Abrafrigo critica campanha de mídia e marketing do frigorífico JBS

A campanha de mídia e marketing do frigorífico JBS, ora em exibição na mídia, olha apenas para os interesses comerciais da empresa, apresentando mensagens equivocadas e que prejudicam os mais de 200 frigoríficos em todo o país que também trabalham sob o regime do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

A campanha de mídia e marketing do frigorífico JBS, ora em exibição na mídia, olha apenas para os interesses comerciais da empresa, apresentando mensagens equivocadas e que prejudicam os mais de 200 frigoríficos em todo o país que também trabalham sob o regime do Serviço de Inspeção Federal (SIF), e que comercializam no mercado interno e exportam a carne bovina brasileira com o mesmo padrão de qualidade reconhecido mundialmente, graças ao trabalho realizado pelos fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária.

A afirmação é de nota distribuída pela Associação Brasileira de Frigoríficos, com críticas a ação publicitária promovida pelo JBS nos filmes mais recentes da segunda fase da campanha, por não considerar todos os aspectos envolvidos na produção da cadeia produtiva da carne bovina e por desmerecer o trabalho realizado pelo SIF em frigoríficos de todo o Brasil.

De acordo com o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, a Associação é a favor do estímulo ao consumo consciente de qualquer produto, mas isso tem de ser feito a partir de informações corretas e esclarecedoras e por meio de mensagens que não prejudiquem empresas que, como esses mais de 200 frigoríficos, também estão comprometidas com a preservação do meio ambiente e operam a partir dos princípios de qualidade, segurança no trabalho e sustentabilidade em suas operações.

Segundo ele, a Abrafrigo não é contra campanhas que alertem o consumidor para a necessidade de um consumo consciente e que reduza o abate realizado sem fiscalização em todo o país, hoje próximo a 30% do abate total. O que não se pode fazer é deixar a impressão, numa campanha publicitária, que há apenas uma empresa fazendo isso no país, desmerecendo todo o trabalho realizado pelo SIF.

Veja abaixo as últimas campanhas publicitárias feitas pelo JBS:

Fonte: Abrafrigo e Youtube.com/AlimentosFriboi, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

6 Comments

  1. Oswaldo Luiz Battaglia disse:

    Realmente , estamos sendo prejudicados por esta campanha agressiva da JBS , pois ao leigo parece que a unica carne confiavel é a da Friboi , o que não é verdade pois como vcs mesmo definiram existem mais de 150 frigorificos entre grandes e pequenos que trabalham totalmente dentro da lei , sou vendedor de um frigorifico de pequeno porte , e realmente a campanha induz o cliente a comprar e pedir só Friboi , nossas vendas estão caindo bastante , acho pertinente a Abrafrigo , criticar e tentar refazer os termos utilizados na campanha , exaltem seu produto , mas não induzam os outros , na verdade trata-se de propaganda enganosa . .

  2. Alberto Menta Simonsen Nico disse:

    Eu ,como veterinário especialista em carne e gerente de Controle de Qualidade por mais de 10 anos, considero mérito o investimento em qualidade e perspicácia do marketing investir nessas campanhas, já que nossa legislação permite. Não vejo prejuízo à imagem de outras empresas, que devem procurar outros meios para mostrar como investem em qualidade. Sei da baixa margem de contribuição líquida e que a concorrência pelo “share” de mercado parece desleal comparada com quem consegue altos financiamentos, mas acho que uma preocupação que pode ter sido negligenciada por diretores de frigoríficos nesses últimos anos é o aumento de produtividade pela redução máxima nas perdas de aproveitamento de produtos e sub-produtos, e nisso eu garanto que posso ajudar muito a quem se interessar….

  3. Guga Bianco disse:

    O JBS teve criatividade e saiu na frente. O MARFRIG pode e deve fazer, o Minerva também. Até o VPJ investe em propaganda e tem até uma house pra fazer isso. Como dizia o velho ditado goiano, “Quem não faz poeira come poeira”.

  4. Ronaldo Carvalho Santos disse:

    Péricles Salazar, Economista, é um dos mais sérios e competentes profissionais com que conta a Cadeia Produtiva de Carnes e Derivados, desde o início de sua vida acadêmica, se dedicou ao setor. Poderia ter trilhado o caminho fácil dos sonegadores, clandestinos, e reis do abigeato, e estaria milionário. Porem a dedicação com que abraça as causas dos seus representados, o que é nobre, com todo o respeito, se limita ao direito de outrem. Há espaço e, muito espaço a ser ocupado. As mídias relatam como difícil, convencer a alguns setores do segmento de Produtos de Origem Animal, não apenas cárneos, quanto a campanhas de Fidelização de Clientes.
    Não se compra estes produtos pela marca, raras as exceções, mas que não se torna Fidelização. Então Péricles, é um desafio fidelizar. Como se poderia tomando o bonde da Friboi, usar a mesma ferramenta para os cerca de duzentos frigoríficos/ ABRAFRIGO? Ousadia não te falta. E mais, nossos Empresários continuam avessos a pesquisa, para lançamento de novos produtos. Continuamos na era das carnes mecanicamente separaradas, empanadas e Imitação de Mortadela, como exemplo. Louvo a campanha Friboi pois tenho certeza de que alavancara o setor, obrigando a ter nova visão de mercado.
    Ronaldo Carvalho Santos- Assessoria Sênior de Agronegócio
    Médico Veterinário CRMVPR/0395

