São esperadas maiores exportações de carne bovina e suína do que para o frango. Soja pode subir 15% e milho dependerá da safra americana.
Após um ano de estagnação, as exportações do agronegócio tendem a ganhar força em 2013. A expectativa do mercado é que as vendas de soja, carnes, café e suco tragam mais dólares ao país, apesar do pessimismo em relação ao açúcar e milho. Principal produto exportado, a soja deve puxar o crescimento. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a receita com os embarques do grão e seus derivados deve alcançar US$ 30,2 bilhões, alta de 15,7%.
A expectativa é baseada na iminência de uma colheita recorde, estimada pelo governo em 82,6 milhões de toneladas, e no aumento da demanda por soja da América do Sul- em 2012, o Brasil colheu apenas 66 milhões de toneladas em virtude da seca. Já o preço médio, prevê a Abiove, deve subir 3,7%.
As carnes também devem ter um ano positivo. Fernando Sampaio, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), estima que as exportações de carne bovina possam crescer 10% e superar o recorde de US$ 5,7 bilhões de 2012. Segundo Sampaio, as vendas devem ser impulsionadas pela maior oferta de animais para abate no Brasil, o que permite ao país aumentar a produção e ocupar espaços abertos por EUA e Europa, onde os rebanhos encolhem. Ele garante ainda que os embargos relativos ao caso de “vaca louca” não vão comprometer o desempenho do comércio exterior, uma vez que os países que impuseram restrições respondem por apenas 5% das vendas.
A receita com a exportação de suínos pode crescer até 20%, para US$ 1,8 bilhão, segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Em 2012 estas exportações cresceram 12,6% no volume embarcado. Em relação aos preços, o representante projeta uma elevação de até 10%. Além disso, a aguardada abertura do mercado do Japão, maior importador da proteína, para a produção de Santa Catarina deve acontecer no 1º trimestre, segundo Camargo Neto.
Entre os exportadores de frango, o otimismo é menor. Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), não vê possibilidades de crescer muito neste ano. “Já estamos consolidados e não vejo possibilidade de abrirmos novos mercados”. Na melhor das hipóteses, estima, as exportações vão crescer 3% em volume e receita. Em 2012, o Brasil obteve US$ 7,2 bilhões com os embarques de frango.
Grande surpresa de 2012, com um aumento de 101,5% no valor das exportações, o milho é uma das incógnitas para 2013. Segundo Sérgio Castanho Teixeira Mendes, diretor da Anec, é “quase certo” que as vendas de 2013 não vão superar as do ano passado, quando o Brasil embarcou quase 20 milhões de toneladas – o dobro do ano anterior. “O milho brasileiro foi beneficiado pela quebra americana, mas temos barreiras a romper se quisermos aumentar a participação no mercado internacional”, diz.
Em 2012, a seca fez com que a produção dos EUA fosse reduzida em mais de 100 milhões de toneladas (volume superior a toda a safra brasileira do grão), o que colocou o Brasil na segunda posição do ranking mundial. O resultado de 2013 também será diretamente influenciado pelo desempenho da safra americana, que começa a ser plantada no 2º trimestre.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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