Segundo dados levantados pela Scot Consultoria, o abate de fêmeas está bastante elevado. Fabiano Tito Rosa, analista de mercado da Scot, afirma que o abate de fêmeas normalmente cresce no início do ano, devido ao descarte pós-estação de monta. Porém esse ano está mais elevado que o normal. “Tem frigorífico que está formando escala com 50% de vaca, outros que quase não abatiam vacas e que passaram a compor pelo menos 20% das matanças com fêmeas”, afirma Fabiano.
É o caso de alguns frigoríficos exportadores, que para aproveitar o momento fazem uma parte de suas escalas com fêmeas, para o volume que atendem no mercado interno.
Tito Rosa explica os motivos da oferta elevada de fêmeas: “O aumento de oferta de fêmeas começou no ano passado. Acredito que seja reflexo do fraco desempenho do mercado de bezerro e da entrada da agricultura. Em valores reais (deflacionados), na média de todos os estados pesquisados pela Scot, a cotação do bezerro caiu 5% ao longo do ano passado. A reposição é a melhor dos últimos 6 ou 7 anos.”
A diferença da cotação de boi e vaca também está elevada, outro indicador do maior volume de fêmeas abatidas. “Hoje está em quase 11,50% em São Paulo e só não está mais porque os pequenos forçam as compras na vaca. O normal é entre 8% e 10%,” afirma Fabiano. Em outros estados, como Bahia e Pará, a diferença é sempre fixa, 10% de deságio para a vaca.
As previsões para o mercado de bezerros é que esse ano o preço ao menos se firme, pare de cair. “A recuperação deve vir no ano que vem. A intensidade vai depender da demanda, do ânimo do pessoal investir em pecuária. Precisamos ver o que vai acontecer com o boi gordo esse ano.” afirma o analista da Scot.
Fonte: Equipe BeefPoint
0 Comments
Senhores:
Faltou mencionar que de 1,5 a 2 milhões de ha de pastagens estão sendo reformados com soja. Voltarão para pasto? Tenho dúvidas pois a pecuária de cria dificilmente irá competir com duas safras no mesmo ano.
Todavia, a resteva da safrinha semeada com brachiaria pode garantir forragem na seca para o gado de pastos adubados no verão com 4/5 UA/ha. Sem dúvida uma vitória da integração agric./pecuária. Em Maracajú/MS, o Sr. Ake van der Vinner comprovou o sistema. É só ir até lá para ver.
Grande abraço.
Bom Dia Srs.
A baixa no preço do bezerro aliada à expansão acelerada da lavoura de soja, tem feito aumentar o abate de femêas também aqui em Canarana-MT. Tem até produtor que só faz abate de Novilhas, para ceder espaço ao arrendamento de terras.
A dúvida que paira no ar é até quando conseguiremos produzir com preços tão baixos na atividade pecuária, se comparados com a agricultura. Quem mudar para a soja não terá tanto interesse em casar com as lavouras, apesar das recomendações técnicas. O gado cada vez mais ocupa áreas no sentido norte de nossa região.
Um alerta para nossa região.
Abraços