concretos, que se traduzem em investimentos crescentes e no incremento do intercâmbio comercial.

As negociações para a celebração de um acordo de parceria estratégica entre Mercosul e União Europeia suscitam muitas reações negativas entre os cidadãos das duas regiões, que tentam alertar seus representantes sobre possíveis efeitos negativos sobre suas vidas. Cabe a estes representantes, no países do Mercosul e aqui também, verificar quais as informações estão corretas e o real impacto sobre a vida dos cidadãos.

Assim, gostaria de aproveitar a ocasião para esclarecer alguns dos aspectos que estão envolvidos na negociação e seu impacto sobre o setor agrícola e demonstrar que o impacto sobre o setor agrícola e a segurança alimentar não está em jogo como acreditam alguns.

Para tanto, permitam-me discorrer e traçar um paralelo entre a liberalização industrial e a liberalização agrícola, apontar algumas inconsistências em dados recentemente levantados, abordar questões fundamentais para o avanço das negociações, demonstrar como a agricultura brasileira é sustentável ambiental e socialmente, da disparidade de desenvolvimento entre UE e Mercosul e dos efeitos negativos que a não assinatura do acordo poderia trazer para a área agrícola dos dois blocos.

Senhor Frontini,

Primeiro, sobre o real impacto do acordo, gostaria de relembrá-los de um processo avançado e bem sucedido de liberalização do comércio de bens industralizados. O processo, que existe desde sempre, mas que ganhou ímpeto com a assinatura do GATT, gerou uma significativa redução tarifária para bens industrializados, de mais de 90% em relação ao que existia em 1947. A liberalização industrial sempre foi combatida nos países em desenvolvimento e nos países do Mercosul não foi diferente.

Sempre se dizia que os produtos vindo de países como a Alemanha, a França, e a Inglaterra, impediriam qualquer chance de desenvolver uma indústria nacional, com a consequente perda dos empregos e redução da renda dos cidadãos. Conduzidos pelas nações desenvolvidas, a liberalização foi imposta como pré-condição para permitir qualquer tipo de associação entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

A liberalização foi feita também como pré-condição para receber socorro financeiro do FMI e do banco mundial em momentos de crise. Hoje, com um nível de proteção significativamente mais baixo que há meio século, e de independência de organismos financeiros internacionais a indústria do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai não apenas sobreviveu, como cresceu.

A liberalização da agricultura possui alguns aspectos semelhantes ao da liberação industrial. Alguns dizem que ela pode afetar a vida das pessoas, a segurança alimentar e seu estilo de vida. No entanto, seria ingênuo imaginar que os governantes das maiores potências europeias permitiriam que isso acontecesse.

O Mercosul não pretende, nem conseguiria se quisesse, desorganizar o comércio mundial agrícola. O que o acordo ora negociado entre Mercosul e UE propõe é uma liberalização administrada, dentro de regras bem estabelecidas, como por exemplo a aplicação de medidas sanitárias e fitossanitárias de forma mais transparente, em conformidade com os dispositivos do acordo SPS, principalmente o da base cientifica.

Senhor Mesnildrey,

Documentos que circulam pela Europa apontam que a produtividade Brasileira deve-se a subsídios governamentais. Nada mais falso. O Brasil não teria condições financeiras de subsidiar toda sua produção, sob pena de sofrer sérios desequilíbrios macroeconômicos.

O Brasil, como a Europa, enxerga o modo de vida agrícola como importante e este modo de vida está associado às próprias raízes nacionais. Por isso, o governo investe na manutenção da agricultura familiar. O programa Brasileiro de agricultura familiar não teve como efeito aumentar a fortuna de grandes exportadores, mas serviu, sim, para retirar centenas de milhares de Brasileiros da miséria.

É a agricultura e a pecuária que tiram o cidadão brasileiro da miséria, dando a ele a verdadeira liberdade e identidade.

