Depois de muito tempo, o porto gaúcho de Rio Grande voltou a enviar navios com bois vivos. Há duas semanas, a Minerva enviou 5 mil animais à Venezuela, e a expectativa é que mais um carregamento com o mesmo número de bois seja exportado a partir de Rio Grande, de acordo com o diretor técnico do porto, Darci Tartari. Isso devido à interdição do porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA).
A decisão da Minerva de adquirir bois no Rio Grande do Sul “mexeu no mercado”, elevando os preços no Estado, o que desagradou a concorrentes como a Marfrig. Na avaliação do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), a exportação de bois vivos prejudica os frigoríficos que operam no Estado por agravar a escassez de matéria-prima e provocar a alta dos preços. Do lado dos pecuaristas, porém, a exportação de bois vivos é vista com bons olhos, porque representa uma opção para os produtores, mas não é significativa a ponto de provocar falta de matéria-prima.
Para o porto de Rio Grande, a exportação de boi vivo não é “interessante” do ponto de vista de receita portuária. Segundo a Minerva Foods, os embarques pelo porto não são emergenciais, mas devem continuar “raros” uma vez que o porto “não é viável economicamente para a maior parte dos clientes de gado em pé”.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.