Até o final da semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) deve encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma resposta técnica e a avaliação da entidade a respeito do melhor sistema de rastreabilidade para ser implantado no rebanho bovino do Brasil. A entidade elaborou ontem à tarde, em sua sede em Uberaba (MG), um parecer técnico sobre propostas de sistemas de rastreabilidade que ouviu durante esta semana de sete empresas que já têm um modelo definido de identificação.
Implantar a rastreabilidade no rebanho bovino significa conhecer todo o histórico da carne, desde o nascimento até o abate do animal. Nessa trajetória, incluem-se informações, dentre outras, sobre o local de nascimento, o sexo, a idade de abate, os medicamentos e vacinas que o animal tomou e o tipo de alimento que consumiu. A Comunidade Econômica Européia anunciou que só vai importar carne se o produto estiver submetido a um programa de rastreabilidade. A medida será observada a partir de 2 de janeiro do ano que vem. Os europeus deram ao Brasil um prazo até julho para adaptação.
A posição da ABCZ é a de que o produtor tenha diversos sistemas disponíveis, e que todos sejam compatíveis entre si, adiantou o diretor de Informática da entidade, Nelson Pineda. Ele integra o grupo executivo criado pela ABCZ para apontar o sistema de identificação animal mais viável para a realidade do País. O grupo conheceu nesta semana as propostas para um programa nacional de rastreabilidade apresentadas pela Embrapa (representante do governo federal), Certibov (representante do governo de Minas Gerais) e por seis empresas privadas.
Urgência
Representante da outra ponta da cadeia produtiva, a médica veterinária Maria Cristina Lombardi, consultora da Associação Brasileira da Indústria Exportadoras de Carne(Abiec) e também, integrante do grupo executivo formado pela ABCZ, disse que as indústrias frigoríficas têm grande interesse na tomada urgente de uma decisão sobre a rastreabilidade brasileira. Segundo ela, o País vai fechar o ano com um faturamento de US$ 1 bilhão em exportação de carne bovina, porque o Brasil já possui um sistema confiável de identificação.
“Para que os frigoríficos possam dar continuidade às exportações, é necessário ter uma definição rápida do Mapa quanto ao estabelecimento do sistema de rastreabilidade. Atualmente, conseguimos atender às exigências da Comunidade Econômica Européia. Com as mudanças, teremos que nos adaptar ‘a toque de caixa’.”
Fonte: ABCZ (por Luciano Bitencourt), adaptado por Equipe BeefPoint