  5. Ronaldo carvalho Santos disse:

    Me entristeceu saber que o JBS se desligou da Abrafrigo.. Sem mais comentários Entretanto, aproveito para me manifestar na contra mão, do julgamento que , se , contrapõe ao que, a média produziu para promover seu cliente. Boa peça publicitária, produziu, os efeitos de, consecução do que se espera de uma Agência que, sabiamente , emprega o de melhor da criação a serviço do seu cliente. Se mais não coubesse se apropriaria a Direcção de Media , do investimento financeiro do cliente, para , apenas, veicular peça de, marketing, mostrando apenas o que é trivial, corriqueiro. Assim, não haveria, necessidade de, acções promocionais, nem Publicidade. Em verdade o Friboi, não se declara diferente, mas também não se iguala, Na propaganda apenas se destaca.Não pertenço à Agências,e pouco entendo de Média ou Mídia . Exerço, quando em vez Assessoria , pelo que aprendi ao longo de mais de cinquenta nos no Agro-negócio, hoje aposentado do SIF. Péricles ,grande Gestor que eu conheci desde quando era Académico de Economia, procure uma Agência para atender os mais de duzentos Frigoríficos / ABRAFRIGO. A fidelização de uma marca compensa investimento.

  6. Péricles Pessoa Salazar disse:

    Dr. Ronaldo Carvalho Santos, um profissional de alto quilate que conheço há muitos anos. Já aposentado tem sido até hoje referência para todos aqueles que ingressam no Ministério da Agricultura como Fiscal Federal Agropecuário.
    Quanto ao desligamento da JBS da ABRAFRIGO, deu-se em razão da não aceitação deles da crítica pública que fizemos à segunda fase da campanha publicitária na mídia brasileira. Não toda a campanha mas apenas de uma pequena parte, daquela em que o ator Toni Ramos diz para a dona de casa tirar do carrinho uma embalagem de carne e substituir por outra da JBS alegando que esta sim tem inspeção e qualidade. Sugere que a outra não tem os mesmos atributos; isto dentro de uma loja de varejo que se parece com um supermercado. A ABRAS não se pronunciou concordando implicitamente com a afirmação de que estas redes compram carne sem qualidade e inspeção, como sugere o vídeo da campanha publicitária. No Boletim ABRAFRIGO do mês de junho/2013 fizemos elogios à campanha porque até então priorizava o Serviço de Inspeção Federal como condição básica de um produto de boa qualidade. Houve a derrapada e nós nos posicionamos contra. Aceitaram o elogio mas não a crítica. A nossa prioridade é atender os interesses da maioria e não de um grupo ou mesmo de uma minoria. No entanto, é conveniente que se ressalte aqui a boa parceria que tivemos com a empresa enquanto durou. Convergimos quando deveríamos convergir e divergimos quando deveríamos divergir. A ABRAFRIGO é diferente, não aceita o mando individual, mas sempre coletivo. Estamos estudando a possibilidade de instituirmos um selo de qualidade para complementar a inspeção oficial; um selo que também indique obediência às normas de meio ambiente e trabalhistas. O estudo ainda está em fase embrionária e o resultado dele vai nos indicar a sua viabilidade. Concordo com a tese da fidelização defendida pelo Dr. Ronaldo. Ela, porém, se aplica para cada empresa individualmente. A expressão “fidelizar” já diz tudo, ou seja, cada uma deve buscar mecanismos próprios para cativar a sua marca no mercado. É uma ação de caráter individual, não coletivo, porque não se fideliza duzentas marcas ao mesmo tempo. Além, a fidelização custa caro e nem todas as empresas têm fontes de recursos públicos para alavancar uma campanha desta. O selo ABRAFRIGO, talvez, não sabemos ainda, pode ajudar a divulgar produtos de boa qualidade e se tornar referência no mercado consumidor. Vamos aguardar.

Kátia Abreu preocupada com campanha de marketing do JBS Friboi
15 de julho de 2013
Mateus Arantes: papel da pesquisa tem sido fundamental na integração lavoura-pecuária
15 de julho de 2013