As duas maiores associações de indústrias frigoríficas do país entraram em acordo na tentativa de reduzir a carga tributária do setor, através da suspensão da cobrança de PIS-Cofins sobre operações no mercado interno.
As duas maiores associações de indústrias frigoríficas do país entraram em acordo na tentativa de reduzir a carga tributária do setor, através da suspensão da cobrança de PIS-Cofins sobre operações no mercado interno.
Uma reunião na sede da Fiesp, na última terça-feira, selou um consenso entre a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Pelo acordo, a Abrafrigo referenda a manutenção da isenção de 60% do PIS-Cofins sobre as exportações feitas pelos associados da Abiec. A entidade mantida pelos frigoríficos de mercado interno questionava o direito das indústrias exportadoras e exigia uma equiparação dos benefícios. O acordo foi comunicado ontem ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pelo presidente da Abiec, Roberto Gianetti da Fonseca.
O Ministério da Fazenda avalia suspender a cobrança de 4,5% de PIS-Cofins sobre o faturamento dos frigorífigos nas vendas internas. A Abrafrigo informa que seus associados recolheram R$ 140 milhões em PIS-Cofins no ano passado. “Os frigoríficos estão insolventes e não conseguem pagar essa conta”, diz o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar. Ele acredita que a medida também vai legalizar as atividades clandestinas e ajudar a defesa sanitária.
As reduções nos negócios com importantes compradores, como Rússia, Chile e União Européia, também pesam sobre o setor. Quatro indústrias pediram recuperação judicial nos últimos quatro meses: Margen, Quatro Marcos, Arantes e Frigoestrela.
“Ninguém quer uma onda de falências e de recuperações judiciais”, afirma o diretor da Abiec, Otávio Cançado. “Se o governo retirasse o crédito presumido nas exportações, teríamos mais oferta no mercado interno e uma queda dos preços. E isso também ninguém desejaria”. Cançado aponta dificuldades externas com a redução da liquidez e os problemas dos importadores para financiar suas compras no Brasil.
As informações foram publicadas no jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.