As atenções dos pecuaristas do Rio Grande do Sul estarão voltadas hoje para a reunião do Conselho de Administração do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fesa) que pode ou não aprovar o acordo da semana passada entre os governos estadual e federal para o abate em frigorífico dos 11.535 bovinos, ovinos e suínos que tiveram contato com animais infectados e sacrificados nos seis municípios onde houve focos de aftosa.
No município de Rio Grande, está mantida a decisão de não permitir ação sanitária nas propriedades até que o governo estadual aceite os pleitos de avaliação prévia dos animais a serem abatidos, com fiscalização e anuência dos proprietários; 40% de lucro cessante pelo não desfrute do animal; indenização prévia dos abates; pagamento mensal do valor equivalente a 4 quilos de boi vivo por hectare pelo vazio sanitário a ser cumprido na propriedade; e manutenção do sistema de indenização aos produtores de leite. Em Alegrete, está mantida a posição contra o abate sem prévia indenização.
Pires Weber, presidente do sindicato rural de Dom Pedrito, esclarece que “ninguém é contra o abate”, mas que é preciso clarear as vantagens que o RS terá ao adotar essa posição, critérios de avaliação e prazos de pagamento da indenização. “Não podemos permitir mais abates sem esclarecimentos.”
Para Belquer Lopes, presidente do Sindicato Rural de Jari, a situação é grave. “Não se pode movimentar gado, pastagens naturais estão acabando e as contas dos produtores, vencendo.”
Tanto setor produtivo e como a Secretaria da Agricultura do Estado pediram ao Ministério da Agricultura a garantia de que o abate resultará na mudança do status de risco de aftosa no RS. “Não adianta o produtor fazer sua parte se o ministério não se compromete com a abertura do corredor sanitário e a conseqüente normalização da venda da genética e da carne com osso”, ressalta o secretário da Agricultura e presidente do conselho, José Hermeto Hoffmann.
fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint