O Governo da Nova Zelândia está otimista com relação às chances de conseguir um acordo de livre comércio com a China em um futuro próximo, o que significará milhões de dólares aos produtores rurais neozelandeses.
A primeira ministra neozelandesa, Helen Clark, falando em um banquete especial para o presidente chinês visitante, Hu Jintao, disse que está feliz com o progresso feito neste assunto nos últimos dias.
“Estou satisfeita por estarmos aptos a assinar uma série de acordos que levarão nossa relação adiante. Nós temos também nos comprometido a examinar mais detalhes das possibilidades para o futuro em nossa relação comercial e econômica”.
O ministro de negociações comerciais do país, Jim Sutton, disse que estes acordos iniciais serão especialmente significantes para a indústria de carnes da Nova Zelândia. Ele acredita que isso levará a exportações de carne ovina e bovina à China e dará aos produtores uma oportunidade para vender cortes de alto valor aos segmentos mais lucrativos do mercado.
“As exportações de carnes da Nova Zelândia à China já são substanciais e foram de mais de NZ$ 130 milhões (US$ 79,58 milhões) no ano passado – mais do que o dobro do exportado há dois anos. Estes protocolos são um importante avanço para a Nova Zelândia. Os protocolos indicam a confiança da China na Nova Zelândia como um fornecedor de alimentos seguros a seus cidadãos. Isso também reforça a posição da Nova Zelândia no mundo como um fornecedor confiante de alimentos”, disse Sutton.
Em outra medida animadora para os exportadores, o ministro para desenvolvimento econômico, Jim Anderton, assinou um acordo sobre barreiras técnicas ao comércio com o ministro chinês Li Changjiang. “Com a queda das tarifas globais, a redução das barreiras técnicas ao comércio tem se tornado o foco dos esforços internacionais. Isso ajudará a construir confiança na força da infra-estrutura técnica um com o outro e de medidas de regulamentação e encontrará caminhos para reduzir os custos que a Nova Zelândia enfrenta nas exportações à China”, disse Anderton.
A ex-ministra de finanças neozelandesa, Ruth Richardson, disse que a significância da economia chinesa não pode ser subestimada. “Eu acho que temos que ficar de olho na importância da China para nosso futuro. Atualmente o poder da China como comprador está crescendo. Dentro de meio século, a economia da China provavelmente será maior do que o G7 inteiro (EUA, Canadá, Japão, França, Alemanha, Itália e Reino Unido)”, disse ela.
Os protocolos veterinários assinados nesta semana por Sutton e Changjiang formalizaram um importante acordo de acesso a mercados com a China para exportações de carne bovina, ovina e caprina da Nova Zelândia, assim como de produtos de carne para consumo humano. Apesar de estas carnes já serem exportadas da Nova Zelândia ao país mais populoso do mundo, estas exportações eram feitas, até então, sem protocolos. Isso resultou em algumas dificuldades e atrasos em diferentes portos de entrada dos produtos, que serão agora resolvidos com os protocolos.
A prosperidade econômica na China está levando ao aumento no consumo de proteínas de carnes e a expectativa é que esta tendência continue. As redes de supermercados e sistemas de distribuição estão melhorando e o efeito das mudanças demográficas, como o aumento nas populações urbanas e a proporção relativa de consumidores cosmopolitas jovens oferecem maiores oportunidades de mercado para as exportações neozelandesas. A entrada do país na Organização Mundial do Comércio (OMC) aumentou a competitividade e a disponibilidade para todos os produtos alimentícios importados.
A China é um mercado com uma boa demanda por carne bovina e ovina – tem o maior rebanho do mundo de ovinos, com aproximadamente 120 milhões de cabeças e, no caso do rebanho bovino, o país só perde para o Brasil em termos de números, tendo 120 milhões de cabeças. Com 1,3 bilhão de pessoas para alimentar, as importações são importantes suplementos para a própria produção do país e para seu fornecimento de alimentos.
As prioridades que ainda permanecem para a indústria de carnes neozelandesa incluem assegurar cortes nas taxas tarifárias. Como parte da acessão da China na OMC, os negociadores do governo neozelandês asseguraram cortes de tarifas, a maioria deles projetada para entrar em vigor em 2004. Por exemplo, as tarifas de carne bovina estão entre 25-33%, com a maioria projetada para cair pela metade em 2004. No caso da carne ovina, as tarifas variam de 18,2% a 23%, sendo que a maioria delas deverá cair para 15% em 2004. As tarifas dos miúdos deverão cair de 15,2% para 12% em 2004.
Fonte: Ruralnews NZ (por Reuben Keeling) e Scoop Media, adaptado por Equipe BeefPoint