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A Floresta Amazônica e a presença do Homem

Uma floresta adulta, vigorosa, em estado de clímax, não é fonte de oxigênio para a atmosfera. Todo o oxigênio que produz pela fotossíntese é consumido pela respiração e pela vegetação senescente em decomposição. O destino de uma Floresta Amazônica antrópica será o mesmo da Mata Atlântica atual. Ficará equilibrada, e em harmonia com a presença do homem. Quem viver, verá!

Ao realizar a fotossíntese pela folhagem das plantas, sob a ação da energia da radiação solar, forma-se o hidrato de carbono, seja o açúcar e a celulose, pela combinação do gás carbônico com a água da atmosfera. Esse processo libera o oxigênio para a atmosfera. Assim, formou-se, através de milhões de anos o elevado teor de oxigênio na composição da atmosfera da Terra, cerca de 21%. O nitrogênio, um gás inerte, ocupa quase todo o volume da atmosfera, em torno de 78% e o gás carbônico, apenas 0,03 %.

O oxigênio presente na atmosfera terrestre foi originado pela fotossíntese realizada pelos vegetais da superfície. Os organismos, plantas e animais, presentes nas florestas da Terra não mais contribuem para alterar a composição da atmosfera. Quando vivas, as plantas realizam a fotossíntese, produzindo e liberando o oxigênio, ao mesmo tempo em que formam a matéria orgânica e consomem o gás carbônico. Quando morrem e se decompõem, fazem o contrário, consomem o oxigênio, numa combustão lenta e lançam em seu lugar gás carbônico na atmosfera. Por isso os teores de gás carbônico e de oxigênio na atmosfera mantêm-se constantes.

Serapilheira

Toda floresta adulta, em clímax, apresenta sobre o solo uma camada de matéria orgânica oriunda da folhagem senescente que cai da copa das árvores e que apresenta na parte inferior em contato com o solo uma camada em decomposição. É a serapilheira.

Essa serapilheira, ao mesmo tempo em que recebe material na superfície, vai se decompondo e desaparecendo na parte inferior. Dessa forma, a serapilheira fica sempre com a mesma altura. Se não houvesse essa decomposição, a camada de serapilheira iria aumentando de espessura continuamente e chegaria a muitos metros da altura. O que nunca acontece. A floresta virgem, ao mesmo tempo em que produz oxigênio pela fotossíntese, produz também o gás carbônico, pela decomposição da matéria orgânica quando morrem. Assim, não alteram a oxigenação da atmosfera.

Superfície aquosa

Uma vegetação natural ocorre também em superfícies aquosas como de lagos e oceanos. São principalmente as algas, muito abundantes, que fazem a fotossíntese. Absorvem o gás carbônico (CO2) e liberam o oxigênio. Mas, as algas também respiram e se decompõem quando morrem, produzindo o gás carbônico na mesma proporção que produziu o oxigênio.

A superfície do globo terrestre apresenta três quartas partes cobertas por oceanos e apenas uma quarta parte por terra. Dessa forma, a influência dos continentes, e assim da Floresta Amazônica, nas condições físicas, térmicas e hídricas do clima do globo é mínima em comparação com a dos oceanos.

Se a Floresta Amazônica fosse substituída por outra cobertura vegetal, como a pastagem ou uma cultura agrícola arbustiva ou arbórea, o efeito na composição da atmosfera terrestre seria desprezível, principalmente se comparada com o efeito da abundante vegetação dos oceanos, que ocupa quase toda a superfície do planeta. Os teores de oxigênio e de gás carbônico da atmosfera sobre os oceanos e sobre os continentes são iguais e continuam sendo sempre os mesmos.

Ocupação humana da floresta

A floresta natural na ausência do homem civilizado mantém-se virgem em equilíbrio, com todos os seus componentes inclusive o homem em estado selvagem. Quando o homem civilizado vem e ocupa uma região florestada altera em algumas dezenas de anos, seu equilíbrio e transforma o ambiente numa condição favorável à sua sociedade. A floresta não será mais virgem, mas uma floresta antrópica, vegetação resultante de ação do homem sobre a vegetação natural. Como por exemplo pastos, plantações frutíferas, canaviais, etc, como aconteceu com a Mata Atlântica brasileira. São também florestas antrópicas as coberturas atuais da Europa, dos Estados Unidos, da China, do Japão etc.

