O Brasil exportará mais de 1,3 milhão de toneladas de carne bovina neste ano, podendo atingir 1,4 milhão de toneladas, rendendo cerca de US$ 1,5 bilhão ao país, projetou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.
A estimativa tem como base o desempenho acumulado pelo setor entre janeiro e setembro, período no qual as remessas de carne bovina somaram 930 mil toneladas em equivalente-carcaça (ou US$ 1 bilhão), representando crescimento de 38% sobre as 670 mil toneladas (US$ 762 milhões) negociadas em igual período do ano passado. Nos primeiros nove meses deste ano, a Austrália exportou 870 mil toneladas.
“Mantida a atual tendência, o Brasil será o principal exportador mundial de carne bovina em 2003”, disse Nogueira. Os Estados Unidos devem exportar 1,160 milhão de toneladas de carne bovina neste ano.
As boas notícias para a pecuária de corte brasileira no mercado internacional não se restringem ao aumento do volume de exportações, mas envolvem também a recuperação dos preços pagos pelo produto brasileiro. Em setembro deste ano, cada tonelada de carne bovina in natura foi negociada pelo valor médio de US$ 2.098, frente a US$ 1.765 a tonelada em setembro do ano passado. Entre o final de 2002 e meados de 2003, a pecuária de corte enfrentou a mais forte depressão de preços desde o início da década. O pior momento foi janeiro deste ano, quando a carne bovina in natura chegou a ser negociada a US$ 1.549 a tonelada.
Considerado o preço pago pela tonelada de carne bovina in natura exportada em janeiro de 2003 (US$ 1.549 por tonelada), com o valor médio registrado no mês passado (US$ 2.098 por tonelada), há uma recuperação de 35%.
Nogueira acredita que as perspectivas para a carne bovina brasileira são ainda mais promissoras, tanto em aumento no volume de exportações como de faturamento no mercado internacional. Ele lembrou que o valor médio de negociação da carne bovina brasileira ainda não retornou aos patamares registrados no início da década. Em janeiro de 2000, a tonelada de carne bovina in natura era exportada por US$ 2.700 em média, 27% a mais do que o valor registrado em setembro. Há, portanto, espaço para maior recuperação de preços.
Mesmo que o mercado internacional pague mais pela carne brasileira, a produção ainda terá competitividade, ressaltou. Em 2002, o Brasil remeteu ao Exterior um milhão de toneladas, obtendo faturamento de US$ 1,107 bilhão. Em igual período, os Estados Unidos exportaram 1,2 milhão de toneladas, obtendo US$ 3,5 bilhões com essas vendas. Ou seja, enquanto o Brasil comercializou cada tonelada de carne a US$ 1.736 (média entre janeiro e setembro), os Estados Unidos receberam US$ 3.570 por tonelada em média no mesmo período.
Fonte: Departamento de Comunicação da CNA, adaptado por Equipe BeefPoint