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A carne brasileira será melhor que a carne argentina! – Daniel de Castro Martins

Daniel de Castro Martins, leitor BeefPoint, comentou sobre a notícia "A carne bovina argentina é melhor que a brasileira?". Confira o comentário.

Daniel de Castro Martins, leitor BeefPoint, comentou sobre a notícia A carne bovina argentina é melhor que a brasileira?

Confira o comentário abaixo:

A carne brasileira será melhor que a carne argentina!

A afirmação acima está correta e em breve teremos uma carne com qualidade melhor que a carne argentina. O que leva a acreditar nessa frase é analisar a situação dos sistemas de produção argentino e ver que as áreas de melhores pastagens e solos estão se destinando à outras culturas, principalmente soja, provocado pela baixa rentabilidade da pecuária no país vizinho. O gado argentino tem se deslocado para outras áreas de produção e tem encontrado muitas dificuldades nessa transferência.

Como o texto aponta, o uso de cruzamento industrial com a raça Angus tem dado muita qualidade a carne, o que é inegável. Porém, se quiser obter algo com maior solidez em qualidade de carne, não pode basear a produção na exploração da heterose entre uma raça de origem indiana com uma raça de origem europeia, que provoca a obrigação de se abater toda produção (machos e fêmeas), para evitar algo muito danoso, como a tucurização do rebanho, devido aos cruzamentos sucessivos.

O ideal é pensar em sistemas de produção e avaliar se eles têm condições de trabalhar com raças puras. Como o texto acima aponta, a região centro-oeste precisou de uma raça “pau para toda obra”, então não podemos deixar de observar se o sistema tem condições de responder a uma exigência de produção mais rígida, o que implica uso de uma grande variedade de tecnologias para se conseguir os resultados esperados ao decidir produzir animais com maiores exigências.

O texto aponta algo que todo pecuarista tem que ter em mente: o que produz e para quem produz. Tem que observar muito atentamente as exigências do mercado e atender o mais rápido possível o consumidor, seja ele próximo da fazenda ou aqueles que estão do outro lado do mundo.

Finalizando, o que o consumidor procura é uma carne de qualidade e saudável, produzida respeitando as exigências sanitárias e sociais.

Acredito que um trabalho sério de seleção genética e melhorias na alimentação dos bovinos na propriedade podem reduzir a idade de abate dos animais zebuínos, o que terá como resultado aumento significativo na qualidade da carne. Vale lembrar que existem corte regionais de dianteiros de zebu que apresentam boa qualidade para churrasco, como surtum (corte na paleta do animal), mas como diz a própria matéria, é necessário um churrasqueiro de primeira. Como vantagem, podemos destacar que a atitude sustentável se perpetuará. Também podemos pensar em seleção para animais Angus e ajustes na propriedade para produção no centro-oeste.

Fica o alerta, a exemplo da Argentina. Se a rentabilidade da atividade não se mostrar satisfatória, vamos continuar vendo nossos sistemas de produção se deslocando para outras áreas. Como as áreas marginais ou de abertura têm se reduzido bastante, podemos pensar que no futuro, se algo não for feito, teremos uma redução no rebanho.

O que sobra é a pergunta: nós realmente queremos produzir uma carne de melhor qualidade do que a argentina?

Confira a notícia na íntegra: A carne bovina argentina é melhor que a brasileira?

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