Boa parte dos gastos governamentais Brasileiros se destinam também à segurança sanitária de seus produtos. Imaginem os senhores o custo de se estabelecer um sistema de rastreabilidade em um país com oito milhões de quilômetros quadrados. Ainda assim, o Brasil já iniciou um sistema que atende à toda cadeia exportadora de carne bovina, inclusive para UE.

Além disso, o Brasil possui um veterinário residente em cada estabelecimento produtor de produtos de origem animal e as certificações, contam, portanto, com sólido respaldo oficial. Por este e por outros motivos, nenhuma das crises de segurança dos alimentos na UE ou no resto do mundo teve origem no Brasil, muito menos as crises sobre a saúde animal e a sanidade vegetal.

A agricultura no Brasil e na Europa também suscitam sérias preocupações ambientais. Tanto que no Brasil vigora um código florestal há mais de uma década que determina que pelo menos 20% – podendo chegar a até 80% em algumas regiões – das propriedades sejam preservadas.

A lei é fiscalizada e é obedecida e é ainda mais rigorosa com grandes produtores. E o cumprimento desta lei não enseja o pagamento de um centavo sequer ao proprietário. Assim, é falacioso dizer que um acordo Mercosul – UE aumentaria as emissões de CO2. A manutenção do homem no campo é benéfica ao meio-ambiente, seja deste lado de cá ou do lado de lá do oceano atlântico.

Senhor García,

A produtividade brasileira, portanto, não advem de subsídios que o governo brasileiro não poderia arcar. Vem da riqueza dos solos nacionais, do investimento em tecnologia – em grande parte em parceria com instituições europeias e de outros países – e do esforço do povo Brasileiro. A produtividade não causa desemprego. Produtividade causa redução de preços, alimentos mais baratos, menos pressão inflacionária e menos pressão sobre a renda do cidadão, sobretudo em tempos de crise.

O comércio internacional está longe, contudo, de apresentar um quadro equilibrado e tranquilizador. Barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias vêm crescentemente dificultando o acesso dos nossos produtos aos principais mercados consumidores, inclusive o europeu. Em muitas dessas exigências é perceptível um protecionismo mal disfarçado. Leis de defesa comercial são aplicadas de forma pouco compatível com as normas multilaterais, quase sempre para a proteção de indústrias obsoletas.

Assinalo, neste ponto em específico, a especial preocupação do Brasil e dos nossos parceiros do Mercosul com a agricultura. No intuito de isolá-las das regras normais da competição, foi montado o maior aparato de protecionismo e subsidiação de que se tem notícia, para a preservação dos interesses de um único setor.

Senhor Neyra,

Mais de 160 bilhões de dólares são despendidos a cada ano por países desenvolvidos para impedir que a sua agricultura se veja exposta às regras da concorrência. E pior ainda: para distorcer, com uso de subsídios, a concorrência em terceiros mercados. Essa discriminação é injusta e precisa acabar.

O rumo há de ser o de se desfazer os mecanismos de proteção, de ampliar o comércio e de seguirmos adiante nessa compreensão que as mentes mais lúcidas e bem informadas, tanto da Europa como do Brasil, tem de que é necessário evitar que o protecionismo afogue as chances de desenvolvimento econômico.

Acredito que a UE, ao gerar distorção no comércio bilateral entre os dois blocos, pode sofrer ainda mais no futuro com suas atuais posições, dado que a adoção de políticas comerciais mais restritivas (tarifárias e não tarifárias) impedem, neste momento, que a UE avance no sentido de se alcançar um acordo com o Mercosul. No futuro, o Brasil já terá se comprometido em outros acordos com outros países ou blocos econômicos menos resistentes.

Chega a ser curioso ouvir alguém falar da ameaça que países como Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai poderiam causar sobre um continente como o europeu. Há uma disparidade de condições políticas, sociais e econômicas relevantes entre o Mercosul e a UE, o que me leva a crer que, sem uma mudança profunda e rápida destas condições um acordo entre os dois blocos estará fora da agenda por um longo período.

