A ocorrência de um caso de doença de vaca louca nos Estados Unidos abre a possibilidade de o Brasil entrar em mercados em que ainda não está presente, mais do que a alternativa de ganhar fatias destinadas à carne bovina norte-americana, disse Antonio Camardelli presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina (Abiec).
Entre estes mercados, Camardelli cita a Coreia do Sul, Japão, Taiwan e Indonésia, países que tradicionalmente pagam mais pela carne bovina. A Indonésia que enviou equipe técnica por duas vezes ao Brasil no ano passado e já conta uma lista de propriedades habilitadas a exportar para aquele país, mas até o momento não foram feitos embarques.
Camardelli observa que a expectativa dos exportadores brasileiros não é ocupar fatia destinada aos EUA, por causa das diferenças no produto ofertado. Ele explica que a carne norte-americana é caracterizada pelo “marmoreio”, ou seja, é entremeada por gordura, diferentemente da carne brasileira.
Apesar de vislumbrar oportunidades para o Brasil, Camardelli pondera que a descoberta da doença levanta um outro aspecto que afeta o setor de um modo geral, que é a conotação negativa para o consumidor em relação ao produto.
As exportações de carne bovina do Brasil cresceram gradativamente na última década, reflexo do aumento da produção, preços mais baixos e boa qualidade do produto. Mas os embarques tiveram salto mais expressivo em 2004 e 2005, período posterior à descoberta do caso de vaca louca, em dezembro de 2003 nos EUA.
O executivo ressaltou que no próximo mês, o Brasil será elevado ao status de risco 1 (menor risco) para a doença da vaca louca pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), que colocará o país em grupo com maior abertura no mercado internacional.
Segundo ele, esta classificação permitirá ao Brasil retomar as exportações de tripa para a Europa e também deixa o país em posição de exportar carne com osso, para alguns países como a Turquia.
Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.