Com a volta dos rumores de que Sadia e Perdigão retomaram as conversas para uma possível união, resultando no que o mercado já batiza de "Sadigão", as ações das duas companhias passaram o dia entre as maiores altas do Índice Bovespa. As ordinárias (ON, com voto) da Perdigão subiram 7,17%, a segunda maior alta do Ibovespa, que se valorizou 2,34%, fechando ao 39.510 pontos. Já as preferenciais (PN, sem voto) da Sadia, o papel mais líquido da companhia, tiveram alta de 4,56%, enquanto as ON subiram 7,80%.
Com a volta dos rumores de que Sadia e Perdigão retomaram as conversas para uma possível união, resultando no que o mercado já batiza de “Sadigão”, as ações das duas companhias passaram o dia entre as maiores altas do Índice Bovespa. As ordinárias (ON, com voto) da Perdigão subiram 7,17%, a segunda maior alta do Ibovespa, que se valorizou 2,34%, fechando ao 39.510 pontos. Já as preferenciais (PN, sem voto) da Sadia, o papel mais líquido da companhia, tiveram alta de 4,56%, enquanto as ON subiram 7,80%.
Apesar dos papéis das duas companhias terem subido bem, causou um pouco de estranheza entre os analistas o fato das ações da Perdigão se valorizarem mais do que as da Sadia. Racionalmente, a união seria muito mais importante para a Sadia, uma vez que a sua situação financeira hoje é bem delicada, consequência direta das perdas que teve com operações de derivativos cambiais.
Os rumores de uma possível fusão entre as companhias voltaram à baila no fim de semana e ganharam força na noite de segunda-feira, quando a Sadia divulgou comunicado confirmando as conversas. Ainda na noite de segunda, foi a vez da Perdigão divulgar um comunicado um tanto diferente, dizendo que já houve conversas entre as duas empresas, mas que agora não há mais.
Na visão de analistas, faz sentido a Sadia querer mostrar que as conversas continuam, até para que se torne uma profecia autorrealizável. “A Sadia tem todo o interesse de que a operação saia do papel, para ganhar musculatura financeira suficiente e, consequentemente, sair da situação de aperto em que se encontra”, diz um analista de banco.
A negociação para uma união com a Perdigão começou em janeiro e parou pela falta de consenso nos valores. O que os controladores da Sadia pediram foi considerado excessivo pela Perdigão. A Perdigão acredita que o tempo está ao seu favor, já que a situação de liquidez da Sadia aperta a cada dia.
Apesar de alegar situação de conforto, a Perdigão tem consciência de não ser a única interessada. Conforme o jornal Valor Econômico apurou, a JBS tem apetite, apesar de não ter ocorrido nenhum contato. A razão maior é o peso da marca Sadia no mercado interno e sua rede de distribuição. E a empresa, que a é maior de carne bovina do mundo, tem dinheiro para investir. A JBS fechou 2008 com US$ 1 bilhão em caixa já que acabou não efetivando a compra da National Beef.
Rússia
Pouco mais de um ano depois de investir R$ 92 milhões em uma fábrica na Rússia, a Sadia está saindo do negócio. A venda do ativo operacional é uma das alternativas de capitalização em estudo pela companhia. A empresa já havia anunciado que pretende vender uma participação no banco e corretora Concórdia, além de outros ativos não operacionais, como um terreno na Vila Anastácio, em São Paulo, onde fica sua sede administrativa. A empresa tenta levantar R$ 1 bilhão com a venda desses ativos.
Procurada pela reportagem do jornal O Estado de SP, a Sadia confirmou que a venda da fábrica da Rússia está “em estudos, como parte do plano de capitalização”. Este é o primeiro ativo operacional que a empresa coloca à venda. Quando foi revelado que a empresa havia contratado um banco para vender alguns ativos e também uma participação acionária na própria companhia, a Sadia declarou que colocaria a venda apenas ativos não operacionais.
As informações são dos jornais O Estado de SP e Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.