Meu caro embaixador Ricardo Neiva Tavares,

O que o Mercosul está propondo é um acordo equilibrado. Aproveitar as potencialidades do Mercosul e da União Europeia para gerar riqueza e bem-estar para seus povos. A agricultura é parte da história de todos os nossos países. A agricultura Brasileira, particularmente, está intrisicamente ligada à imigração europeia ao longo dos séculos.

Por isso, senhores, agradeço a oportunidade de poder vir aqui falar-lhes sobre nossas expectativas e, acima de tudo, esclarecer algumas informações que podem ser mal interpretadas ou que estejam sendo distorcidas por má fé, por grupos cujo interesse não é de oferecer alimentos a preços justos, mas sim de obter seu sustento às custas do contribuinte europeu e do cone Sul.

O Brasil foi descoberto por uma grande nação europeia e suas primeiras impressões são repetidas até hoje em nossa terra. Não podemos deixar que alguns fatos ocultem a verdade sobre o Mercosul. O acordo entre UE e o Mercosul será uma redescoberta, inaugurando uma nova fase na relação entre os blocos.

Sejamos solidários com cada um dos nossos países, sobretudo – repito – nesses momentos de dificuldades, que são também momentos de oportunidades para renovarmos e consolidarmos o objetivo maior que é o da integração, por intermédio do diálogo franco e da busca de soluções conjuntas, que trilhem no sentido de satisfazer a todos ou à maioria possível.

Por tudo isso trago comigo uma mensagem de otimismo, baseada na visão de futuro que estamos construindo com esforço e muito trabalho. A confiança não esmoreceu, sabemos o que fazer e devemos fazer sem hesitação.

Por fim, senhoras e senhores,

Creio que devemos dar seguimento ao programa de mudanças, porque a sociedade brasileira e a do Mercosul não querem voltar ao passado, mas sim olhar para um futuro mais construtivo, liberalizante e mais bem informado do que o atual.

Muito obrigado!”

0 Comments

  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Gostei bastante do discurso deste jovem e muito promissor Otávio Hermont Cançado.

    Em passado não muito distante,nossas idéias já debateram,e isso foi muito bom porque me fez respeitar ainda mais este rapaz,que tem muitas qualidades,entre elas naquele momento a humildade ficou clara para mim.

    Gostei de vê-lo defendendo com galhardia nosso país no exterior.

    Me parece igualmente importante que nós internamente também nos atentemos as nossas mazelas internas,mazelas que excluem.Quando deveríamos,assim como no exterior,buscar sempre tornar o capital mais democrático.

    Quando faço minhas criticas sobre os acontecimentos do setor de abates bovinos,estas criticas estão quase sempre ligadas ao JBS,mas quero deixar muito claro que nada tenho de contra quanto esta empresa.

    O que muito incomoda de fato,é o BNDEs fazer aportes bilionários APENAS PARA eleitos,penso que o dinheiro deste banco é publico e extremamente sofrido,visto que todos nós trabalhamos pelo menos quatro meses somente para pagar impostos,e exatamente por isso este banco deveria operar para os melhores interesses do BRASIL e não para os interesses,no mínimo,duvidosos,ou pelo menos muito mal explicados,de uns e outros.

    Ai esta,além de tornar algumas,poucas,empresas em gigantes “campeãs Nacionais” em nosso setor,agora acena com quatro bilhões para a fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour.

    Pergunto,em quais são os interesses nacionais defendidos neste possível empréstimo?

    Como disse o Otávio,somos promotores das maiores privatizações,sem precedentes,no mundo,mas quem financiou tudo isso?!

    Empresas dos exteriores captaram dinheiro fácil,com grandiosos prazos para inicio dos pagamentos e com taxas de juros de pai para filhoS,para comprar bens NACIONAIS,e ai?!.

    Este banco é do BRASIL,dos brasileiros,porque temos que ficar calados quando suas ações são claramente de interesses particulares privados,privadíssimos,que só pensam e atuam em prol deles mesmos (deles: grupo de pessoas de acesso,influencia e poder de decisão naquele banco nacional).

