Os pastos estão cheios de animais de qualidade, prontos para o abate, mas que não possuem chips ou brincos de identificação. Como resultado, os frigoríficos não podem adquirí-los para exportarem para a União Européia. Esse é o primeiro efeito da implantação da rastreabilidade bovina no Brasil, na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Borges Mendes.
A intenção do governo de ter todo o rebanho brasileiro inscrito no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) até dezembro de 2007 só vingará, de acordo com ele, se houver a retomada de um fórum de discussões que possa acertar definitivamente um sistema viável. “Descapitalizado e inseguro quanto à rastreabilidade, o pecuarista não tem como aderir ao sistema. Muitos não sabem se usam brinco, chip ou marca de fogo. Faltam mais esclarecimentos”, entende.
Para o diretor da ABCZ, Nelson Pineda, o sistema é imprescindível até mesmo para viabilizar o gerenciamento das propriedades. Contudo, “podem acontecer problemas se não houver integração das empresas de certificação e identificação. As despesas com transferência de animais para outras fazendas, por exemplo, podem aumentar se os sistemas não forem padronizados”, explica.
Fonte: Folha de Londrina/PR, adaptado por Equipe BeefPoint