No início do século vinte, quase todo o território do Estado de São Paulo estava coberto pela Mata Atlântica, cerca de 90%, Com o decorrer dos anos a cobertura florestal foi sendo reduzida sistematicamente. Por volta de 1950, na metade do século vinte, já tinha caído para menos de 15%. Com essa enorme redução na área florestada não se verificou alteração sensível nas suas condições climáticas. Elas continuaram favoráveis à vida humana e ao cultivo das mesmas culturas, como anteriormente.

O papel da floresta no clima

A floresta não tem papel significativo na temperatura da atmosfera terrestre. Certamente, um terreno de solo desnudo, desprotegido, pode apresentar grande variação de temperaturas no seu ambiente microclimático. Mas é um efeito local e não climático. Os fatores que afetam decisivamente a temperatura da superfície terrestre e da atmosfera são a radiação solar e as suas condições geográficas como: latitude, altitude, continentalidade, as massas de ar etc.

A floresta não influi na distribuição da precipitação pluvial da região. O regime pluvial é um efeito das condições geográficas e topográficas da região e não da cobertura do terreno. As grandes precipitações da região amazônica são efeito da sua posição geográfica. A foz do Rio Amazonas fica a oeste da região equatorial quente do Oceano Atlântico e pela circulação geral da atmosfera essa faixa latitudinal é caracterizada pelos ventos alísios, que sopram de leste. Assim, depois de passar sobre as águas quentes equatoriais do oceano Atlântico, a atmosfera aquece-se e umedece-se consideravelmente.

Dessa forma, penetra pela foz e vale planos do rio Amazonas, subindo seus afluentes, seguindo o curso do rio até as encostas da Cordilheira dos Andes. Nesse percurso as altitudes vão se elevando, as temperaturas caindo, a umidade atmosférica se condensando e as nuvens formando-se e precipitando-se em forma de chuva, independentemente da cobertura do solo, que pode ser de floresta ou não.

A floresta que cobre o solo é efeito das condições favoráveis do terreno e do clima. Se houver deficiência de nutrientes no solo, como carência de potássio, de fósforo, de cálcio, de zinco, etc. a vegetação natural será o cerrado. Se houver falta de chuva e carência de água, a vegetação natural será a caatinga.

Na grande região central brasileira, os solos são oriundos de rocha sedimentar muito velha, sujeita há milhões de anos à lavagem pluvial. Foi muito lixiviada e empobrecida. Os solos resultantes são igualmente muito pobres. Não suportam uma floresta ou uma cultura agrícola. Sua vegetação natural será raquitizada. É o cerrado. Quando seu solo empobrecido for convenientemente fertilizado pela adubação pode se tornar uma terra de cultura e ser utilizada sem problema para culturas agrícolas, pastagens e mesmo para reflorescimento.

No Nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas e irregulares, o balanço hídrico climático pode acusar severas deficiências de água no solo e a vegetação natural não pode ser uma floresta natural, mas sim a vegetação raquitizada. É a conhecida caatinga.

Reconhecimento da Amazônia

A Amazônia é conhecida pelas margens dos rios, por onde circulam as embarcações. As margens, quando arenosas e muito lavadas pelas enchentes, apresentam terras excessivamente pobres em nutrientes e imprestáveis para a agricultura.

Isso dá idéia de que os solos amazônicos em geral são também demasiados pobres e impróprios para a agricultura. Hoje, com novas rodovias, passando pelas terras altas e bem drenadas dos interflúvios, verifica-se que muitos solos são bastante férteis, cobertos de florestas vigorosas, indicativas de solo e clima excelentes para agricultura e pecuária.

Considerações finais

Uma floresta adulta, vigorosa, em estado de clímax, não é fonte de oxigênio para a atmosfera. Todo o oxigênio que produz pela fotossíntese é consumido pela respiração e pela vegetação senescente em decomposição.

Mesmo que produzisse um saldo de oxigênio, ele seria insignificante em face do produzido pela imensa vegetação da superfície oceânica, que cobre mais de dois terços da superfície do globo terrestre.

A floresta amazônica é diminuta comparada à enorme cobertura oceânica do Globo, e praticamente não influi no clima geral da Terra.

