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ABIEC: escândalo da carne de cavalo afeta a imagem de todas as carnes, diz Fernando Sampaio em entrevista

Qual é o impacto desse escândalo? "Um escândalo como esse, independente do tipo de carne, afeta o consumo em geral. As pessoas ficam desconfiadas com a carne e o consumo baixa bastante. Afeta a imagem do setor e a redução de consumo acontece naturalmente".

O Brasil, um dos maiores produtores mundiais de carne bovina, é o segundo maior exportador. No ano passado, foi embarcada 1,13 milhão de tonelada, crescimento de 13,4% sobre 2011. Em volume financeiro, a receita de 5,77 bilhões de dólares foi recorde. A União Europeia é o terceiro maior destino, atrás de Rússia e Hong Kong.

Embora a fraude na venda de congelados com carne de cavalo seja um problema interno da Europa (o fornecimento do produto é a Romênia), as consequências podem ser muito mais amplas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes está estudando quais são os prejuízos para o produto brasileiro. Segundo Fernando Sampaio, diretor executivo da associação, a imagem da carne é imediatamente afetada. “As pessoas ficam desconfiadas e o consumo baixa bastante”, diz ele.

Por que vender carne de cavalo sem procedência?

O crime é uma oportunidade de negócio, sempre. E é óbvio que existe um esquema primoroso por trás, com a máfia envolvida. Mas o caso só foi possível porque o preço da carne bovina está em alta. Nesse momento, estamos fazendo um estudo para ver qual foi o impacto do preço nos últimos anos e a ligação com a venda da carne de cavalo.

A carne de cavalo é mais barata que a bovina?

A carne de cavalo era praticamente contrabandeada da Romênia, com um preço que não chegava nem à metade da carne de boi.

Qual é o impacto desse escândalo?

Um escândalo como esse, independente do tipo de carne, afeta o consumo em geral. As pessoas ficam desconfiadas com a carne e o consumo baixa bastante. Afeta a imagem do setor e a redução de consumo acontece naturalmente.

Como esse problema pode afetar os negócios?

Que sirva para a Europa perceber que dificultar a exportação só facilita o surgimento de operações criminosas. Um mercado aberto e regulado, com controle, é mais saudável para todos.

O Brasil exporta carne de cavalo?

Alguns frigoríficos tem uma produção para exportação para a Europa. Bélgica, Luxemburgo e o norte da França são grandes consumidores.

Qual é o risco de se consumir essa carne?

A carne de cavalo, em si, não tem risco. Carnes criadas para consumo humano têm uma série de controles. O caso europeu é uma fraude porque não se sabe a procedência de origem do animal e quais medicamentos, por exemplo, ele ingeria. Sabe-se que havia cavalos de corrida que quebravam a perna e eram abatidos. Esses animais tomam anabolizante, o que pode colocar a saúde humana em risco. Sem falar que o consumidor foi enganado ao comprar carne de vaca no produto congelado e comer carne de cavalo.

Fonte: revista Veja, adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Antonio Maringoni disse:

    A Romênia (DolyCamp e Carmolimp) entrou de inocente nesta estória. Encomendaram a carne, ela processou, etiquetou corretamente: 0205XXXX – numero e codigo DGC (Direção Geral de Concorrência) para carne equina e entregou! Desonestos foram os outros players: Suécia (Findus) , França (Comigel e Spanghero), Chipre, Holanda, Luxemburgo (Tavola / Comigel) e Reino Unido (Tesco e Aldi). Este assunto está muito bem dissecado no jornal Estado de São Paulo de sabado e domingo (artigos de G.Lapounge, C.A.Doria, A.Netto, inclusive com mapa do circuito da picaretagem para dissimular). Vale lembrar mais uma vez que os Irlandeses sempre procuraram diminuir e atacar a excelente carne brasileira. E nós temos fama de “espertos”!??! O Ministro da Economia Social da França diz: “A Spanghero sabia que revendia carne equina como carne bovina, que lhe chegou com a etiqueta aduaneira.”