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Abipecs cobra ação do governo na abertura de mercados

A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) defende a abertura de novos mercados em meio à crise financeira internacional e cita a necessidade de o governo brasileiro atuar mais fortemente para que isso aconteça.

A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) defende a abertura de novos mercados em meio à crise financeira internacional e cita a necessidade de o governo brasileiro atuar mais fortemente para que isso aconteça.

A entidade destaca que a crise financeira afetou significativamente as exportações de carne suína brasileira nos últimos dois meses de 2008, o que salienta a necessidade de sair em busca de novos compradores.

“O que não falta são boas oportunidades”, disse o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, segundo comunicado da entidade, que afirma iniciar suas atividades em 2009 com “a determinação de que é preciso obter do governo uma ação mais forte e eficiente para abrir novos mercados.”

“Os dados sobre as recentes exportações de carne suína ainda estão sendo compilados, mas o setor está preocupado com a crise e os seus resultados no mercado russo, do qual há forte dependência, pois os embarques brasileiros de carne suína para aquele país respondem por mais de 40 por cento do total”, disse a Abipecs no comunicado.

Camargo Neto cita como exemplos de possíveis novos mercados África do Sul, China, Filipinas, União Européia, Japão, Estados Unidos, México e Coréia do Sul.

Sobre o Japão, ele afirma, “é importantíssimo o rápido e competente término do preenchimento do extenso questionário enviado pelo país em novembro de 2008. Na sequência, com a entrega do importante documento, o governo brasileiro precisará demonstrar seu particular interesse em que o questionário seja analisado pelas autoridades sanitárias japonesas com presteza”.

A entidade também considera urgente a confirmação da vinda de missão veterinária das Filipinas ainda em janeiro. “Perdemos o ano de 2008 inteiro com idas e vindas de questionários e propostas de datas para a vinda de missões. Um atraso maior agora será muito negativo”, disse Camargo Neto.

Ajuste de produção

Além do setor suinícola, os produtores e processadores de aves também estão enfrentando os reflexos da crise financeira mundial. As principais indústrias produtoras de aves do País estão reduzindo a produção neste início de 2009, em resposta à recomendação da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) de corte de 20% no primeiro trimestre.

Já em dezembro, as gigantes Sadia e Perdigão informaram que reduziriam sua produção para adequar a oferta à nova realidade do mercado e para ajustar estoques. Neste início de ano, as companhias colocam em prática seus planos e são seguidas por fornecedores e concorrentes.

Cerca de 12 mil funcionários da Sadia entraram ou devem entrar em férias coletivas entre dezembro e janeiro, o que representa aproximadamente 20% do total de colaboradores da empresa. A medida faz parte de paradas técnicas em algumas unidades da companhia. Nenhuma fábrica, de acordo com a Sadia, deve paralisar os seus trabalhos totalmente.

A Perdigão, por sua vez, reduz em 20%, neste primeiro trimestre, a produção de aves e suínos destinados às exportações. Assim como a Sadia, algumas fábricas com atividade mais voltada ao mercado externo devem parar por cerca de 20 dias nos primeiros meses do ano. A companhia não detalhou, no entanto, quantas unidades já tiveram o ritmo de produção reduzido e quantos funcionários estariam em férias coletivas.

Já a Aurora Alimentos, que em 2008 abateu 112 milhões de aves, segue à risca a recomendação da Abef e corta em 20% a sua produção total de frango, de acordo com a assessoria de imprensa. A redução ocorre por meio de uma diminuição no número de alojamento de pintos. As unidades industriais da empresa, no entanto, permanecem com as atividades no ritmo usual para esta época do ano. Cerca de 20% da receita operacional bruta da empresa é proveniente de exportações.

De acordo com o vice-presidente da União Brasileira de Avicultura, Erico Pozzer, em novembro de 2008 o alojamento de pintos já apresentou uma queda de 13%, em relação a outubro, e a expectativa é de que esse corte tenha sido ainda superior em dezembro. Para janeiro, a perspectiva é a mesma. “Todas as empresas estão reduzindo a produção de aves”, diz. Vale lembrar que na produção de aves as indústrias têm maior margem de manobra para adequar a produção ao comportamento da demanda, pois o ciclo de produção dos frangos é de 60 dias, aproximadamente. Já o suíno demora no mínimo oito meses para ser abatido.

As matérias são do Estado Online e do Jornal do Comércio/RS, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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