Com os embargos provocados pelo surgimento da aftosa no MS e PR, as exportações que deveriam chegar a US$ 3,2 bilhões em 2005, ficaram US$ 100 milhões abaixo da projeção da Abiec. Para 2006, a entidade, que antes projetava crescimento de 10% nas exportações, acredita que o avanço chegue a 15%.
O cenário internacional acabou ajudando a compensar as perdas. A Argentina decidiu suspender por 180 dias as exportações, um terceiro caso de EEB foi descoberto nos EUA na semana passada e, na Austrália, a forte seca nos últimos anos afetou a competitividade do país.
De acordo com o diretor-executivo da Abiec, Antonio Camardelli, agora, a gripe aviária está ajudando. Segundo ele, que esteve no Egito recentemente, pode-se constatar que no Cairo “o balcão de frango estava cheio e o de carne, vazio”.
Segundo agências internacionais, no fim de semana foi descoberto o quarto caso de infecção em humanos pelo vírus no Egito. O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, avalia que o problema das aves ajudará a elevar a venda de carne bovina. A matéria é de Nilson Brandão Junior, para o Estado de S. Paulo.
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Os grandes beneficiários com o aumento das exportações de carne bovina, em função da gripe do frango, serão os frigoríficos exportadores.
Com uma oferta gigante e barata de carne de frango no mercado interno, reprimindo o consumo da carne bovina, os preços para o produtor continuarão aviltantes.
As exportações só contaminarão de verdade os preços da arroba do boi para o produtor, quando as manobras estratégicas dos frigoríficos exportadores em mantê-los baixos ficarem sem efeitos por completa escassês do produto. Este momento, quando chegar, pode ser tarde para os dois “parceiros” dessa grande e boba cadeia produtiva. Um porque estará morto e o outro porque matou quem o mantinha vivo.