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Abiec: crise na Rússia irá causar recuo nas exportações

Após as quedas registradas em novembro e frente a situação complicada da economia russa, maior importador de carne bovina brasileira, os exportadores já revisaram para baixo a receita prevista para o ano que vem. E assumem que o número deve ser igual ao projetado para este ano.

Após as quedas registradas em novembro e frente a situação complicada da economia russa, maior importador de carne bovina brasileira, os exportadores já revisaram para baixo a receita prevista para o ano que vem. E assumem que o número deve ser igual ao projetado para este ano.

De acordo Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), a estimativa é de que o setor consiga manter no ano que vem o volume (2,2 milhões de toneladas equivalente-carcaça) e o valor alcançado em 2008, mesmo com a queda das vendas para a Rússia.

Para ele, em 2008, a participação da Rússia nas importações do produto brasileiro deve cair para 20%, hoje os russos são responsáveis por 38% das vendas. Para a Abiec, a saída será desviar produto para outros clientes, como União Européia e Chile, país que dá sinais de que irá reabrir seu mercado ao Brasil após três anos de restrição por causa de casos de aftosa.

A falta de crédito para os importadores da Rússia é que tem fez as vendas brasileiras de carne bovina àquele mercado patinarem em outubro e despencarem em novembro. Para enfrentar o quadro, frigoríficos têm renegociado contratos – alguns deram descontos de 10% e outros prazo maior de pagamento, exemplificou Giannetti.

“O quadro econômico [na Rússia] está se deteriorando de forma fantástica”, afirmou Giannetti, que não descarta uma moratória do país. Em decorrência da crise financeira internacional, que derrubou os preços do petróleo e fez a Rússia gastar bilhões de dólares de suas reservas para defender o rublo. As exportações ao país não vão parar, acredita,” mas haverá alguns meses de queda significativa por causa de crédito”.

Para o presidente da Abiec, Venezuela e Irã, outros dois clientes do Brasil que exportam petróleo, também podem ter problemas nos próximos meses.

Diante desse cenário, a aposta dos exportadores são Chile e UE. Outro efeito da crise deve ser a redução da oferta de carne para exportação pelos frigoríficos, disse ele. Com isso, a fatia das vendas externas na produção total pode cair de 33% para 25%, disse Giannetti.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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