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19 de março de 2008
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24 de março de 2008

Abrafrigo quer taxação da exportação de “boi em pé”

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) vai solicitar, oficialmente, ao Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a taxação das exportações de animais vivos, por alguns estados brasileiros. Atividade que vem crescendo no Brasil desde 2006.

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) vai solicitar, oficialmente, ao Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a taxação das exportações de animais vivos, por alguns estados brasileiros. Atividade que vem crescendo no Brasil desde 2006.

“Nós consideramos esse tipo de negócio um retrocesso para o país porque não agrega valor algum a economia regional e a exportação é isenta de qualquer tipo de taxa ou imposto. Deixamos de processar o couro, o sebo e a carne e, além disso, já está havendo falta de matéria-prima em estados como o Pará e o Rio Grande do Sul”, afirma o presidente da Abrafrigo, Péricles Pessoa Salazar.

As exportações de “boi em pé” aumentaram muito em 2007, atingindo uma receita de US$ 260 milhões, com um crescimento de 261% em relação a 2006. Os principais países compradores são a Venezuela, Irã, Rússia e o Líbano, com as operações de comercialização realizadas a partir do Pará e do Rio Grande do Sul. No ano passado, foram embarcados cerca de 430 mil animais vivos para estes destinos, e a previsão para 2008 é a de que este número deve dobrar dependendo do comportamento do dólar.

As informações são da Abrafrigo.

10 Comments

  1. Umberto Nascimento Paulinelli disse:

    Demorou para tomar este tipo de atitude.

  2. Geraldo Perri Morais disse:

    Por que os frigorificos em geral não repassaram um pouco do enorme lucro que tiveram nos anos de 2005,2006 e parte de 2007 com os produtores? Agora que está faltando mercadoria estão querendo mudar as regras do jogo? Isto é ético?

    Geraldo Perri Morais-ABRAPEC

  3. paulo juose mano disse:

    Parabéns a todos aqueles que conseguiram exportar animais vivos, é nas grandes dificuldades que surgem as soluções, quantas vezes criamos nossos animais com sacrifício e altos custos, para no final, quando abatemos o boi, não recebermos pelo peso “verdadeiro”.

    É com muita alegria que recebo a informação que a exportação de boi em pé vai “di vento em poupa”.Os frigorificos poderiam não ter deixado aparecer este mercado se tivessem pago “precos e pesos” corretos para o produtor.

    E esse negócio de não agregar valor, é verdadeiro, mas quando se viu alguma empresa exportar carnes e mandar parte do lucro ou acréscimo na arroba para o produtor. Quando?

  4. Clayton Carneiro Carvalho disse:

    Como a maioria dos comentários acima. também concordo em dizer que os frigoríficos adoram explorar o pecuarista, agora que se sentem ameaçados pela concorrência da exportação de gado vivo estão tendo dificuldades de negociar preços baixos com pecuaristas, que preferem vender seu gado em pé as exportadoras porque elas pagam a vista, com ágio de até 3 reais na arroba em relação aos preços praticados pelos frigoríficos, com rendimento de 53% no animal vivo no peso da balança do fazendeiro. não podemos negar que esse modalidade de exportação existe e deve continuar por um bom tempo valorizando a arroba, cabem aos frigoríficos se enquadrarem na “disputa” e pagarem o preço justo aos pecuaristas, que em anos anteriores produziam para se manter no senário com lucros infimos enquanto os custos de produção só cresciam e a arroba se desvalorisava por pressão de práticas de preços baixos exercidos pelos frigoróficos.

  5. Antonio Carlos Gonçalves disse:

    A exportação de gado em pé mudou bastante a pecuaria no RS. Em 2004 o terneiro de 200 quilos valia R$ 300 hoje vale R$650 mudou tudo inclusive a visão zebú, não só europeu e continental. Os frigorificos eram caçadores hoje são caça. Durante o ano de2007 os árabes não compraram nada, neste periodo os frigoríficos não procuraram os produtores para montar alguma parceria, hoje os árabes compram touros, bois e estão só pagando à vista.

  6. Leonardo Oliveira Carvalho disse:

    Esses donos de frigoríficos são insaciáveis mesmo. Querem todo o lucro da atividade para eles. Iniciativas como essa da exportação de boi em pé são extremamente positivas, pois sinalizam o tremendo descontentamento do produtor em relação ao preço pago pela arroba nos frigoríficos e também em relação ao peso do gado, que raramente bate com o peso na balança da fazenda. Quanto aos subprodutos que não são processados aqui, algum produtor rural já recebeu algum centavo por couro, sebo, chifres, etc. ? Francamente.

  7. Humberto de Freitas Tavares disse:

    A medida intervencionista se justificaria somente se se estivesse prevendo falta de boi para abastecer o mercado interno daqui a poucos meses.

    Seria boa para os invernistas e para os frigoríficos, tanto os exportadores como os do mercado interno, e ruim para os criadores e para os produtores de touros.

    Não duvido nada de que acabe saindo, visto que os frigoríficos sabem puxar as cordinhas e têm bala.

    Só não entendo o Minerva, se vangloriando em seu balanço dos altos lucros auferidos com a exportação de gado vivo. Eles não enxergam o tiro no próprio pé?

  8. Fábio Reis disse:

    A Abrafrigo, esta chorando, deixa chorar, isto é reflexo da exploração que eles vem fazendo com os produtores rurais, nesta modalidade eles ficarão de fora e estão reclamando, é mais um sinal do monopolio para explorar o pecuarista.

  9. HELVECIO JOSE BUENO disse:

    estou no para e mesmo agora com esta correcao no valor da arroba do boi gordo, continuamos devassados porque a reposicao esta dificil e muito valorizada, os frigorificos tiveram e ainda tem lucros abusivos e nao repassados aos produtores, cerca de 80% dos produtores nos ultimos 5 anos atravessaram contraindo dividas e nao realizando servicos em suas propriedades por falta de caixa agora que temos uma expectativa de melhora querem taxar o boi em pe, tem um ditado que diz negocio bom e aquele quando os dois lados ficam satisfeito, o preco do bezerro aqui esta compativel com sao paulo mas tem uma enorme diferenca no valor da @ do boi gordo, se nao fosse a entrada no estado da compra do boi para o navio, continuariamos a vender o nosso produto a preco de banana.

  10. Valdner Bertotti disse:

    Não podemos deixar de exportar bovinos para abate, pois isto levaria os países importadores a não comprar animais oriundos do Brasil, para adquiridos em outros países que não causem este tipo de contratempo, pois eles também adquirem carne processada de nosso pais, pensem que a compra de animais vivos tem variáveis nos países que adquirem este tipo de produto, quer seja por motivos religiosos como o abate “Halal” ou para manter a cadeia de empregos no pais de destino.

    Temos empresários de valor no mercado de exportação de animais para abate que iniciaram uma nova perspectiva aos pecuaristas, colocando novo fôlego no mercado interno, não vejo o valor da carne diminuir no ponto final quando a arroba diminui porem quando aumento sempre vemos o cidadão Brasileiro de baixa renda deixa de consumir esta proteína.

    Se movimenta o setor financeiro, transporte interno e externo, seguros, fazendas, trabalhadores em regiões afastadas do pais, deixando de tentar procurar seu sustento nas regiões metropolitanas ou grandes centros, os empresários deste setor são verdadeiros empreendedores que pensam em projetar o Brasil para o mundo, e não continuar a fazer um simples comercio.