    É necessário,por demais,combater FEUDOS sobre tudo quando estes elegen-se e mantenhen-se com dinheiro de empresa publica que só opera com dinheiro publico derivado de IMPOSTOS.Impostos,não há escolhas somos,todos,obrigados a CONTRIBUIR.

    Esta deve ser uma luta de todas as pessoas de bem,preocupadas com a melhor justiça social e com os bens públicos,que devem continuar a permanecer PÚBLICO,e somente ser utilizados para o maior e melhor benéfico público,do povo e para o povo.

    TORNAR PRIVADO AQUILO,AQUELE DINHEIRO QUE É PUBLICO,SEM QUE EXISTA REAL INTERESSE NACIONAL É ROUBO.E QUANDO SE ELEGE DOIS OU TRES APENAS PARA SEREM OS BENEFICIADOS EM DETRIMENTO DE TODO UM SETOR É MAIS ROUBO AINDA,E POSSÍVELMENTE ESTE ROUBO SE DÁ POR AÇÕES DE CORRUPÇÃO.

    Lutamos por tudo que nos pertence,porque calamos quando a questão é publica,e o que é público nos pertence menos do que aquilo que temos em nossas casas,bolsos,contas correntes,poupanças ou nossos nomes?

    NÃO EXISTE GLÓRIA NO SILÊNCIO MEDROSO,E NA LENIÊNCIA COVARDE.Além do que,quem se omite não tem o direito de fazer criticas a miúdes.

    Mais uma vez parabéns senhor Otávio!

    Aos demais.

    PT Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  2. MÁRCIO REZENDE EVARISTO CARLOS disse:

    Caro Otavio,

    Otimo discurso!

    Puxando o assunto mais para o lado SPS, e essencial que as palavras proferidas no Parlamento Europeu estejam acompanhadas de acoes efetivas. A continuidade de projetos estruturantes dos sistemas de controle oficial, a coordenacao eficiente entre os diferentes Departamentos e Coordenacoes do MAPA, a manutencao e cumprimento dos compromissos firmados e a busca continua por melhorias nas garantias sanitarias que fornecemos e o que garante a credibilidade para o bom andamento das negociacoes no campo sanitario. A cooperacao e contato rotineiro entre os tecnicos que lidam diretamente com os sistemas de controle na UE e no Brasil e um caminho muito interessante que reforca a confianca e permite conhecer as expectativas de ambas as partes.

    Como voce deixou bem claro na sua fala, varios fatores estao envolvidos no sucesso de negociacoes como a do Mercosul-UE. Dentre esses, o fator tecnico e de grande relvancia e quando se trata de comercio de alimentos, da a base para a credibilidade. Precisamos nos esquivar da tentacao de excusa de que problemas de natureza tecnica possam ser a razao real de restricoes ao comercio. Se a alegacao for de natureza tecnica, a primeira coisa a se fazer e trata-la tecnicamente e, depois disso, caso nao haja resultado, buscar outras formas de atacar o problema. Mas o tratamento no campo tecnico nunca sera perda de tempo. Vale muito o circulo virtuoso gerado por: avancos no campo tecnico gerando credibilidade e a necessidade de manter a credibilidade gerando avancos no campo tecnico.

    "Thus, trust becomes an equivalence issue with both food safety and trade implications.(Frase retirada do documento "Process for evaluating the equivalence of foreign meat and food regulatory systems" do FSIS/USDA)

    Abraco e parabens pelo tom acertado,

    Marcio

  3. Cristiane Cesar Campos disse:

    Um discurso claro e verdadeiro, ótima escolha para representar o nosso País, parabéns!!!!

  4. Roberto Andrade Grecellé disse:

    muito bom Otávio,

    postura e fala irretocáveis.

    prossiga. o Brasil precisa manter esse canal de comunicação ativo com o velho mundo.

    sinceras parabenizações.