Mercado Físico da Vaca – 04/11/10
4 de novembro de 2010
Mercados Futuros – 05/11/10
8 de novembro de 2010

ABRAFRIGO: aumento no preço da carne e o varejo

Estiagem nos principais estados produtores, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins; o reflexo do elevado abate de matrizes devido aos baixos preços pagos ao produtor entre 2008 e 2009, o que levou a uma mais lenta recomposição do rebanho nos dias atuais e a uma consequente redução na oferta e, sobretudo, a manutenção de elevadas margens no varejo, são os principais motivos que explicam a elevação nos preços da carne bovina nos últimos meses, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO).

Estiagem nos principais estados produtores, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins; o reflexo do elevado abate de matrizes devido aos baixos preços pagos ao produtor entre 2008 e 2009, o que levou a uma mais lenta recomposição do rebanho nos dias atuais e a uma consequente redução na oferta e, sobretudo, a manutenção de elevadas margens no varejo, são os principais motivos que explicam a elevação nos preços da carne bovina nos últimos meses, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO).

“Os preços da arroba do boi estão atingindo recordes históricos como os R$ 112 nos primeiros dias de novembro e ainda sem uma tendência de baixa no curto prazo, mas as margens do varejo continuam excessivamente altas e não contribuem em nada para uma redução de preços para o consumidor, com alguns produtos atingindo números próximos a 120% de margem”, afirma o Presidente-Executivo da ABRAFRIGO, Péricles Salazar.

Estudo divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) informa, por exemplo, que nos últimos seis anos o preço da arroba do boi subiu 70% no atacado contra 106,64% no varejo.

Segundo a ABRAFRIGO, aproximadamente 70% do varejo brasileiro de carne bovina é representado pelas vendas dos grandes supermercados e é neste setor que se praticam as margens mais elevadas: “alguns cortes que estão entre as preferências do consumidor brasileiro são comercializados com margens muitos altas: em 29 de outubro, as margens do varejo para um corte como o lagarto, por exemplo, estavam em 91,70%; o patinho, em 74,04% e o alcatra-miolo em 62,91%”, exemplifica Péricles Salazar. “Enquanto o produtor e os frigoríficos vêm mantendo suas margens em patamares condizentes com o mercado, o varejo as mantém em percentuais extraordinariamente elevados, concluiu o dirigente.

As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Luiz Antonio Marques de Resende disse:

    O artigo fala em abate de matrizes acima da média em 2008 e 2009.Eu não tenho os números ano a ano, mas em Mato Grosso do Sul onde resido e Mato Grosso onde tenho fazenda na região de Araputanga,o abate predatório de matrizes vem ocorrendo desde 2005,após o surto de febre aftosa na fronteira Brasil/ Paraguai no MS e não parou até hoje.Pode ser que a partir dessa entressafra,com os preços do gado gordo estabilizados nos patamares atuais,possa começar a ocorrer a retenção de matrizes, voltando gradualmente a uma situação de equilíbrio entre oferta e demanda de gado para abate. Um outro ponto que coloco diz respeito a outras causas que não preços baixos,para explicar a sensível redução do rebanho ocorrida nos últimos anos. Falo da descapitalização do pecuarista brasileiro,principalmente os de médio porte,que vem empobrecendo ano após ano,seco e verde, a ponto de se falar em extinção de toda uma classe média pecuarista. Vejo avanço enorme de soja,milho,cana,eucalipto e teca sobre áreas tradicionais de pastagens.Vejo fazendeiros profissionais vendendo suas fazendas e mudando de ramo de negócios.A concentração brutal ocorrida no topo da cadeia da carne,com 2 ou 3 mega grupos dominando o setor de abates e exportação,pesadamente alavancados pelo BNDES,também se reflete na base produtiva, onde estão sobrevivendo e investindo apenas grandes pecuaristas,com escala de produção de grande porte.Existe em nosso meio, de medianos produtores,algo que eu nunca tinha visto nos meus 54 anos de vida e 31 anos no boi e na vaca branca,que é uma sensação de desencanto com a pecuária,o que assusta,pois se trata de, e sempre foi, atividade exercida com muito amor e dedicação,que tem sido solapados pelas situações acima, pela questão ambiental nunca equacionada,pelas invasões do MST,pelo terrorismo do Incra em suas vistorias e intenção de alterar índices de produtividade,pelas leis e normas trabalhistas humanamente impossíveis de serem cumpridas na íntegra, pelo tratamento frequentemente desrespeitoso na mídia,sempre nos associando a desmatamento e trabalho escravo,enfim, a lista é longa e pesada de carregar.Gostaria de saber a visão dos analistas sobre o futuro próximo de nossa atividade,quem vai sobreviver e prosperar e quem vai sucumbir.Obrigado pelo espaço e até mais ver.