A cobertura vegetal natural de um solo é conseqüência das condições do seu meio. Se forem todas favoráveis, a cobertura natural será a floresta. Se um fator não for favorável, não ocorrerá a floresta. Poderá ser o cerrado, o campo limpo, a caatinga, o solo nu etc.

Se houver influência da ocupação humana civilizada, a cobertura do solo não será a natural. Será uma cobertura antrópica, que poderá ter áreas florestadas ou não, segundo as conveniências do homem.

O destino de uma Floresta Amazônica antrópica será o mesmo da Mata Atlântica atual. Ficará equilibrada, e em harmonia com a presença do homem. Quem viver, verá!

Artigo publicado na revista “O Agronômico”, Campinas, 57(1), 2005, enviado pelo leitor do BeefPoint Celso Gaudencio

0 Comments

  1. cristiano fleury carvalho santos disse:

    Vamos desmistificar a Amazônia.

    Precisamos de dados técnicos e corretos e principalmente que seja colocado de lado a ideologia para traçarmos o rumo do nosso futuro.

    Mais dados e menos bla bla bla.

  2. Helio Cabral Junior disse:

    Aos ouvidos dos fanáticos climáticos e ambientalistas “ecologiqueiros” pode soar como heresia!

    Aos ouvidos dos minimamente informados soa como surpresa!

    Aos ouvidos de quem conhece um pouco de fisiologia vegetal, geologia, oceanografia e climatologia soa como música!

    Eu já vinha falando e escrevendo sobre o tema há algum tempo, e agora com satisfação começo a perceber que outros “hereges” existem em vários lugares e agora resolveram se manifestar.

    Trilhamos o caminho de Galileu, mas hoje felizmente a conecção global e a informação disponível à todos ( que queiram acessá-la ) nos permite falar mais alto do que ele pôde falar e não sermos “excomungados” ( apesar de uns tantos tentarem… ), e a verdade começa a se descortinar a um grande número de pessoas, apesar delas serem bombardeadas dioturnamente com a visão unilateral e totalitária do aquecimento global antrópico.

    Parabéns pelo artigo!

    Cordialmente,

    Helio Cabral Jr

  3. Carlos Eduardo Costa Maria disse:

    Este artigo é muito esclarecedor, na medida, em que tira o mito de que a conservação da floresta por si só, seria crucial para o desaquecimento global.Não que devemos acabar com a floresta, pelo contrário,poderíamos com manejo adequado,explorá-la economicamente e aí sim gerar riquezas e divisas para o País, contribuindo numa melhor distribuição da renda e gerar conhecimentos significativos no entendimento do clima e as causas do tão propalado “aquecimento global”.É importante que fiquemos atentos, para que não ocorra a internacionalização desta dádiva que nos pertence, por interesses outros,que se utilizam do discurso ecológico, mas que na verdade são empecilhos ao nosso desenvolvimento pleno.

  4. Leonidas Chow Castillo disse:

    Excelente artigo, atual e esclarecedor!

    Parabenizamos o senhor Celso Guadêncio pela divulgação deste excelente artigo pelo BeefPoint. Temos a certeza que os esclarecimentos nele apresentados, de forma muito simples mas, extremamente técnica, mudará as opiniões da maioria dos leitores por este tema tão debatido e pouco esclarecido.
    Resta-nos a esperança que nossos representantes no poder legislativo possam ser adequada e tecnicamente assessorados para tomar as decisões certas, com base no conhecimento científico atual, sobre este polêmico tema “a floresta amazônica”.

  5. ROBERTO SCHROEDER disse:

    Será verdade o exposto neste artigo? Se o oxigênio é liberado pela fotossíntese e consumido pela decomposição, se tirarmos as árvores e liberarmos o carbono nela contido para a atmosfera, será que não aumentará o teor de carbono na atmosfera? Isto não gera efeito estufa, uma vez que o calor refletido não se dissipa de volta ao espaço? Será que as pastagens plantadas no lugar e/ou lavouras vão estocar tanto carbono quanto a floresta ou grande parte do carbono liberado vai parar na atmosfera e não será sequestrado novamente. Como o autor diz, quem viver verá, espero que o cenário não seja ruim para os vivos.

