A resposta "sim" para esta pergunta tem sido cada vez maior e vários são os motivos que levam técnicos e produtores a introduzir estes volumosos na formulação da dieta para ruminantes.
A resposta “sim” para esta pergunta tem sido cada vez maior e vários são os motivos que levam técnicos e produtores a introduzir estes volumosos na formulação da dieta para ruminantes.
O primeiro deles é a expansão da cultura de cana-de-açúcar Brasil adentro, pois somente este ano 17 novas usinas devem ser instaladas na região centro-sul e haja produção para atender esta demanda.
Outro ponto importante é que o mito de ser considerado um volumoso restrito a animais de baixo potencial produtivo, quer seja para a produção de leite ou de carne, preconizado por pesquisadores e técnicos nos anos 70 e 80, vem sendo substancialmente renegado. Encontrava-se na literatura citações taxando a utilização da cana-de-açúcar para vacas com produção até 10 kg leite/dia.
Atualmente, trabalhos de pesquisa e experiências práticas mostram que a cana-de-açúcar pode e deve ser utilizada para animais de alta produção. Os conceitos foram se modificando, e a pecuária passou a entender que este alimento é fonte de energia, ao invés de ser criticado pelo baixo teor de proteína. Atualmente, diversas fazendas têm alcançado produção média de 30 kg leite/vaca/dia, 2 kg leite/cabra/dia e ganho de peso da ordem de 1,2 kg e 270 g/dia em bovinos de corte e cordeiros confinados, respectivamente.
Além da produtividade alcançada, existem fundamentos econômicos sobre a adoção da cana-de-açúcar (in natura ou ensilada) como volumoso. Para a cadeia produtiva de carne, ocorre superioridade econômica de rações contendo cana-de-açúcar como volumoso único, ao avaliarem a receita líquida por hectare e receita líquida por arroba produzida. Quanto à cadeia produtiva de leite, a análise econômica de sistemas com produção média de 7000 kg leite/vaca/ano mostra ganhos de escala de produção e de margem bruta anual.
A pesquisa Top Beefpoint de Confinamentos publicada todos os anos pelo site BeefPoint confirma este cenário e mostra tendência de crescimento e sustentação destes volumosos como integrantes da dieta (Figura 1). Em relação à silagem de cana, parte deste cenário se deve ao fato de alguns aditivos (cal virgem, uréia, benzoato de sódio, Lactobacillus buchneri) serem eficientes no controle de perdas, pois a pesquisa conseguiu avanços significativos ao longo dos últimos cinco anos.
Para finalizar, é importante ressaltar que a cana-de-açúcar não veio para substituir outros volumosos, como a silagem de milho. Devemos ficar atentos para a possibilidade de mais uma ótima opção forrageira, para ser fornecida in natura ou ensilada.
Figura 1 – Percentagem de uso de volumosos nos 50 maiores confinamentos ao longo dos anos
Fonte: site BeefPoint