Universidade do Boi e da Carne abre programação com o tema formação de jurados de carcaça, Jaboticabal (SP).Técnicos agrícolas, zootecnistas, médicos veterinários e produtores participaram do módulo 1 do curso sobre formação de jurados de carcaça, em Jaboticabal (SP), o primeiro da Universidade do Boi e da Carne, criada pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).
Universidade do Boi e da Carne abre programação com o tema formação de jurados de carcaça, Jaboticabal (SP).
Técnicos agrícolas, zootecnistas, médicos veterinários e produtores participaram do módulo 1 do curso sobre formação de jurados de carcaça, em Jaboticabal (SP), o primeiro da Universidade do Boi e da Carne, criada pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).
Um dos participantes, o médico veterinário e criador de gado de corte em Mato Grosso do Sul, Rafael Ferreira Soria, considerou o curso como mais uma qualificação profissional. “O mercado é dinâmico e o consumidor dita regras, portanto, temos de ficar em sintonia com as exigências”, afirma, e acrescenta que o mercado precisa de qualidade, do campo ao consumidor.
Soria é professor universitário em Dourados (MS), e sócio da In Vitro, do Paraguai, e pretende divulgar o que aprendeu no curso no país vizinho e no meio acadêmico. “Precisamos de resultado rápido para ter eficiência no negócio.”
Seleção e padronização
O supervisor de Compra de Bovinos do Frigorífico Frigol, de Lençóis Paulista (SP), Luciano Pascon, destacou o foco do curso na seleção e na padronização da matéria-prima. “Quando conhecemos a carne que o consumidor quer, sabemos o padrão de animais que temos de adquirir.” Pascon afirma que, além de aumentar os custos da matéria-prima, a falta de seleção e de padronização resulta em grande variação na qualidade da carne oferecida e, em conseqüência, o consumidor reclama dessa diferença de padrão. “Como formadores de opinião, devemos orientar os pecuaristas sobre o padrão de carcaça que desejamos, o que reflete a exigência do consumidor”, diz.
Pascon aponta vantagens na padronização da carne: aumenta a produção e a produtividade; a indústria consegue remunerar melhor o produtor; o custo cai e o preço também, o que aumenta as vendas, e o produto é mais bem aceito pelo consumidor, detalha. “Toda a cadeia melhora as margens de ganho e pode crescer de forma sustentada, criando um círculo virtuoso.” Segundo Pascon, a exigência é maior por parte do consumidor externo. “Se quisermos buscar mercados, precisamos oferecer padrão e qualidade.”
De acordo com o zootecnista da Companhia de Nutrição Animal (Conan), Gilmar Zanata, de Imperatriz (MA), o curso enfatizou a necessidade de o pecuarista produzir a matéria-prima ideal para a indústria. “O produtor deve se preparar para oferecer matéria-prima de qualidade e não se preocupar apenas em mandar bois para o frigorífico.”
Qualidade
Zanata também destacou os debates sobre anatomia do boi, que mostraram onde estão os melhores cortes e como produzir mais em menos tempo. “Temos de oferecer qualidade, até porque já há indústrias remunerando melhor o produtor que atende às especificações”, comenta, e acrescenta que as escalas dos frigoríficos estão apertadas, por falta de valorização da carne. “O frigorífico precisa atender ao pecuarista para garantir o abastecimento de matéria-prima”, diz o zootecnista que defende a união desses dois elos. “Um depende do outro; um produz a mercadoria e o outro a comercializa, portanto, o negócio deve ser lucrativo para ambos.”
Fonte: O Estado de São Paulo