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Ação do Ibama contra desmatamento embarga frigoríficos da JBS no Pará

Em operação de combate ao desmatamento na Amazônia, o Ibama embargou nesta semana dois frigoríficos da JBS (em Redenção e em Santana do Araguaia) e outras 13 empresas acusadas de comprar gado oriundo de áreas de desmate ilegal.

Batizada de Carne Fria, a ação é resultado de uma investigação iniciada há três anos e não tem relação com a ação da Polícia Federal contra fraudes em frigoríficos, desatada na semana passada.

Segundo o órgão ambiental, a JBS e outros frigoríficos nos Estados do Pará e de Tocantins desrespeitaram Termos de Ajuste de Conduta (TAC) assinados após negociação com o Ministério Público Federal, pelos quais essas empresas se haviam comprometido a não comprar gado de propriedades rurais com áreas embargadas por desmatamento ilegal.

Ao todo, a investigação identificou a venda de 58 mil cabeças de gado (90% compradas pela JBS) vindas de 50,7 mil hectares embargados em território paraense, o equivalente a 229 Parques Ibirapuera. Essas áreas, segundo o Ibama, estão identificadas e disponíveis na internet para consulta pública.

Com o embargo administrativo, a JBS e outras empresas foram multadas e passam a ser obrigadas a provar ao Ibama que o gado a ser comprado não tem origem em fazendas com área embargada. A medida é por tempo indeterminado, mas cabe recurso judicial.

A JBS afirmou, via assessoria de imprensa, que não houve irregularidades na compra de gado pelos dois frigoríficos autuados e que irá recorrer da autuação do Ibama.

A empresa afirma que “seleciona 100% dos fornecedores com base em critérios socioambientais” e que “não adquire animais de fazendas envolvidas com desmatamento de florestas nativas, invasões de terras indígenas ou de conservação ambiental e que estejam embargadas pelo Ibama”.

Em alusão à remessa de gado de uma área embargada para outra não embargada, a JBS alega que “as informações de movimentação dos animais entre fazendas são registradas na Guia de Trânsito Animal (GTA) responsabilidade dos órgãos governamentais”.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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