O economista do Instituto de Pesquisas Políticas em Alimentos e Produtos Agrícolas (Food and Agricultural Policy Research Institute – FAPRI) da Universidade de Missouri, Scott Brown, disse nesta semana, a um grupo de produtores, que os altos preços da carne bovina deverão permanecer – talvez apenas um pouco menores – durante todo o próximo ano. “Se eu estivesse aqui há nove meses falando que os preços dos bovinos estariam com uma média de US$ 2,18 o quilo no último trimestre deste ano, vocês teriam me expulsado do município”.
Os preços pagos pelos novilhos terminados no Mercado Direto de Nebraska encerrarão o ano 37% maiores que os do mesmo trimestre do ano anterior, de acordo com as estimativas da FAPRI. As projeções mostram que os preços dos bovinos estarão em cerca de US$ 178,57 por 100 quilos no mesmo trimestre de 2004. Apesar de esse valor demonstrar um declínio de 14% em relação ao deste ano, o preço ainda estará bem acima das médias obtidas nos últimos tempos.
Brown disse que o fechamento das fronteiras às importações de carne bovina e bovinos do Canadá teve somente uma pequena participação no aumento dos preços da carne bovina. Os EUA continuam com uma pequena oferta do produto, especialmente dos cortes de alta qualidade.
Apesar de o Canadá fazer parte da história, a contínua demanda dos consumidores é uma grande força nos preços. Por exemplo: o steak, que custava em média US$ 9,92 o quilo nos estabelecimentos de varejo de 1997 a 2001, agora, está a um preço médio de US$ 13,22 o quilo. Brown disse que essa mudança no mercado faz parte do ciclo de produção de carnes, que, no início, estava com baixa demanda e preços menores também.
A FAPRI informou que, nacionalmente, o rebanho bovino continua declinando. Isso estenderá o ciclo pecuário, que será o mais longo registrado. À medida que o rebanho se contraia, a oferta de carne bovina ficará menor e os preços, maiores. Um mapa dos EUA mostra queda do número de bovinos nos estados mais afetados pela seca, a oeste do país.
A tendência atual de preços de bovinos nos EUA poderia, no entanto, reverter-se rapidamente se os consumidores passassem a substituir a carne bovina por outras mais baratas, como suína e de frango. Além disso, outro fator que poderá influenciar os preços dos bovinos são os altos preços do milho e da farinha de soja, principais ingredientes da ração terminada de bovinos, segundo a FAPRI.
Brown também traçou um cenário otimista para os preços de vitelos. Animais de 270 a 295 quilos deverão ter um preço médio de US$ 227 por 100 quilos neste trimestre. A FAPRI projetou US$ 212,19 para o próximo ano, com uma média anual de US$ 214,13 por 100 quilos para os bezerros mais pesados.
Fonte: AgWeb (por Julianne Johnston), adaptado por Equipe BeefPoint