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Uruguai manda missão oficial à Rússia para negociar melhor acesso à carne

Uma missão uruguaia oficial partirá na próxima semana até Genebra para negociar um melhor acesso à carne bovina congelada à Rússia. Os russos entrarão na Organização Mundial de Comércio (OMC) e planejam mudar as tarifas e o sistema de cotas.

Uma missão uruguaia oficial partirá na próxima semana até Genebra para negociar um melhor acesso à carne bovina congelada à Rússia. Os russos entrarão na Organização Mundial de Comércio (OMC) e planejam mudar as tarifas e o sistema de cotas.

O período destinado às negociações políticas com o Governo russo está fechando e, assim como outros fornecedores, o Uruguai busca um melhor acesso ao mercado, centrando seu interesse na carne bovina congelada e não tanto na resfriada. O impacto que terá a entrada da Rússia na OMC vem sendo analisado pela Junta Diretiva do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) – órgão integrado pelo Poder Executivo, indústria frigorífica e produtores – há várias semanas.

A missão estará composta por membros da Chancelaria, do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) e pelo presidente do INAC, Luis Alfredo Fratti. A Rússia é o principal mercado para a carne bovina uruguaia, onde compete com êxito frente a outros grandes abastecedores, como o Brasil. Nos últimos três anos, os frigoríficos habilitados exportaram a esse mercado uma média de 80.000 toneladas anuais e estima-se que o Governo russo outorgará as novas cotas com base aos antecedentes de exportação.

“Hoje, esse mercado tem um sistema de licenças de importação que não está dividido em cotas. O que fará será definir um número na OMC e, com esse número, criará um determinado precedente tarifário”, disse o diretor de Assuntos Internacionais do MGAP, Mario Piacenza.

Por fora dessa nova cota que será estabelecida, a carne deverá pagar uma tarifa maior e a Rússia daria preferências a alguns países fornecedores, como é o caso dos Estados Unidos, Austrália e União Europeia (UE).

Nas últimas semanas, os negócios de carne uruguaia no mercado russo estão um pouco parados, porque os preços que oferecem os importadores não são atrativos para a indústria local, pois há mercados que pagam mais para a pouca carne que se está obtendo com os abates.

Exportadores brasileiros disseram que há maior interesse por cortes de dianteiro, mas que se mantém uma ampla diferença entre os valores que os frigoríficos pretendem vender e os que querem pagar os importadores russos.

“Tivemos um pedido a US$ 5.150 FOB, mas o negócio não fecha, porque hoje o mercado interno paga o equivalente a US$ 5.350 FOB”. Outro operador disse que os mexicanos estão colocando chuck & blade na Rússia a US$ 4.900 FOB e, no Uruguai, com custos e frete, esse valor seria de US$ 5.100. A esse preço, os frigoríficos não estão dispostos a vender. Por outro lado, os argentinos manejam um preço de referência de US$ 5.000 a tonelada FOB e praticamente não existem negócios.

No caso do Uruguai, vem sendo registrados mais pedidos de preços de miúdos e se fazem alguns embarques pontuais de cortes de dianteiro a US$ 4.350 FOB, segundo o Faxcarne. O relatório estabelece que, nos últimos dez dias, alguns grandes exportadores não estão colocando carne na Rússia.

No primeiro semestre, esse mercado ficou com 39% a 44% das exportações mensais de carne bovina congelada, enquanto que em julho está tendendo a ser 30% das exportações mensais de carne bovina congelada.

Até 9 de julho, foram exportadas à Rússia 377 toneladas, quando na mesma data do ano anterior, os importadores russos compraram 667 toneladas; praticamente se exportou metade do volume do ano passado.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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