A indústria de carnes do Paraguai passa por uma das piores crises desde que o país recuperou o status sanitário e começou a exportar aos melhores mercados, segundo o presidente da Câmara Paraguaia de Carne (CPC), Luis Pettengill. O motivo disso é a queda na cotação do dólar. Se isso não for corrigido, até agosto e setembro as indústrias frigoríficas, que hoje já operam com 50% da capacidade, poderão se paralisar por completo, disse ele.
A indústria de carnes do Paraguai passa por uma das piores crises desde que o país recuperou o status sanitário e começou a exportar aos melhores mercados, segundo o presidente da Câmara Paraguaia de Carne (CPC), Luis Pettengill. O motivo disso é a queda na cotação do dólar. Se isso não for corrigido, até agosto e setembro as indústrias frigoríficas, que hoje já operam com 50% da capacidade, poderão se paralisar por completo, disse ele.
“Estamos muito afetados pela questão do dólar. Nossa indústria de carnes praticamente está operando a 50% de sua capacidade e há algumas indústrias que estão fechando por um mês, inclusive, e isso é grave”, disse ele.
Pettengill disse também que há fábricas que estão com paradas parciais, algumas de 15 dias, como o Frigorífico Concepción, que está dando férias coletivas a seus funcionários; também o Frigorifico Guaraní está parando quatro dias e trabalhando quatro dias; o Frigomerc faz o mesmo.
Ele disse que o único problema é a queda abrupta da cotação da moeda norte-americana em nosso país, já que o mercado e a demanda existem e os preços a nível internacional são bons, mas a baixa do dólar não torna as operações rentáveis. Ele explicou que as compras de matéria-prima, que são os animais, são feitas na moeda local (guarani) e “depois, temos que pagar com os dólares que exportamos e cada vez temos menos guaranis. Então, a equação não fecha e não podemos exportar”.
Ele disse que após falar com as autoridades do Banco Central do Paraguai (BCP), os técnicos garantiram que o dólar praticamente se manteria em 4.000 guaranis e que não há previsão de que a moeda norte-americana baixe mais. No entanto, estamos hoje a 3.800 guaranis por dólar e segue baixando.
“Os preços internacionais são bons, o que está mal é a nossa moeda. Por isso, estamos praticamente paralisados e vamos seguir para paralisação total se não melhorar a situação em 15 ou 20 dias”. De acordo com as estimativas, a tendência de baixa do dólar seguiria até o mês de setembro, aproximadamente.
Consultado sobre a situação trabalhista dos funcionários da indústria, ele disse que até agora os frigoríficos se mantém dando férias, mas que se a situação não melhorar, terão que recorrer ao fechamento total das atividades. “Se isso continuar assim, nós pediremos suspensão laboral por 30 a 60 dias em todas as fábricas. Isso implicaria no não pagamento de salários nesse tempo a 6.000 a 7.000 funcionários que trabalham conosco de forma direta”, disse Pettengill, que pediu que as autoridades monetárias do país façam algo para evitar isso.
A reportagem é do ABC Color Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.