As exportações de carne bovina poderão crescer anualmente entre 15% e 20% nos próximos anos se o Brasil conseguir aprovar um acordo entre o Mercosul e a União Européia e abrir o mercado norte-americano à carne in natura brasileira, segundo previsão do presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.
“Esperamos acertar o acordo com a União Européia ainda este ano e retomar as exportações para os EUA no início de 2006”, prevê. Maior exportador mundial de carne bovina, o Brasil deverá bater a marca de US$ 3 bilhões em exportações em 2005 diante de US$ 2,4 bilhões apurados em 2004.
Na avaliação do diretor da unidade de carnes da Coimex Trading, Jeremiah O´Callaghan, com a aprovação do acordo com a União Européia e os Estados Unidos e o ingresso em outros mercados, o Brasil poderá facilmente elevar a produção para algo próximo de dez milhões de toneladas e destinar 30% para as exportações. Segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos (11,74 milhões de toneladas), o País exporta hoje cerca de 24% da sua produção, de 8,75 milhões de toneladas.
Os EUA, que reduziram a produção a partir dos registros de “vaca louca” e aumentaram de maneira significativa suas importações são uma oportunidade importante de negócios para o Brasil. Segundo Nogueira, a exemplo do que ocorreu com o Uruguai, a idéia é estabelecer uma cota de exportações para o envio aos norte-americanos. O Uruguai conseguiu um limite de 20 mil toneladas. “O Brasil, pelo rebanho maior, quer negociar 60 mil”, afirma.
Para O´Callaghan, a abertura dos EUA representa, mais do que volume vendido, a possibilidade de o Brasil ingressar em outros mercados que se baseiam ou são influenciados pelo norte-americano, como Canadá, México e Japão.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Cristina Rios), adaptado por Equipe BeefPoint