  6. Fernando Penteado Cardoso disse:

    DESMATE ZERO
    Fernando Penteado Cardoso*

    Desmatamento zero implica em tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas, bem como em impedir a produção de alimento dos safristas, ditos posseiros ou pequenos agricultores. Implica também na renúncia à captação da energia solar través da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo.

    Imagine-se nosso país coberto de mata até hoje. Onde o progresso e desenvolvimento que viabiliza a vida, o conforto e a segurança dos que amam a floresta sem que a conheçam na intimidade?

    A Amazônia tem 4,4 milhões de km2 dos quais 3/4 ou 4/5 são terras inundáveis, ou pedregosas ou inacessíveis em que neste milênio ninguém vai tocar por ser economicamente inviável. Pode-se estimar que 3 milhões de km2 de floresta são permanentes por força da natureza: um ônus para o país. Não seriam suficientes para satisfazer todas as repetidas virtudes climáticas e botânicas da floresta?

    Agora, querer desperdiçar aquele milhão de km2 aproveitável e dotado de transporte fluvial, é mesmo que optar pela pobreza, pelo atraso, pelo subdesenvolvimento permanente. Valerá a pena? Qual o fundamento ético de cercear a produção de alimentos em benefício da humanidade?

    Vejamos: O estado de MT, nos últimos 27 anos, mostrou que a área com cereais aumentou 6,6 Mi ha; a produção de cereais cresceu 21 Mi t; o bovino proliferou mais 12 Mi de cabeças; apresenta um honroso Índice de Desenvolvimento Humano- IDH de 0,800 para a média de 6 cidades novas**.

    Estaríamos arrependidos do que foi feito? Foi um erro substituir a flora natural pela agropecuária? Seria justo condenarmos o trabalho dos realizadores desse estupendo feito econômico, dessa notável conquista social?

    Entendemos as campanhas internacionais temerosas de nossa concorrência. Urge reagir contra o repeteco de seus argumentos falaciosos e demagógicos.

    Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros, que abriram a mata para deixar entrar sol e assim produzir alimentos, criar riqueza e promover civilização.

    *Eng.Agr.Sênior, ESALQ-USP,1936, Presidente da Fundação Agrisus
    **Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Alta Floresta e Matupá.

  7. Enaldo Oliveira Carvalho disse:

    Primeiramente agradeço ao leitor Celso Galdêncio pela divulgação do artigo escrito pelo pesquisador Ângelo Paes de Camargo, que veio em boa hora para relembrar aos que possuem algun conhecimento de fisiologia vegetal, e esclarecer aos leigos no asunto, as relações tróficas ocorridas na natureza através do processo fotossintético.
    Estamos passando por um período em que as decisões estão sendo tomadas por pessoas de outras áreas do conhecimento, com apoio de nossos governantes, que é influenciados por Ong´s e governos estrangeiros, aos quais não interessam o nosso desenvolvimento. Por isso estamos pagando um alto preço e sendo taxados de vilões.
    Finalizando, tecemos elogios ao comentário do Sr. Fernando Penteado Cardoso, que sempre muito enriquece esta coluna, com sua sabedoria e vivência de quem ajudou a impulsionar o agronegócio brasileiro.

  8. cassio augusto disse:

    Hoje a floresta amazônica está tomada por “pesquisadores” e grupos internacionais. Isso por si só é uma afronta à soberania nacional. Entretando, nós aceitamos tal invasão. Mas, como a maioria dos nossos governantes não estão interessados com o desenvolvimento econômico do país, preferem seguir pelo caminho mais fácil, que é dizer que a Amazônia deve ser mantida como está.
    Entretano, logo que os países mais poderosos a tomarem de nós, a primeira coisa que vão fazer será colocá-la no chão.

