A abertura e reabertura de mercados externos para a carne bovina brasileira abrem um leque de possibilidades para a produção dos pecuaristas brasileiros. Um dos grandes mercados alcançados pelo Brasil são os Estados Unidos.
A partir da abertura do mercado americano, outros importantes destinos devem se viabilizar. “Os EUA são referência para todo o mundo por ter rigorosos sistemas de restrições, e a conquista desse mercado garante um ‘selo de aprovação’ ao produto brasileiro”, destaca José Vicente Ferraz, da Informa Economics FNP.
Um dos países que já está no radar do Brasil é o Japão, que embargou a carne brasileira no fim de 2012. Uma missão deverá ser enviada para o Brasil em agosto para estudar a suspensão do embargo. “É um processo longo, que ainda deve demorar bastante, mas que trará ótimos frutos. Junto com o Japão deve vir a Coreia do Sul, que é outro importante mercado. A parceria será muito lucrativa pois ambos têm demanda por carnes com muita cobertura de gordura e são conhecidos por serem ótimos pagadores”, avalia Alex Lopes da Silva, consultor da Scot Consultoria.
Os japoneses foram grandes compradores de carne industrializada brasileira e após o rompimento da restrição espera-se que os asiáticos passem a importar carne in natura. “O mercado asiático valoriza muito a cobertura de gordura sobre a carne, o que não representa nenhuma dificuldade para os produtores brasileiros. Na última década o Brasil diversificou o seu sistema de produção e, hoje, conseguimos produzir para todos os tipos de mercado. Basta a demanda surgir que a produção se adaptará rapidamente”, acrescenta Alex.
Outros mercados em potencial são Canadá e México. “Sem dúvida a proximidade com os Estados Unidos abriria as portas para toda a América do Norte. São mercados amplos na compra de cortes e que devem garantir maior estabilidade às exportações”, pontua Ferraz.
A possível abertura desses mercados traz a necessidade de ampliação do sistema de produção brasileiro. Mas, de acordo com Alex Lopes, isso não deve acontecer a curto prazo, já que dois dos principais parceiros comerciais do Brasil, Rússia e Venezuela, reduziram suas importações em cerca de 50% cada um no primeiro semestre desse ano. “Temos total condição de atender as atuais demandas dos mercados externos sem maiores esforços. A princípio, os novos parceiros devem ocupar a lacuna deixada por antigos compradores”.
Ferraz relembra que para atender essas demandas será necessário ficar atento à produtividade. “Com abertura ou não é preciso aumentar a produtividade da pecuária brasileira. Ou seja, é necessário produzir mais com menos. A partir disso toda a cadeia conseguirá sua margem de lucro e o produto chegará a um preço razoável ao consumidor final”.
Outro importante parceiro comercial, a China abriu recentemente as portas para a carne brasileira e importou três mil toneladas no início de junho. O país asiático absorve quase todos os cortes, principalmente miúdos.
Assim como o Japão, a Arábia Saudita impôs embargo à carne brasileira desde o fim de 2012. Representantes do país estiveram no Brasil em junho e a suspensão da restrição pode estar próxima. Os árabes são importadores de cortes dianteiros, com certa participação de traseiros, como filé mignon e contra filé, para atender restaurantes e hotéis.
Fonte: Portal DBO, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.