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Abrafrigo: vilões da inflação são as margens do varejo

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), emitiu nota contestando as informações da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que apontou os produtos que tiveram as maiores altas nos supermercados em 2010: feijão (51,6%), papel higiênico (43,3%) e carne traseiro (34,9%). "O verdadeiro vilão da inflação está nas margens dos supermercados que não param de crescer e que estão chegando a níveis absurdos", relata o presidente-executivo da entidade, Péricles Salazar.

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), emitiu nota contestando as informações da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que apontou os produtos que tiveram as maiores altas nos supermercados em 2010: feijão (51,6%), papel higiênico (43,3%) e carne traseiro (34,9%).

“O verdadeiro vilão da inflação está nas margens dos supermercados que não param de crescer e que estão chegando a níveis absurdos”, relata o presidente-executivo da entidade, Péricles Salazar. Ele apontou, por exemplo, um estudo da Scot Consultoria realizado entre os dias 10 e 14 de janeiro de 2011, no mercado paulista, onde as margens das grandes redes de supermercados eram de 123% para cortes como o lagarto; de 104% para o patinho; de 137% no filet mignon e de 95% no coxão mole. “É um setor altamente concentrado, com quatro ou cinco grandes redes dominando o mercado e elas são responsáveis por 70% da carne comercializada no Brasil”, acrescenta Péricles Salazar.

Segundo ele, é uma injustiça muito grande considerar a carne ou o feijão o vilão da história porque justamente por receberem preços muito baixos os produtores tiveram de abater suas matrizes ou abandonar a atividade, alugando suas terras para cana ou reflorestamentos, o que levou a escassez atual. “Mas quem fica com a maior parte da renda obtida a partir dos preços altos é o setor de supermercados”, garante ele.

Para Péricles Salazar, junto com a queda no número de cabeças do rebanho bovino brasileiro nos últimos anos houve o aumento de renda e do PIB que elevaram o consumo, subindo os preços. “O problema é que os supermercados não se sensibilizaram para o fato de que o aumento de preços no nível de produtor significava apenas uma saída de uma situação difícil e estão elevando continuadamente suas margens”, finalizou.

As informações são da Abrafrigo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Antonio Ignacio dos Santos Jr disse:

    Com certeza!

    E a mídia não divulga isso, pois quem compra propaganda, é supermercado e não produtor ou frigorífico.

    Antonio

  2. francisco dos santos disse:

    A respeito das margens altas nos lucros dos supermercados e casas de carnes no brasil a fora, principalmente em sp, se deve a ganancia exagerada dos comerciantes que sem fiscalizacao nenhuma praticao os precos que bem querem, haja vista que o consumidor esta no mato sem cachorro e nao tem a quem reclamar.
    sou do ramo frigorifico e sinto que realmente a margem dos comerciantes/supermercados estao estrapolando todos os limites…

  3. JULIANO MONTEIRO disse:

    As margens absurdas que os supermercados colocam encima da carne bovina, obrigam os consumidores a migrarem para outras proteinas mais baratas, mais mesmo nessas outras as margens são altas.Onde iremos chegar, carne vai virar artigo de luxo.

  4. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Precisamos de mais integração de cadeia produtiva e menos empurra – empurra. Mais diálogo e menos acusação. Só assim diminuiremos os atritos e seremos mais eficientes no atendimento do cliente final, o consumidor. Há muito o que melhorar nesta cadeia, a começar pela segmentação do mercado.

  5. fernando garcia de souza disse:

    Existem dados confiáveis e isentos sobre as margens de lucro , rentabilidade e variação de preços nos três elos da cadeia? Só posso responder pelo produtor , que seguramente está sem margem , sem rentabilidade e com aumento de custos. Mas os balanços divulgados e os preços praticados desmascaram todas as justificativas do varejo. Mas como já frisou o Antônio Ignácio , é o varejo que gasta com propaganda , impedindo a mídia de divulgar a verdade.
    Enquanto não houver uma representatividade efetiva da classe pecuarista , isso nunca vai mudar…quem pode mais , chora menos.

  6. Renato Mariusso disse:

    Enquanto produtores e frigoríficos arcam com custos absurdos e travam uma verdadeira guerra para negociar gados para abate, o setor varejista torna-se altamente lucrativo, visto que frigoríficos trabalham com ganho de escala. Dessa forma o que vale é abater cada vez mais, sendo que muitas vezes fecham os olhos para os custos tanto na compra quanto na venda, sobretudo aqueles que estão sendo financiados pelo BNDES. O Setor realmente está ficando insustentável.