  9. Fernando Penteado Cardoso disse:

    De início, meu muito obrigado pelas amáveis palavras do Sr. Enaldo Carvalho.
    A seguir informo ao Sr. Schroeder:
    -o teor de gás carbônico (CO2) na atmosfera é de apenas 0,035% enquanto que o da água é de 4%, seja 114 vezes máis, sendo que a a umidade retem tanto ou mais calor que o di-óxido de carbono;
    -a quantidade de CO2 liberada pela queimada depende do porte das árvores, sendo que os capões de floresta alta são esparsos. Ademais, boa parte do C liberado é re-absorvido pela vegetação subseqüente, seja capoeira, pastagem ou lavoura no toco. As medições são na maior parte empíricas e variam ao sabor das idealogias.
    Toda essa conversa de manter a flora em terra agricultável (uns 20% da Amazônia) irá mudar quando vier a faltar alimento. O mundo caminha para 9 bilhões de habitantes e os estoques mundiais de cereais já são apertados. V. como jovem estudante vai presenciar muita mudança. D´aqui ha 20/30 anos lembre-se desta mensagem. Eu não mais estarei por aqui para conferir.
    Grande abraço.
    Fernando Cardoso, eng.agr.sênior (ESALQ-USP,1936)

  10. Rainer Francis Hoffmann disse:

    O texto não leva em consideração a importância de uma floresta para o clima!
    O índice de pluviosidade do bioma amazônico se dá pela presença da floresta e não pelo degelo da Cordilheira dos Andes! Se puderem observar, a incidência solar naquela região é muito intensa pela sua proximidade com a linha do equador, logo a incidência solar no solo totalmente descoberto seria catastrófica. Assim sendo, mesmo que o dado informado de que a floresta não contribui para a produção de oxigênio seja verdadeira, dizer que a mesma não traz contribuição para o clima é absurda.
    Peço que os leitores deste artigo façam o seguinte exercício: quando estiverem morrendo de calor dentro de suas casas, ao invés de ligarem o condicionador de ar, procurem uma matinha, por menor que seja, próximo de suas casas e por onde passe um córrego (pode ser só um filete de água). Aí, verão o quanto é mais agradável o micro-clima.
    Ah! E mais uma informação: Desconheço uma forma eficiente de trazer umidade proveniente do mar para o interior do continente.

  11. celso de almeida gaudencio disse:

    Prezados Senhores Cristiano Fleury Carvalho Santos, Hélio Cabral Junior, Roberto Schroeder, Fernando Penteado Cardoso, Enaldo Oliveira Carvalho, Cassio Augusto, Carlos Eduardo Costa Maria, Leonidas Chow Castillo, infelizmente não conheci o pesquisador Ângelo Paes de Camargo, apesar de ter atuado em pesquisa agronômica no enfoque sistêmico na concepção de ecossistemas rurais.
    Pode-se especular que no momento da retirada da floresta Amazônica, haverá menor liberação de oxigênio, mas paulatinamente diminuirá a liberação de gás carbônico Quando é substituída por ecossistema pastoril, haverá menor liberação pela fotossíntese de oxigênio, do que quando floresta e também será menor a de gás carbônico por conta da mineralização do material orgânico depositada ao solo pela gramínea.
    Imagina-se, que o propósito do artigo foi devido o modismo de considerar seqüestro de carbono como única variável na equação ambiental.
    Dessa forma, fica difícil interpretar o alcance do artigo, incontestavelmente contundente.
    É valido, porém comentar o assunto ambiental tamanha magnitude de importância em todas as atividades humanas, muitas vezes esquecendo o lógico com interpretações do entendimento.
    Ao trabalhar em sistemas aprende-se olhar todos os lados da questão, para desenvolver a tese baseadas em todos os conhecimentos.
    Por parte, deve-se, priorizar e respeitar o ciclo das águas e a melhoria da capacidade produtiva do solo no desenvolvimento da atividade rural.
    Em outras palavras, deve-se, proteger com vegetação arbórea as fontes de águas. E, desenvolver sistemas de seqüência de espécies vegetais, que não ocasione compactação do solo, e dificulte a infiltração da mesma, cubra o solo com cobertura verde ou com cobertura morta (palha na prática do plantio direto) o maior tempo possível. E, através de processos de cultivos aumentar a sua capacidade produtiva, pela melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, constituindo-se, em ecossistemas rurais de produção de alimentos e de plantas industriais.
    Dessa forma, a produção rural esta contribuindo com a questão ambiental onde estiver estabelecida.
    As pastagens quando adubadas e respeitadas à capacidade de suporte são fortes agentes biológicos na melhoria física, biológica e na reciclagem de nutrientes do solo.
    Pode-se, afirmar, o aquecimento dos oceanos pelo chamado efeito estufa não tem origem no desenvolvimento dos ecossistemas rurais, caso ocorra por algum pequeno período, serão anulados, se for utilizado à tecnologia disponível especialmente desenvolvida pela pesquisa nas últimas décadas.
    concluindo deve-se inserir os diferentes ecossistemas rurais como componentes fundamentais para definir a necessidade de matas no ultrapassado código de 1965 e não o contrário.

