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A pecuária é um bom negócio para quem investe certo

A pecuária brasileira encara com responsabilidade o desafio de intensificar a produção de carne bovina de qualidade. Os obstáculos existem, mas este é um caminho sem volta. Pode-se ofertar produtos diferenciados e receber mais por isso ou acomodar-se no lugar comum e disponibilizar carne commodities esperando a imposição de preços pelos frigoríficos.

A pecuária brasileira encara com responsabilidade o desafio de intensificar a produção de carne bovina de qualidade. Os obstáculos existem, mas este é um caminho sem volta. Pode-se ofertar produtos diferenciados e receber mais por isso ou acomodar-se no lugar comum e disponibilizar carne commodities esperando a imposição de preços pelos frigoríficos. Em outras palavras: a produção com qualidade está diretamente relacionada à obtenção de melhor remuneração ao pecuarista pelo seu produto.

Não é um processo simples. Para começar, é necessário mudar a própria consciência do produtor, que deve refletir seriamente sobre que tipo de pecuária realmente deseja ter. Após tomada a decisão, é preciso investir em manejo, em equipe de mão-de-obra e em infra-estrutura à propriedade. O passo seguinte é buscar animais de resultados zootécnicos comprovados, avaliados e criados em condições de campo para potencializar a produção sem comprometer os custos do projeto.

A recomendação dos especialistas é buscar genética nos projetos pecuários que tenham histórico de sucesso, com gado avaliado e reconhecidamente melhorador. A velha máxima de ‘a união faz a força’ também pode funcionar como um componente importante. Em tempos de mercado difícil e margens de rendimento curtas, uma alternativa cada vez mais utilizada com sucesso pelos produtores que desejam avançar rapidamente na atividade é integrar-se em grupos que desenvolvam projetos profissionais, regidos por normas rígidas de manejo, respeito ao meio ambiente e bem-estar animal, com objetivos produtivos claros e bem definidos, entre eles, buscar animais jovens, prontos para o abate aos 24 meses, com peso superior a 17 arrobas, boa conformação da carcaça e espessura de gordura, ou seja, carcaças classificadas para exportação.

Está provado que o estabelecimento de alianças mercadológicas proporciona triplo ganho para todos os elos da cadeia (pecuaristas, frigoríficos e varejistas): maior produtividade, qualidade superior de carne, redução dos custos envolvidos e maior remuneração pelo produto.

Além disso, o pecuarista moderno precisa produzir o gado que proporcionará a carne desejada pelo mercado, não aquele que ele goste de criar. Entender corretamente as necessidades dos clientes finais – sua excelência, o consumidor – é essencial para obter sucesso na atividade.

A soma de forças também contribui para equacionar a relação custos x retorno econômico na pecuária. Nos momentos de dificuldade com boi gordo a preços baixos, trabalhar com menos riscos e melhores margens de lucro pode representar a sobrevivência; já nos momentos de mercado valorizado, podemos juntos maximizar nosso rendimento buscando os melhores negócios do mercado.

O poder de negociação é uma vantagem incontestável obtida pelos grupos de pecuaristas associados. Os frigoríficos preferem negociar grandes volumes, para o ano todo. Com isso, oferecem melhores cotações (bonificações) porque têm segurança da entrega do gado e da qualidade dos lotes. A regra é clara: a escala de produção é pré-definida e o rendimento dos animais no abate é melhor. Nada mais justo do que pagar melhor por essa matéria-prima – e cada vez mais frigoríficos percebem isso. Há exemplos de remuneração de até 6% a mais pela arroba do boi gordo!

Para os pecuaristas que enxergam o futuro, esse é o momento exato para investir com segurança na melhor genética e desencadear todo esse processo. Estamos às portas da estação de monta, que resultará na produção de bezerros que se tornarão bois gordos em 2009. Esta é a hora para buscar no mercado touros e vacas comprovadamente melhoradores. O retorno é certo.

0 Comments

  1. Carlos Magno Pereira disse:

    Daniel é por aí mesmo o trieiro do sucesso na nossa atividade pecuária; somos produtores e ao mesmo tempo utilizamos dessa genética melhoradora, através do Programa de Melhoramento do Nelore, o qual somos parceiros. Cada vez mais necessitamos de carcaças modernas com qualidade e precocidade de teminação. Oportunos seus comentários.

    Sucessos!!

    Carlos Magno

  2. Roberto Euclydes de Almeida Barros disse:

    Excelente artigo. A associação Frigorífico-Pecuarista-Consumidor é dificílima, porém achei válida a sua intenção. Quanto ao Nelore, posso afirmar-lhe que quanto mais puro de raça, mais rápido sai do pasto. Continue escrevendo, sabe transmitir suas idéias.

    Abraços e sucessos.

    Roberto Barros,
    Fazenda Santa Vitória, Alto Paraíso,Paraná.

  3. George A P Ivankiw disse:

    Não é uma critica, apenas um comentário de um pecuarista que está sentindo na “carne” as dificuldades do setor. Meu caro Daniel, o que você acha de uma atividade em que você precisa de 100% de aproveitamento em todas as variáveis, alianças mercadológicas perfeitas e que trabalhem em sinergia, ter uma bola de cristal para prever com exatidão o comportamento de mercado e de governos, e isto, não para ter grandes lucros, mas para escapar do prejuízo.

    Como vamos esperar este comportamento do povo que a gente conhece que faz o volume da pecuária do Brasil?