O ministro de Relações Exteriores, José Serra, disse que o governo deve recorrer a todas as modalidades de acordos comerciais. Ele destacou que a multilateralização não aconteceu nos últimos anos.
Em relação à negociação entre Mercosul e União Europeia (UE), Serra destacou que é preciso ter posição firme e buscar a reciprocidade. Os países europeus, disse, dão cerca de 60 bilhões de euros em subsídios agrícolas, segundo seus próprios cálculos. De acordo com o ministro, a discussão sobre protecionismo hoje não contabiliza esses subsídios europeus e nem as barreiras impostas pelos Estados Unidos. Ele destacou medidas protecionistas do bloco europeu. O couro, exemplificou, tem lá tarifa de importação de 6,5% e o sapato, de 17%. “Isso justifica protecionismo nosso? Não. Isso justifica posição mais firme e persistente.”
Em relação ao Mercosul, afirmou, o que se defende é ação cautelosa e de flexibilização.
Com os Estados Unidos, pontuou, a ideia é resolver tópicos, a cada vez. Com os países da Aliança do Pacífico a ampliação de acordos de livre comércio já existe. Em relação ao México e à Argentina, defendeu ele, vale a pena um aprofundamento. “Na Argentina, meu primeiro ponto foi avançar a zona de livre comércio.”
Segundo o ministro, a depressão no Brasil, criou situações desfavoráveis para os parceiros comerciais da região.
Serra declarou ainda que foi “um erro” reconhecer a China como economia de mercado. O ministro mencionou a preocupação em relação aos processos antidumping abertos, se a China for efetivamente reconhecida como economia de mercado.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.