  12. celso de almeida gaudencio disse:

    Prezado Rainer Francis Hoffmann com sabedoria vossas assertivas estão corretas a floresta exerce influencias acentuadas sobre o micro clima.
    Em nossas atividades quando estivemos na Amazônia, estávamos observando trabalhos de campo, convidei meu interlocutor para debater o assunto em foco numa sombra de uma árvore, mas para minha surpresa o calor era o mesmo, claro que uma arvore não é uma floresta, mas fiquei a refletir será que dentro da floresta a sensação térmica seria menor.
    Sem discordar de vossas ponderações quanto à influência dos Andes e da Amazônia tropical, nos pareceu que o Autor quis dizer que a formação das nuvens nessa região, deve-se o ar úmido vindo do mar e se condensa ao atingirem altitudes elevadas dos Andes se condensam para formar nuvens o qual é fonte da pluviosidade brasileira.
    Passando do lógico para uma interpretação metafísica, entende-se pelo artigo que o clima do globo deve-se mais ao mar do que a terra pela evaporação força e direção das correntes de ar, se não fosse assim a Floresta Amazônica irrigaria a Caatinga.
    Claro, que no meio rural deve-se preocupar com o ciclo da água e com a melhoria da capacidade produtiva dos solos na concepção de sistemas rurais de produção associados a florestas responsáveis maior pela infiltração de água alimentadora do lençol freático.
    O clima esta mudando pelo aquecimento do mar, mais intensas são as chuvas e os ventos.
    Os rios estão sendo assoreados mais pela ação das valetas das estradas sem contenção das enxurradas e por dejetos urbanos das galerias pluviais, pela ocupação urbana dos morros a montante e ajuzantes das fontes de águas pelas palafitas ribeirinhas, pela impermeabilização do solo urbano, daí surge enchentes intensas e deslizamentos de terras entulhando tudo de vez
    A insolação esta alterada por gases poluentes dos motores de toda ordem, do gás freom dos resfria dores etc.
    Desligue o ar condicionado, e vá para matinha perto de vossa casa, com certeza passara também contribuir com meio ambiente.

  13. José Luiz Martins Costa Kessler disse:

    Parabéns Celso Gaudencio!

    Você nos trouxe um texto raro. No momento em que tantos interesses mascarados de ecológicos procuram modificar a percepção dos brasileiros surge uma análise puramente técnica para varrer o catastrofismo do momento.
    Que lástima já não contarmos com o Dr. Ângelo Paes de Camargo, que com simplicidade expôs de forma brilhante suas considerações sobre a interação entre o homem e a floresta amazônica. É confortante verificar que não estamos errados em questionar tanta histeria. Certamente nenhum técnico ou produtor de ofício advoga a destruição deste importantíssimo ecossistema. O que é insuportável é ver tanto desatino e emocionalidade para definir a forma com que a Nação irá se relacionar com este pujante bioma.
    Este texto merece aplauso.
    Obrigado por sua contribuição.
    Atenciosamente,
    Eng. Agr. José Luiz Martins Costa Kessler

    Resposta do autor:

    Prezado José Luiz Martins Costa Kessler nós pecuarista estamos na linha de tiro por construirmos o enorme rebanho bovino de corte, por razões incógnitas, se nunca fomos madeireiros.

    Realmente não tivemos a sorte em quanto profissional de conviver com Ângelo Paes de Camargo e absorver sua intensa sabedoria.

    No meu caso particular fui influenciado pela visão de Reinhard Maack técnico que atuou intensamente em nossa região.
    Não pode de esquecido também o livro de Leandro Tocantins intitulado Amazônia, Natureza, Homem e Tempo, assim como Euclides da Cunha, para se posicionamos a respeito.

    Temos escritos sob o tema, pois, atuei profissionalmente em sistemas de produção vegetal, o ultimo se intitula Construção do alicerce da consciência ambiental

    O meio ambiente depende da radiação solar e o mar define o clima da terra.