Os sucessivos fracassos nas negociações para encerrar o embargo da Rússia a exportadores de carnes do Brasil levou o Ministério da Agricultura a modificar a equipe de negociação e a decretar uma "intervenção branca" na Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
Os sucessivos fracassos nas negociações para encerrar o embargo da Rússia a exportadores de carnes do Brasil levou o Ministério da Agricultura a modificar a equipe de negociação e a decretar uma “intervenção branca” na Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
O ministro Mendes Ribeiro assumiu as conversas e exigiu de sua equipe uma resolução rápida do problema, que se arrasta desde 15 de junho. Determinou ainda que as questões de comércio exterior sejam responsabilidade da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), comandada pelo secretário Célio Porto.
Ribeiro deixou claro seu descontentamento com a atuação da SDA nas negociações. Na terça-feira, afirmou que, “se necessário”, viajará à Rússia junto com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para negociar a reabertura daquele mercado.
Dirigentes da pasta tentam um encontro, que pode ocorrer na próxima semana, em Moscou, com o “czar” do serviço sanitário russo, Sergei Dankvert. O embargo, mantido há quase três meses, atinge 85 frigoríficos de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná. Outras 37 unidades sofrem “restrição temporária” a pedido do próprio Ministério, que tentou uma “troca” voluntária para encerrar um embargo mais amplo.
Embora tenha respaldo da cúpula do PMDB, inclusive do vice-presidente Michel Temer, o atual secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, pode ser exonerado, assim como o diretor Luiz Carlos Oliveira. Os dois têm sido alvo de queixas por parte do setor privado. Segundo fontes de empresas, Jardim se afastou das negociações e deixou outras pessoas assumirem as rédeas. As críticas em relação ao diretor Luiz Carlos são mais contundentes. Segundo os mesmos interlocutores, o embargo só piorou com a participação do diretor. Foi dele a ideia de entregar a lista dos 37 frigoríficos. Agora, o diretor está “escanteado”.
A situação do Brasil também é difícil em relação a outros parceiros. Os problemas com Estados Unidos e Coreia do Sul estão “longe” de uma resolução. A missão veterinária do Japão, em visita ao país em agosto, ainda vai decidir se o mercado asiático será aberto à carne suína nacional. Embora aberta, a China habilitou poucos frigoríficos à exportação. A Malásia enviará outra missão este mês para ampliar o número de plantas autorizadas a enviar produtos.
Rússia libera cinco frigoríficos
A Rússia liberou ontem a entrada de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros sob interdição. A liberação beneficia duas plantas de Mato Grosso do Sul, e uma de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, Estados que não foram atingidos pelo embargo de junho. “Houve essa liberação, mas os cinco frigoríficos continuam sob monitoramento especial”, afirmou Antônio Camardelli, presidente da Abiec.
O embaixador brasileiro em Moscou, Carlos Paranhos, disse que espera é a liberação completa dos 89 frigoríficos de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Uma delegação chefiada por Célio Porto e Francisco Jardim, do Ministério da Agricultura, tentará desbloquear a situação em Moscou.
As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela equipe BeefPoint.
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A situação se alonga mais que o razoável. E a pressão é inevitável. Espero que consigamos solucionar logo o bloqueio, pois a Russia é um mercado muito importante.
Me parece uma confusão na comunicação entre os frigorificos e o governo ler-se MAPA e SDA.; tem muito a ser feito e melhorado antes de apontar o dedo para fora do Brasil!
Concordo plenamente.
Pois é…
Sorteados os culpados, cortam-se as respectivas cabeças e volta-se a estaca zero.
Tem início nova temporada turística rumo a Rússia e provavelmente aos EUA e Coréia.
Mas os detalhes sobre como nos metemos no problema… nadica de nada…
Por que motivos não nos contam detalhes do que os Russos encontraram em suas auditorias?
Por que motivos não nos contam detalhes do que lhes prometemos?
Por que motivos não nos contam detalhes do que ainda não cumprimos?
Por que motivos não nos contam detalhes do "por que não cumprimos"?
Desconfio que o problema é muito mais embaixo…
Ainda bem que não faltam candidatos aos postos dos que agora foram substituídos, dessa forma, quando o "mercado" fornecedor chiar um pouco mais forte, providenciam novos cortes de cabeças, e troca de comando.
Pelos escritos anteriores, a culpa maior era dos "auditores externos", com suas exigências descabidas, e dos dirigentes russos sobre a não colaboração do Brasil para facilitar a entrada Russa na OMC… Será que, os que agora estão sendo substituídos possuíam algum poder para ajudar os Russos no assunto OMC ? e os respectivos substitutos possuem tais poderes? se não possuem ,a troca nos favorecerá em que?
Dúvida: No que e em quem realmente podemos acreditar?
Conclusão: Continuamos a seguir adiante… sem nunca sair do lugar!
Tenho feito comentário de que é preciso mudança radical no status atual da cadeia produtiva da carne para superar a crise com a Russia, do ponto de vista técnico como Médico Veterinário não é tão complicado e sim mais da vontade política do Ministério da Agricultura.
Muitas vêzes se tem tomado decisões de afogadilho,quando se deveria usar meios e métodos fundados em critérios técnicos,sem fomentar discórdias entre empresário,
e corpo técnico da SNAD e DIPOA.
Divididos vamos sempre negociar,já de antemão derrotados.
Os Argentinos, como exemplo antes de uma rodada internacional discutem entre Indus
tria e setor govêrno chegando à exaustão., mas terminado chegam na discussão com
consenso, Normalmente conseguem seus objetivos.
Muita atenção antes de tomar decisão de, conferir a quem não tem conhecimento técni
co do assunto,a tarefa de negociar
Astuto os negociadores extrangeiros certamente irão usar a brecha aberta e, contarão
daqui em diante com uma equipe despreparada para discutir dentro das normas dos
Regulatórios Técnicos,
Há momentos em que as paixões devem estar abaixo dos maiores in terêsses que
nesse caso é nosssa soberania